No calor da hora – por Orlando Fonseca
Uma postagem anedótica da internet me chamou a atenção, por estes dias. Alguém pergunta, como se não esperasse resposta: Quem garante que a Terra não é o inferno de outros planetas? A propósito das notícias das últimas semanas, em vista dos extremos climáticos, somadas às previsões nada alvissareiras para os próximos dias, dei mais atenção do que o devido ao texto despretensioso. Manchetes dão conta de que 2024 será o ano mais quente da história. A nossa história, diga-se de passagem. Em outras épocas, eu até diria que não é preciso esquentar a cabeça com isso. No entanto, a urgência recomenda que sejam tomadas medidas drásticas no calor da hora. Como não me enquadro entre os negacionistas, nem com os indolentes, reitero que, em tempos de COP 29 no Azerbaijão e cúpula de G20 no Brasil, e mais ainda com a ascensão de um notório negacionista ao poder nos EUA, é bom que os líderes mundiais ponham as barbas e os cabelos de molho.
Faltam dois meses para acabar o ano, mas já é possível afirmar que teremos um recorde de calor agora, em 2024. Será o ano mais quente já registrado e o primeiro em que a temperatura ultrapassará 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Não se trata de uma profecia apocalíptica, nem um chute de alarmistas; o alerta veio de uma cientista do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, o serviço de informações do Programa de Observação da Terra da União Europeia. De janeiro a outubro, a anomalia da temperatura média global está 0,71°C acima da média de 1991-2020, a maior já registrada para esse período, e 0,16 °C mais quente do que no mesmo período em 2023. Para que este ano não seja o forno que se anuncia, a temperatura média para o restante de 2024 teria de cair para próximo de zero, o que, convenhamos, é bastante improvável.
O outubro deste ano já foi o mais tórrido, e os sintomas não deixam por menos: variações da temperatura do mar e o Ártico continua derretendo, com efeitos em escala global. Os fenômenos verificados por aqui, mesmo, em nosso Estado, refletem as condições meteorológicas cada vez mais dramáticas, em vista do aquecimento do planeta. Por isso que se fala na necessidade de voltar aos padrões climáticos anteriores à era industrial (1850-1900), em cujo período a queima de combustíveis fósseis acumulou de CO2 a atmosfera. O Acordo de Paris, que entrou em vigor em novembro de 2016, tem como objetivo “limitar o aquecimento global a bem menos de 2°C, explica a ONU Climate Change. De acordo com esse informe, caso os governos não intensifiquem suas medidas de combate às mudanças climáticas, o mundo pode ficar até 3,1°C mais quente até 2100. O que significaria duplicar ou triplicar os efeitos que estamos enfrentando agora.
A COP29, que se inicia nesta segunda e se estende até o dia 22 deste mês, em Baku, no Azerbaijão, será um momento crucial para as nações negociarem a transição a uma economia mais verde e não baseada em combustíveis fósseis, bem como fortalecerem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou seja, as metas com as quais cada país se compromete individualmente. Cada cidadão deve fazer a sua parte, mas as medidas precisam ser tomadas em grande escala, entre as nações, principalmente as mais industrializadas. Medidas massivas e os acordos econômico-financeiros de incentivo. Os produtores brasileiros precisam entender que é mais rentável receber investimentos dos créditos de carbono do que ganhar no imediatismo de desmatamentos e queimadas. Mesmo com a promessa de Trump de diminuir regulações ambientais, especialistas consideram improvável uma reversão na expansão das energias renováveis.
Então, se não se fizer nada globalmente, é possível que se tenha a resposta para aquela pergunta do meme na WEB. A coisa vai esquentar em escala cósmica.
(*) Orlando Fonseca é professor titular da UFSM – aposentado, Doutor em Teoria da Literatura e Mestre em Literatura Brasileira. Foi Secretário de Cultura na Prefeitura de Santa Maria e Pró-Reitor de Graduação da UFSM. Escritor, tem vários livros publicados e prêmios literários, entre eles o Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela “Da noite para o dia”.
Resumo da opea II. Produtores, setor do agronegocio, não é majoritariamente responsavel pelas queimadas. Os que podem negociar creditos de carbono não tem relação com queimadas. Propaganda vermelha. Mercado dos creditos ainda não decolou. Mas se alguém acha que vai ficar rico porque os paises desenvolvidos vão pagar aluguel das arvores brasileiras tenho um negocio melhor, estou vendendo um viaduto na BR-158. Tem uma curva e uma vista legal. Da para fazer até bungee jump.
Resumo da opera. Emissões diminuem, mas não na velocidade que alguns pregam. Muita gente vai se lascar, mas é do jogo. Tatica do medo, principalmente vindo da esquerda, não cola.
‘[…] mas as medidas precisam ser tomadas em grande escala, entre as nações, principalmente as mais industrializadas.’ Alemanha está construindo usinas de energia que utilizam gas natural, mas estão prontas para queimar hidrogenio verde. Enquanto o ultimo não aparece em quantidade. Boa desculpa para continuar queimando gas natural. Brasil não quer explorar petroleo na foz do Amazonas de graça.
Em 2013 Rafael Correia, entao presidente do equador, lançou uma iniciativa: não exploraria petroleo na Reserva Yasuni e em troca outros paises remunerariam a preservação. Documentada por video uma negociação na Espanha. ‘Não vamos aderir ao instrumento financeiro extremamente complexo que voces propoe. Se o petroleo subir muito voces vão ignorar o acordado e explorar de qualquer maneira’. Não rolou. Dai começaram a explorar.
‘A COP29, que se inicia nesta segunda e se estende até o dia 22 deste mês, em Baku, no Azerbaijão,[…]’. Ou seja, num lugar onde a grande maioria não sabe indicar num mapa. Num pais cuja economia depende quase exclusivamente de petroleo e gas. Um presidente controlou o pais de 1993 até 2003. Quando morreu seu filho assumiu a ‘presidencia’ e está la ate hoje.
‘[…] caso os governos não intensifiquem suas medidas de combate às mudanças climáticas, o mundo pode ficar até 3,1°C mais quente até 2100.’ Ou seja, os ‘lideres’ mundiais serão outros. Vide obras contra cheia em POA.
‘O Acordo de Paris, que entrou em vigor em novembro de 2016, tem como objetivo “limitar o aquecimento global a bem menos de 2°C,’. O limite era ‘um limite de 1,5ªC que não deveria ser excedido permitindo um aumento temporario acima do limite mas ficando bem abaixo dos 2ºC’.
‘Será o ano mais quente já registrado e o primeiro em que a temperatura ultrapassará 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.’ Ou seja, o Acordo de Paris já foi para a conta. Daqui para a frente, salvo melhor juizo, não adianta só reduzir emissões, seria necessario tirar carbono da atmosfera.
‘No entanto, a urgência recomenda que sejam tomadas medidas drásticas no calor da hora.’ Não vai rolar. Até porque mudança de matriz energética leva decadas. Sai outra reunião, muito barulho, no final é o acordo possivel e fim de assunto. Simples assim.
‘ Manchetes dão conta de que 2024 será o ano mais quente da história.’ Existe aquecimento global. Ano que vem não vai ser mais quente?
Em tempo II, a missão. Outros ‘iluminados’ falam em ressentimento das classes mais baixas com o pessoal com educação universitaria. Slow Joe, pedaço de informação jogado fora, queria pagar o debito estudantil por la. Galera assume um financiamento do ensino superior e depois não consegue empregos que proporcionam salários suficientes para pagar a divida.
Em tempo. Alguma mente ‘brilhante’ comentou que ‘a economia ianque depende dos imigrantes ilegais porque eles realizam tarefas que não necessitam mão de obra especializada e os ianques não querem’. Bueno, mercado de trabalho deste tipo de serviço não é um saco sem fundo. Excesso de oferta diminuição da remuneração. Basico.