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FUTEBOL. ‘A comunidade entendeu que o Inter-SM veio para ficar’, afirma técnico do Alvirrubro sub-17

Luis Peres, o Luizinho, fala sobre a primeira participação do time na Série A1

Em temporada de estreia na elite, guris da Baixada tiveram a chance de enfrentar a equipe do Grêmio, no Estádio Presidente Vargas

Por Pedro Pereira / com fotos de Renata Medina/Inter-SM

“Missão cumprida”. Essa é a definição do técnico Luis Peres, o Luizinho, para a participação do time sub-17 do Inter de Santa Maria no Campeonato Gaúcho Série A1 da categoria, em 2024. A equipe, apesar de ter ficado de fora do mata-mata da competição e, na última rodada, perdido para o Novo Hamburgo, está confirmada na próxima edição da elite estadual, que acontece em 2025.

Esta foi a estreia dos guris da Baixada na primeira divisão de base do Rio Grande do Sul. O esquadrão garantiu a classificação à edição deste ano do certame ao chegar à grande final da Série A2 de 2023 – em que, posteriormente, foram declarados campeões. O treinador afirma que, mesmo a meta sendo a manutenção da vaga, o destino dos santa-marienses poderia ter sido diferente.

“A gente queria ter chegado mais longe, eu entendo que poderíamos ter chegado, mas não foi possível. Dentro do objetivo de nos mantermos na principal categoria do Estado, a elite, a gente conseguiu”. O resultado geral do time sub-17 do Inter-SM na Série A1 desta temporada: 1 vitória, 1 empate e 5 derrotas. Para compreender os pontos que guiaram esta trajetória, o Site conversou com o técnico Luizinho. Confira abaixo.

Vida conturbada

O treinador, que comandou os guris da Baixada na briga pela classificação em 2023, explica que a equipe teve mais dificuldades pois acabou alocada no “grupo da morte” da primeira fase. Isso fica claro, em sua visão, quando os dois clubes rebaixados para a segunda divisão de 2025 saíram do outro lado – neste torneio, caem para a Série A2 os dois piores colocados da tabela geral, unindo as duas chaves, e não cada um dos lanternas.

Ou seja, o nível dos times ao lado do Alvirrubro era mais equilibrado. Apesar disso, Luizinho entende que os santa-marienses, embora tenham perdido alguns jogos, a maior parte dos resultados negativos foram “no detalhe” – como as derrotas por 1 a 0 para o Sulbrasil, de Porto Alegre, 3 a 2 para o Gramadense, de Gramado, e 2 a 1 para o Progresso, de Pelotas.

“Eu acho que a gente conseguiu deixar uma mensagem para os outros clubes, de que podemos fazer uma boa competição e nos mantermos entre os grandes. Que não foi um ‘bate-volta’. A comunidade do futebol entendeu que o Inter-SM veio realmente para ficar, para fazer um trabalho duradouro com as categorias de base e, a partir disso, continuar em uma crescente”, assegurou o comandante.

Contudo, o maior desafio para os estreantes foi “conhecer” a disputa em si. Visto que a maioridade dos atletas do plantel são da Região Central do Estado, muitos não têm vivências em campeonatos mais fortes. “A gente tinha que fazer um trabalho muito prévio, sem saber o que esperar do clima da cidade que a gente ia competir, do estádio, da própria equipe adversária”, afirma o treinador. Porém, ao longo do certame, a comissão técnica aprendeu a minimizar essas dificuldades.

Técnico Luizinho Peres subiu de divisão com o clube em 2023 e deve seguir no cargo para a próxima temporada, ainda na elite do futebol gaúcho de base

Furo na barreira tricolor

Além das derrotas para Sulbrasil, Gramadense e Progresso, o Inter-SM sub-17 bateu a Apafut, de Caxias do Sul, empatou com o Caxias e perdeu por 5 a 2 para o Grêmio, no Estádio Presidente Vargas, e por 3 a 0 para o Novo Hamburgo, fora de casa. Passada a primeira fase, o resultado diante do Imortal, embora desfavorável para o Alvirrubro, fica em evidência uma vez que o time de Santa Maria foi o único a marcar gols contra os jovens porto-alegrenses.

O Tricolor balançou as redes, ao todo, 24 vezes – contando o duelo de ida das quartas de final, realizado no último sábado (20). “A gente sabe que eles, atuais campeões, são uma equipe dificílima de jogar contra, mas estudamos bastante. Nós estudamos muito os adversários e passamos as informações para os jogadores ficarem preparados. Nós nos preparamos durante a semana para atacar a debilidade do Grêmio. Conseguimos e felizmente fizemos os gols”, lembrou Luizinho.

Naquele embate, os santa-marienses viram o esquadrão da capital gaúcha ir ao intervalo com a vantagem de 2 a 1 e, no retorno ao gramado, não conseguiram se recuperar. O treinador conta que, no segundo tempo, o cansaço do elenco foi o fator que definiu o resultado negativo. De qualquer forma, o resultado final comprova: “estamos trabalhando com um modelo de jogo muito voltado para a agressividade, para estar em cima toda hora, pressão alta com volume, com posse, e a gente vê que isso tá dando certo”.

Apito controverso

Para o comandante, mesmo com a questão de ser a primeira oportunidade do clube na Série A1 sub-17 e todas as dificuldades, uma coisa é fato: “os erros de arbitragem foram fundamentais para que a gente não chegasse em igualdade no mínimo para a classificação”, declarou com insatisfação. Ele destaca três rivais em que houve problemas no duelo, sejam pênaltis não assinalados ou demais falhas: Sulbrasil, Gramadense e Progresso.

“A nossa direção, no mesmo dia das partidas, encaminhou à equipe de arbitragem para que fossem vistos os erros que estavam acontecendo. Quero crer que, em todas elas, foram questões de má sorte, porque era sempre desfavorável a nós. Isso, em um campeonato que é decidido no detalhe, faz uma diferença enorme. Isso nos tirou do campeonato. Erros em três jogos são muita coisa”, relatou Luizinho.

Além do caminho que o Inter-SM tomou na competição, na opinião do técnico, estes enganos podem mexer com a estabilidade emocional dos jovens. “Vamos crer que tenha sido só má sorte e que, no ano que vem, esses erros não aconteçam”. O treinador tem contrato com o clube de Santa Maria até o fim desta temporada, e, nos próximos meses de 2024, comandará o Alvirrubro na busca pelo segundo título consecutivo da Copa Regional de Futebol de Base – torneio promovido pela Paniz Eventos Esportivos.

Time sub-17 do Inter-SM foi o único até o momento a furar a barreira tricolor e balançar as redes diante do Grêmio na Série A1

Daqui para frente

Luizinho revela que, normalmente, as tratativas para renovação de contrato se iniciam nos primeiros momentos do ano. Entretanto, o planejamento para 2025 já começou. “A gente já sabe onde ir para melhorar, para crescer e para poder fazer um campeonato melhor como um todo. A ideia é chegar em um meio termo para o ano que vem. Eu sou da casa, estou sendo tratado assim e também estou dando essa confiança para a direção”, explicou.

O certame, apesar de não ser o objetivo principal do Inter-SM nas temporadas, é definido como “muito importante” por Luizinho, por dois fatores em especial: além de servir de preparação para os atletas do plantel sub-17, é onde os novos prospectos da Região Central do Rio Grande do Sul podem surgir. “É uma competição que está ganhando mais terreno agora, tem equipes de outras cidades, abrange bastante espaço”, exemplificou o técnico.

Os treinamentos visando a Copa Regional começaram na segunda-feira (22). Apesar da disputa já ter iniciado, os guris da Baixada ainda não têm uma data de estreia definida. “A gente não pode perder o foco porque acostumamos esse grupo a estar decidindo, o principal foco é esse, ganhar mais uma taça. É deixar mais jogadores prontos, vencendo. Não adianta formarmos jogadores acostumados com a derrota. Eles têm que ter essa mentalidade de vencer”, reiterou Luizinho.

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Um Comentário

  1. Luizinho é um futuro técnico da equipe principal do Inter-SM, e acredito que ainda iremos vê-lo na dupla CAJU e GRENAL

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