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ELEIÇÕES. As pedras se movem. Viabilizar chapão governista em torno de Fabiano é a maior novidade

Palacete da SUCV: sete candidatos. Um deles, do PSB, pelo governismo (foto Arquivo)
Palacete da SUCV: sete candidatos. Um deles, do PSB, pelo governismo (foto Arquivo)

(COM CORREÇÃO DE INFORMAÇÃO À 1H22)

Como tenho escrito, na medida do possível, a ideia é oferecer o cenário do momento, para que o leitor possa entender o que está se passando nos bastidores da política local, especialmente tendo em vista o pleito de outubro.  O sítio começou isso faz coisa de duas semanas e até vale a pena dar uma relida (lá embaixo, o linque está disponível).

Mas vamos ao que está ocorrendo agora, em tópicos.

1) AS PEDRAS se movem. E, no governismo, o que está em preparação é uma grande tacada. Não mais apenas o PMDB, mas também o PP, o segundo grande consorciado do bloco atual de governo, se convenceu de que a saída para manter-se em alta, preservando nacos de poder, é apostar tudo em Fabiano Pereira, do PSB. E é por isso que, ao contrário do que se pensava, o “esfarelamento” do governo parece perder um pouco o sentido.

2) MAS, ATENÇÃO: a guinada do PMDB e do PP, agora unidos, longe está de significar unidade interna. Aqui se está a jogar com os líderes maiores das agremiações, e não com o conjunto da militância. Sim, a ideia de apoiar Fabiano, mesmo sabendo que o fato dele ser um petista até ontem (entrou no PSB justamente porque viu não ter espaço no PT para concorrer), é uma iniciativa de Cezar Schirmer, do PMDB, e agora também de José Farret, do PP. Que aparentam ter condições de, como ocorre há 30 anos, impor sua vontade aos seus partidos. Se vitoriosos, deixarão atrás de si sequelas hoje impossíveis de medir, mas talvez não tão pequenas. Vale o risco, devem imaginar os líderes.

3) NO PMDB E no PP há bolsões de resistência bastante claros. Mais no PP, onde muitos não entendem como se poderia apoiar “inimigo”. Um militante graúdo, como o editor já registrou, não faz muito, chegou a dizer que não faria campanha para Fabiano; “se é pra votar num petista, prefiro o conhecido, e não um genérico”. Discurso que pega? Não se sabe. Mas já há movimentos no PP visando a indicação do nome do vice do ex-petista, e Sérgio Cechin seria o favorito. Terá que disputar, internamente, no chapão, com nomes do PMDB.

4) TAMBÉM concorrem para se acreditar que o jogo peemedebista/pepista ou, se preferirem, schirmista/farrezista, está em alta, fatos acontecidos (ou percebidos) semana passada. É onde entram, bem objetivamente, as permanências, como secretários, de Tubias Calil (Infraestrutura) e Silvana Guerino (Educação). Ambos não podem mais ser candidatos a vereador. Mas a desincompatibilização para a vice-prefeitura só começa em 2 de junho. Aí está, inclusive, a razão para que fosse filiada, na undécima hora, a titular da pasta da Educação. Quer dizer, são os nomes postos para uma composição. Um deles será o vice de Fabiano, se o PMDB (Schirmer) vencer a discussão interna.

5) ESTÁ BEM, e os outros? Interessante notar que, no meio do caminho, algumas ambições foram ceifadas. Tanto no PMDB quanto no PP, em que, exceto Sérgio Cechin, todos os outros vereadores se colocam como não candidatos “a vereador” e um militante chegou a pedir licença do Diretório Municipal, em razões de foro íntimo. O caso mais notável, talvez, de desejo recusado, é o da secretária Magali Rocha. Ela se colocava como postulante ao posto de candidata a vice (com Fabiano ou noutra aliança que viesse a ser formada). Ao perceber que fora derrotada em sua intenção, e a filiação de Silvana Guerino foi uma mostra inequívoca, se mandou da secretaria e tentará, com boas chances, voltar à Câmara de Vereadores.

6) E OS DEMAIS atores desse espetáculo eleitoral? Com a situação mais clara, no âmbito dos principais partidos e líderes do governo, abrem-se os caminhos para outras definições. Algumas nem tão secundárias assim. Mas o PSDB, aparentemente, é, dos partidos maiores, e mais à direita no tabuleiro ideológico, o que mais perde. Sonhava com um naco importante do PMDB – e houve momentos em que, contra a vontade de Schirmer, até se ensaiou a possibilidade de união formal – ou, pelo menos, com a adesão do PP, da mesma natureza de pensamento. A entrada em cena de Farret e outros líderes (poucos, mas afinados com o vice-prefeito) refreou o impulso. E Jorge Pozzobom pode estar indo para a disputa apenas com o que tem em casa, e pouca coisa mais.

7) PARTIDOS que poderiam somar-se ao tucano vão em busca de outros bicos. Até mesmo o DEM, do mesmo arco ideológico tucano, às voltas com a sua própria sobrevivência, vai dar sustentação (e tempo de rádio e televisão) ao pepelista Werner Rempel. Com a provável união PPL/DEM, Rempel continua sem espaço em debates, mas pelo menos terá mais tempo para oferecer sua ideia de governo. E o Democratas ganha um parceiro na eleição proporcional que pode viabilizar pelo menos a manutenção da cadeira de Manoel Badke ou de outro nome que venha a se apresentar.

8) IGUALMENTE parece ficar clara a posição de Marcelo Bisogno, do PDT. Irá sozinho à luta, com uma chapa pura. Mas vitaminada pela conquista de uma das importantes lideranças empresariais da cidade, o recém-filiado Ewerton Falk, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas. E tentará, mesmo saído de uma costela do governismo de hoje, se viabilizar como “terceira” (ou “quarta”) via, diante dos grandões Fabiano, Pozzobom e Valdeci. Até a aliança trabalhista, com o PTB, parece difícil (neste momento), eis que os petebistas aparentemente também se renderam ao chapão governista, devendo unir-se ao PMDB no pleito proporcional e apoiar Fabiano na majoritária.

9) DOS PROTAGONISTAS emerge também (e desde muito tempo) o ex-prefeito Valdeci Oliveira. Visto o cenário atual, parece complicado conquistar adesão externa, e o PTB e o próprio PDT pareciam estar na lista. Com o que, é mais uma agremiação, visto o cenário do momento, que irá concorrer em faixa própria. Nesse caso, o vereador Luiz Carlos Fort desponta como o favorito para ser o parceiro de Valdeci, como candidato a vice-prefeito.

10) LISTADOS os que têm maiores pretensões eleitorais, ainda há os que se colocam como outsiders na disputa. No caso, Paulo Ceccim, do PR, e Alcir Martins, do PSOL. O primeiro, a história dos bastidores desse pleito já registra, é o queridão de muitos protagonistas. De Valdeci Oliveira ao PMDB de Schirmer e ao PP de Farret, passando por Jorge Pozzobom, todos o queriam como vice. Ele não topou. Vai defender as próprias ideias, inclusive porque está habilitado legalmente a participar dos debates. E será acompanhado, se nada mais importante ocorrer, de Anita Costa Beber, a vice que tende a ser indicada pelo PR. Já o psolista, inclusive por vocação ideológica de sua agremiação, só agregará PCB e PSTU, e um deles indicará o vice. E mais nada. Embora isso não chega a ser pouco, nesse momento em que ideologias andam em falta.

LEIA TAMBÉM:

ELEIÇÕES 2016. Começa a tomar forma a ‘carreira’ definitiva para outubro. Confira o cenário do momento”, publicada em 22 de março passado (AQUI)

CORREÇÃO DE INFORMAÇÃO: alertado pelo pré-candidato do PSOL, Alcir Martins, que fez a devida pesquisa, e a enviou ao sítio, o editor sugere que o item 7 seja desconsiderado, no que toca à participação de debates. Sim, Werner Rempel terá que ser obrigatoriamente convidado. Oportunamente, o sítio apresentará matéria específica a respeito.

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7 Comentários

  1. Vamos ser justos:

    Primeiros 4 anos foram bom = Nota 7, deu para passar.

    Outros 4 = Nota 2, nem na recuperação passa.

    Obs- Governo ainda esta inerte ao maior assassinato da America Latina e agora sem mais nem menos quer nos fazer engolir um candidato goela abaixo achando que esta com a bola cheia, ora …. podemos esquecer de muitas coisas, menos as 242 vitimas .

    Até poderia votar neste fabiano, mas sendo o candidato do Reizinho Mandão, jamais ou estas vidas se foram em vão.

  2. Fabiano perdeu meu voto, se mostrou sedento pelo poder a qualquer custo, indo ao contrário das suas convicções, tudo pelo poder…Lamentável.

  3. Só precisam vender a ídéia de que são "caras novas". Eleitos, só precisam passar a impressão de que são "práticas novas". Afinal, por trás de todos está a máquina de algum partido. Partidos, instituições carcomidas, pouco democráticas e sem transparência. O loteamento de cargos entrs "os nossos" começa assim que se fecham as urnas.

  4. Espero que o povo caia na realidade e bote gente nova tanto na prefeitura como na camara, esse Fabiano é uma cara nova, é uma boa pedida ideias novas é o que precisamos.

  5. Alguém, por acaso, em meio à tantas negociatas, pensa realmente no que é melhor para Santa Maria? Oito anos não bastaram…?

  6. Qualquer semelhança com o loteamento de cargos que está ocorrendo em Brasília não é por acaso. Lá no Planalto NÃO PODE, mas aqui na aldeia PODE. INCOERÊNCIA? Apenas os mesmos e "velhos" caciques e métodos da política.

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