Coluna

É ESPORTE. Sabe a Primeira Liga? Tem final sem os gaúchos. Mas aqui chega o ‘dia D’ para a dupla RioNal

Por RAMIRO GUIMARÃES

O valor da Liga

A semana que se inicia definirá os classificados para a etapa eliminatória da Libertadores da América. Há também confrontos da Copa do Brasil e partidas importantes por alguns campeonatos estaduais. Mas o jogo mais importante não é nenhum desses aí. Na noite de quarta-feira, lá em Juiz de Fora-MG, Fluminense e Atlético-PR fazem a decisão da Primeira Liga, o torneio que desafiou o autoritarismo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

E, apenas por esse motivo, a competição, que voltou como uma versão turbinada da antiga Copa Sul-Minas, já merece aplausos. Muitos! É claro que a Primeira Liga teve os seus problemas. Boicotada pela CBF e pelas federações estaduais (principalmente a gaúcha), ela ficou espremida, sem datas e acabou sendo preterida. Muitos clubes mandaram times reservas nos jogos da Primeira Liga e rolou até um Gre-Nal valendo por duas competições. Estranho, né!?

Mas alguns aspectos precisam ser valorizados. A média de público é um deles. Mesmo sendo uma competição, a princípio, amistosa, os públicos presentes foram considerados satisfatórios. De acordo com análise do globoesporte.com, a média de torcedores pagantes, antes da final entre Fluminense e Atlético-PR, é de 11.235. No total, 224.715 ingressos foram vendidos em 20 partidas da competição. A média de público do Brasileirão do ano passado foi 17.051 pagantes. Para 2017, a Primeira Liga quer mais datas (subir de cinco para sete rodadas) e espera arrecadar mais grana (saltar de R$ 5 milhões para R$ 100 milhões) para, é claro, tornar-se mais atrativa. A tendência é que ela cresça mesmo. Mas, até aqui, já comprovou o seu valor. Demonstrou indignação e apontou um caminho alternativo possível. E isso não é pouca coisa, não.

Bancada da bola dividida

Deputado Jovair Arantes é cartola em Goiás e foi relator do processo de impeachment
Jovair Arantes é cartola em Goiás e foi relator do processo de impeachment

Ainda do clima do final de semana agitado em Brasília, o jornalista Rodrigo Mattos, do Portal UOL, fez um levantamento dos votos dos deputados mais representativos da chamada bancada da bola no processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. E, de acordo com o blogueiro, o resultado foi apertado, mas o grupo que defende a saída da petista do poder venceu por 5 a 4. No time do “SIM” (ou seja, pelo impeachment de Dilma), votaram Jovair Arantes (PTB-GO), ex-dirigente do Atlético-GO, que, aliás, foi o relator da acusação contra a presidente; os diretores da CBF Marcelo Aro (PHS-MG) e Marcus Vicente (PP-ES); o ex-árbitro Evandro Roman (PSD-PR) e o ex-jogador Deley (PTB-RJ). Do outro lado, votaram pelo “NÃO” o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez (PT-SP); os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PRB-MG) e Vicente Cândido (PT-SP), que é diretor da CBF e sócio do presidente da entidade Marco Polo Del Nero. Não entraram na lista de Rodrigo Mattos, mas cabe destacar os votos de dois parlamentares gaúchos ligados ao esporte. O ex-goleiro gremista Danrlei (PSD) e o ex-judoca João Derly (Rede) foram favoráveis à admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Votaram de acordo com a orientação dos seus partidos. Normal.

Rio-Nal de Tiradentes

O clássico Rio-Nal, marcado para quinta-feira, feriado de Tiradentes, pode ser o divisor de águas definitivo entre os representantes de Santa Maria na Divisão de Acesso. Com a vitória por 1 a 0 do Inter-SM sobre o Pelotas, na noite de segunda-feira, e a derrota por 3 a 0 do Riograndense para o Guarani-VA, no domingo, a diferença entre os dois clubes na tabela de classificação subiu para quatro pontos.

Isso significa que o Periquito, cada vez mais lanterna do Grupo A, precisa de pelo menos duas rodadas (dando tudo certo!) para sair da posição que decreta o rebaixamento direto, sem escalas. Enquanto isso, o Alvirrubro, que ainda está na zona da repescagem, poderá, se vencer o clássico em casa, até trocar de posição com o Santa Cruz e respirar um pouco mais aliviado. Deixando, é claro, o rival ainda mais encrencado.

Só para lembrar, o Inter-SM já venceu lá nos Eucaliptos, no primeiro turno. O fato é que, dependendo do resultado na Baixada, o Riograndense poderá sair da rodada com sete pontos de desvantagem para serem recuperados em apenas três rodadas. Matematicamente possível. Mas muito pouco provável…

Clássico Ba-Gua levou três mil torcedores ao Estádio da Pedra Moura na noite de sábado. E era só o início da Terceirona
Clássico Ba-Gua levou três mil torcedores ao Estádio da Pedra Moura na noite de sábado. E era só o início da Terceirona

Tradição lá embaixo…

E o campeonato que a Dupla Rio-Nal tenta evitar a todo o custo teve início no final de semana. Quatro jogos marcaram a abertura da Terceirona Gaúcha (que a FGF insiste em chamar de Segunda Divisão, mas que o pessoal conhece como Terceirona mesmo). A disputa começou, sim, mas não sem alguns percalços. Foram duas semanas de atraso e um bocado de partidas remarcadas até que todos os clubes participantes e os seus estádios estivessem com tudo em ordem.

Na edição 2016 da Terceirona, dez equipes brigam pela única vaga para subir de divisão no futebol gaúcho. E tem muita gente experiente na disputa: Rio Grande, São Borja, Gaúcho (de Passo Fundo), Farroupilha (de Pelotas), Bagé e Guarany (de Bagé). Aliás, a Dupla Ba-Gua, que empatou em 1 a 1 no clássico, foi o destaque da primeira rodada. Três mil torcedores foram ao Estádio da Pedra Moura na noite de sábado para ver o confronto entre dois campeões estaduais. Pode até faltar dinheiro, mas se tem uma coisa que a Terceirona tem de sobra é tradição em campo…

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