Gratidão, Compromisso e Esperança: uma mensagem após a partida de meu pai – por Giuseppe Riesgo
‘A política pode nos dividir em ideias, mas a humanidade nos une nas dores e...’

O tempo está passando, mas a dor não. Nesses últimos dias, vivi de tudo: desde a óbvia tristeza até o imenso amor do acolhimento daqueles que se importam comigo – e pra minha sorte, não são poucos. E a sensação? É de que a ausência não terá fim. Parece que estive, estou e estarei pra sempre convivendo com a falta do meu amado pai, Alberto dos Santos Riesgo. Meu ídolo, meu maior exemplo. Lutou bravamente contra a doença e nos deixou, mas mais do que isso, forjou um legado em mim e naqueles que o conheceram.
Médico dedicado, professor respeitado e cidadão comprometido com Santa Maria, ele partiu cedo demais, aos 59 anos. Viveu de intensidades e dedicações, o que trouxe em cada relato dos que o conheceram, uma memória de generosidade, ética e serviço. Não podia ser diferente pra mim. O meu melhor amigo sempre foi um exemplo de pai.
Da Terra dos Presidentes para o Coração do Rio Grande. Como muitos, de origem humilde, veio para Santa Maria para estudar. Alberto Riesgo formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), lá em 1988. Especializou-se em Cirurgia Torácica. Atuou com excelência – e amor – no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo (HCAA) e em diversas outras instituições. Foi também Presidente da Unimed Santa Maria entre 2000 e 2004, além de ter sido um membro da Maçonaria local.
E enquanto isso, encontrou o amor da vida dele, Bettina Meneghetti e o “resto” é família (eu e minhas irmãs, Giovanna, filhos da Bettina e Carla – do 1º casamento).
Assim como em vida, na morte ele também me ensinou que a coragem de fazer o que é certo, compensa: recebi mensagens vindas de todos os cantos – da comunidade médica, dos irmãos de Ordem, dos amigos de longa data, dos vizinhos, dos colegas da vida pública, tanto da direita quanto da esquerda. Cada palavra, cada gesto, cada abraço que me foi dado reforçou algo que ele sempre me ensinou: a política pode nos dividir em ideias, mas a humanidade nos une nas dores e nas esperanças.
A todos que estiveram ao meu lado – obrigado. Àqueles que, em meio à correria da vida, enviaram mensagens, ligaram ou mesmo colocaram nossa família em suas orações, minha mais sincera gratidão. Meu pai amava essa cidade, aqui se formou, aqui exerceu sua profissão com dignidade, aqui construiu uma família e aqui contribuiu para a saúde de milhares de pessoas.
A dor da sua ausência é imensa e desconfortável. Chata. E é por isso mesmo que cheguei à conclusão de que ela também é a prova do amor dele com o qual, com rebeldia e afagos, moldou o homem que sou hoje. Tornou-me mais forte e ciente do que é preciso fazer.
Mais do que nunca, renovo meu compromisso com Santa Maria e com o Rio Grande do Sul. A caminhada política não é feita só de debates e projetos – é feita de pessoas, de vínculos reais, de empatia. É nesse espírito que sigo em frente. Levando comigo os valores que aprendi em casa, os princípios que compartilho com meus irmãos e o respeito que construí junto aos colegas da vida pública. Que o exemplo de Alberto Riesgo, meu pai, nos inspire a sermos melhores filhos, pais, cidadãos, servidores públicos e, claro, políticos.
Muito obrigado a todos.
(*) Giuseppe Riesgo é secretário de Parcerias, da Prefeitura de Porto Alegre, e ex-deputado estadual pelo partido Novo. Ele escreve no site às quintas-feiras.
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