Coluna

É ESPORTE. O desespero da Dupla Rio-Nal. Um vai para a terceirona amanhã. E as decisões nos Estados

Por RAMIRO GUIMARÃES

A rodada fatal

Por volta das 17h deste domingo, um dos times de Santa Maria estará rebaixado para a terceira e última divisão do futebol profissional do Rio Grande do Sul. A última rodada da primeira fase da Divisão de Acesso definirá o futuro da Dupla Rio-Nal, que ocupa as duas últimas posições no Grupo A. Dois confrontos que prometem muita emoção às torcidas.

A tarefa do Riograndense, lanterna, com oito pontos, é mais simples e direta. Muito complicada de ser executada, é claro, mas não requer explicações nem interpretações: é vencer o Pelotas, lá na Boca do Lobo, ou cair. Não existe meio termo. Já o quadro alvirrubro é um pouco mais complexo.

A vantagem do Inter-SM (se é que existe…) é o fato de decidir o seu futuro pelas próprias forças. O Alvirrubro tem um confronto direto com o Santa Cruz na Baixada. E apenas um ponto separa as duas equipes na tabela de classificação. Se vencer, o Inter-SM ultrapassa o Galo, assume o sexto lugar e escapa de vez do rebaixamento.

Aliviado, o presidente Heriberto Marquetto poderá liberar o pessoal e já começar a planejar a temporada de 2017, ainda na Divisão de Acesso. Entretanto, se empatar em casa, o Alvirrubro evita a queda diretamente, mas ainda precisará jogar aquele mini torneio do desespero contra o vice-lanterna do Grupo B (Marau, Santo Ângelo ou Panambi).

E, no cenário mais pessimista, caso o Inter-SM consiga perder para o Santa Cruz comandado pelo técnico Leco, terá que torcer para que o Riograndense não vença o Pelotas. Ou seja, é muito mais fácil o time vermelho de Santa Maria resolver a sua vida jogando com o apoio da sua torcida. O mesmo não se pode dizer do verde…

Darlem, que saiu de graça dos Eucaliptos e agora é destaque no Pelotas, está suspenso e não enfrenta o Periquito
Darlem, que saiu de graça dos Eucaliptos e agora é destaque no Pelotas, está suspenso e não enfrenta o Periquito

Desfalques conhecidos

O rebaixamento do Riograndense para a Terceirona poderá até ser decretado pelo Pelotas, mas, ao menos, não terá a participação de dois personagens que são bem conhecidos lá no Estádio dos Eucaliptos: Darlem e Tiago Duarte. O primeiro está suspenso e o segundo ainda se recupera de uma lesão muscular.

Em meio a tantas notícias ruins para a torcida esmeraldina, esses dois desfalques dão até um certo alento. O jovem Darlem, que é de Restinga Seca, foi formado nas categorias de base do Periquito, e acabou sendo liberado de graça para o Pelotas porque a diretoria esmeraldina não cumpriu os seus compromissos trabalhistas com o atleta.

Na Boca do Lobo, o então lateral virou um misto de meia e ponta (ou extrema, segundo a nova terminologia futebolística) pelo lado direito, e é um dos destaques da equipe na Divisão de Acesso com suas assistências. Um terço dos gols do Pelotas marcados até aqui passaram pelos pés de Darlem.

Outro ex-Riograndense que veste a camisa áureo-cerúlea é o atacante santa-mariense Tiago Duarte, que, aliás, é ídolo em Pelotas desde os tempos da parceria com Sandro Sotilli. Tiago não era titular no time agora comandado por Luiz Carlos Winck, mas vinha ajudando com a sua experiência. E feito os seus golzinhos, é claro, como aquele na vitória por 2 a 1 do Pelotas sobre o Riograndense, em Santa Maria. E tudo que a torcida esmeraldina não queria é que ele  repetisse a dose neste domingo. Ainda mais com um passe de Darlem… Bom, esse risco, especificamente, o Riograndense não corre.

Favoritismo gigante

A lógica do Campeonato Gaúcho é mobilizar os clubes do Interior para receber a Dupla Gre-Nal com festa (e tentar fazer frente a ela, dentro de campo) e preparar o caminho para que um dos clubes grandes da Capital erga a taça. De preferência, com dois clássicos decidindo o título.

Bom, graças à competência do Juventude, aliada a um planejamento desastroso estabelecido pelo Grêmio para tentar conciliar os seus compromissos válidos pela Libertadores da América e pelo Gauchão, o certame estadual 2016 não será definido em um Gre-Nal. Ok. Contudo, o favoritismo do time de Porto Alegre que cumpriu a sua parte, o Inter, no caso, é gigantesco diante de um Juventude em processo de reestruturação financeira.

Apenas para recordar, a última vez que as duas equipes decidiram o Campeonato Gaúcho foi em 2008. Na ocasião, o clube da Serra, chegava à final depois de despachar nas semifinais o Inter-SM do técnico Paulo Porto, dentro do Estádio Presidente Vargas. O Grêmio já havia sido eliminado na fase anterior.

O Juventude alcançou a final com esse cartel. Para ser goleado por 8 a 1 no Beira-Rio, depois de uma ilusória vitória no Alfredo Jaconi por 1 a 0. É bem pouco provável que um placar assim se repita na decisão deste ano, que começa no domingo. Mas a diferença entre os finalistas do Gauchão 2016 é quase essa, sim.

Zebra à Paulista

Audax, de Fernando Diniz, encantou o Brasil neste primeiro semestre. O que será dele no futuro?
Audax, de Fernando Diniz, encantou o Brasil neste primeiro semestre. E o futuro?

No Rio Grande do Sul a hegemonia Gre-Nal é histórica, mas, se tem um Estado onde sempre pinta uma zebra aqui e outra acolá este lugar é São Paulo. E um dos motivos para isso é a organização administrativa e a capacidade de investimento de alguns clubes do interior paulista, na sua grande maioria comandados por empresários.

É o caso do Grêmio Osasco Audax Esporte Clube, ou simplesmente Audax, que eliminou São Paulo e Corinthians e fará final do Paulistão com o Santos, a partir deste domingo. O clube é presidido pelo folclórico ex-volante Vampeta (sim, aquele mesmo que desceu a rampa do Planalto dando cambalhotas após o título mundial em 2002), o que também não quer dizer muita coisa. Afinal, o Audax tem um dono: Mário Teixeira, diretor do Bradesco.

E o fundador do clube foi outro homem de negócios bem-sucedido: o empresário Abílio Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar (nome original da agremiação agora sediada em Osasco). Isso, sim, explica a eficiência do clube.

Dentro de campo, organização também é a palavra de ordem do time treinado pelo ex-meia Fernando Diniz. Uma equipe que não dá balão, que valoriza a posse de bola e que sai trocando passes desde a defesa. O Audax empolga, mas a dúvida é sobre o seu futuro. O futebol paulista já produziu algumas “sensações”, como São Caetano, Paulista de Jundiaí e Ituano, campeão estadual há apenas dois anos.

Destes, o que ainda tem alguma representatividade no cenário do futebol brasileiro é o Ituano, que jogará a Série D. O Audax também disputará a quarta divisão nacional no segundo semestre deste ano. Resta saber se com o mesmo ímpeto do Paulistão ou já sendo dissolvido, como costuma ocorrer com os clubes empresariais.

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