Madame Marion Delorme – por Elen Biguelini

Marion Delorme foi uma cortesã francesa. Sua vida foi repleta de histórias escandalosas de amor rendendo diversas obras com sua vida como tema.
Nascida em 3 de outubro de 1613 no Castelo paterno, o Castelo de Champaubert, Marion foi filha de Jean de Lou e Marie de Chastelain. Seus pais eram, claramente, membros da aristocracia francesa local.
Ainda jovem teve acesso a grandes autores e filósofos franceses, tendo como primeiro amante o poeta e epicurista francês Jacques Vallée Desbarreaux (1599-1653).
Logo depois, começou um romance que teria levado a um suposto casamento escondido, com o Henri Coiffier de Ruzé, marquês de Cinq-Mars (1620-1642), que era um dos membros favoritos da corte de Louis XIII. Foi na casa deste que ela começou seu primeiro salão, em Paris.
Seu salão continuou a exercer influência em Paris mesmo após a separação com o marquês, e ela continuou a ter seu nome relacionado a diversos nomes da alta cultura e sociabilidade francesa. Alguns teriam sido possivelmente apenas rumores, outros verdadeiramente seus amantes. Entre os possíveis relacionamentos da cortesã está, inclusive, o cardinal francês Richelie (1585-1642), importante figura da história da monarquia absoluta francesa.
A presença de figuras de opiniões diversas, inclusive oposicionistas, em seu salão fez com que ela ficasse sob a mira da monarquia francesa, especialmente durante a Fronda (um período conturbado para a História da França, na qual houveram diversas rebeliões contra o Estado e o Rei). Teria morrido em casa subitamente, após ter sido presa no dia 2 de julho de 1650. No entanto, a descrição de sua morte leva a duvida se teria realmente falecido, ou fugido para a Inglaterra e vivido neste país o resto de sua vida.
Victor Hugo escreveu uma peça inspirada em sua vida. A peça se chama “Marion de Lorme” e foi escrita em 1828. Diversas adaptações da peça também foram escritas, assim como um texto sobre seu amante o marquês de Cinq-Mars, titulado “Cinq-Mars”(1826), de Alfred de Vigny, no qual Madame Marion figura como personagem. Outra obra sobre o assunto, escrita ainda no século XIX, quando o nome da cortesã se tornava uma lenda francesa, foi a obra “A confissão de Marion Delorme” (1876) de Èugene Mirecourt.
Referências
Página sobre Marion Delorme na Enciclopedia Brittanica. Acesso via: https://www.britannica.com/biography/Marion-Delorme
Página sobre Marion Delorme na Encyclopedia. Acesso via: https://www.encyclopedia.com/women/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/delorme-marion-c-1613-1650
Página da genealogia da família de Marion Delorme. Acesso via: https://en.geneastar.org/genealogy/delonm/marion-delorme
Retrato de Marion Delorme na Gallica, Biblioteca Nacional Francesa. Acesso via: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b8408950j
Leitão Bandeira, Lourdes. “Salões culturais abertos por figuras femininas: O salão ‘Univeristas Gratie’”. Lisboa: Carvalho e Simões Lda, 2006. p. 77.
Mirecourt, Èugene de.”Les confessions de Marion Delorme”. Acesso via Gallica: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5543026g/f4.item
(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.
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