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ECONOMIA SOLIDÁRIA. O início de tudo, há 30 anos, com criação, aqui, do Projeto Esperança/Cooesperança

Abertura dos eventos internacionais da economia solidária em 2016, com a coordenação da irmã Lourdes Dill (C) (foto Maiquel Rosauro)

Sim, embora com pouca divulgação, 6 de março é uma data histórica para a economia solidária, que mobiliza milhares de pessoas em Santa Maria e região e torna a cidade a capital desse setor e referência mundial. Quem está lá desde o início é a irmã Lourdes Dill, que produziu o texto abaixo. Acompanhe:

HÁ 30 ANOS

Sim, há 30 anos atrás, no dia 06 de março de 1987, fui enviada pela Congregação das Filhas do Amor Divino a qual pertenço e por Dom Ivo Lorscheiter de feliz memória, para integrar a Comunidade Mãe da Esperança em Santa Maria. Foi com uma celebração especial e uma bênção que no dia 06 de março de 1987, na Capela do Bispado, assumimos o início desde novo e importante desafio de coordenar o trabalho do Banco da Esperança e iniciei o trabalho desafiador do Projeto Esperança/Cooesperança escolhida para esta árdua Missão.

Foram escolhidas para esta Missão as Irmãs Cecília Dahmer, Irmã Lourdes Dill e Irmã Lucia Riffel. Para mim, pessoalmente, coube iniciar a execução do trabalho do Projeto Esperança, área que congrega o Cooperativismo, Economia Solidária, Agricultura Familiar, Alternativas à Cultura do Fumo e a Comercialização Direta, junto com a organização do povo trabalhador Urbano e Rural da Arquidiocese de Santa Maria.

A idéia do Projeto Esperança estava escrita num grande esboço e guardada sob “sete chaves” no cofre do Banco da Esperança. O Projeto Esperança inspirado no livro “A Pobreza Riqueza dos Povos” do Sociólogo Africano Albert Tévoèdjeré, cujo esboço teve a contribuição significativa da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), entre os quais estavam os Professores José Antonio Fernandes, Roberto da Luz, Thomé Lovato, Élio Denardim e Julinho Brenner, entre outros. O Projeto tinha sido enviado para a MISEREOR – Alemanha, setor ligado a Igreja Católica da Alemanha com apoio do Governo Alemão que trabalha com projetos de Desenvolvimento Sustentável nos diversos Continentes do mundo.

A MISEREOR apoiou o início deste trabalho, financiou a estrutura inicial do primeiro prédio do Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter e uma equipe de trabalho nos primeiros anos. Foi um grande desafio e uma ardorosa missão, iniciar este trabalho que não tinha onde se inspirar e para o qual não tinha preparo específico, pois na época não tinha trabalho similar no RS e no Brasil. Lutei muito com algumas pessoas da equipe de técnicos para achar o caminho. Dom Ivo insistia e falava “este projeto tem que dar certo e usava as fortes palavras de encorajamento “força e coragem” e “não deixe nunca a esperança morrer em você”.

Hoje, 6 de março de 2017, trinta anos depois, a Arquidiocese de Santa Maria, a Congregação das Filhas do Amor Divino e o Povo de Santa Maria têm este belo e vigoroso legado que inspira outras experiências no Brasil e em outros Países da América Latina, especialmente pela Feira Internacional do Cooperativismo e da Economia Solidária que se realiza anualmente há 24 anos.

Que estas belíssimas experiências possam contribuir na organização do povo inspirado no sábio provérbio chinês: “Se quiseres fazer planejamento para um ano: plante cereais. Se quiseres fazer planejamento para trinta anos: plante árvores. Se quiseres fazer planejamento para cem anos: organize e motive a Organização do Povo”.

Santa Maria, RS, 06 de março de 2017

Irmã Lourdes Dill, FDC

Coord. do Projeto Esperança/Cooesperança”

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