SAÚDE. Projeto para barrar ensino a distancia, que encontra grande resistência do setor no Rio Grande
Por TIAGO MACHADO (texto e foto), da Assessoria de Imprensa do Parlamentar
A realização de cursos de graduação e técnicos a distância na área da saúde encontra forte resistência no Rio Grande do Sul. Em audiência pública promovida pelo deputado Valdeci em Porto Alegre, na última quarta (7), dirigentes de mais de 10 conselhos e entidades estaduais do setor foram unânimes no combate a essa modalidade de ensino.
Eles afirmaram que a formação de profissionais será precarizada em função das especificidades do ensino na saúde. Também não faltaram críticas ao enfoque prioritariamente comercial desses cursos. O deputado Valdeci, em conjunto com os conselhos e profissionais da saúde, vai preparar um projeto de lei sobre o tema.
Atualmente, já há quase 300 mil vagas abertas por EAD na área da saúde em todo o país. No seu pronunciamento, Valdeci afirmou que é um apoiador da educação a distância e do uso da tecnologia para democratizar o conhecimento, mas que concorda que, “na saúde, o ensino tem de ser presencial, em função da necessidade do contato com o paciente”.
Com certeza não se aprende a dar uma injeção na veia sem prática, mas se a intenção é barrar TODOS os cursos online ligados à área da saúde seria uma piada, pois é evidente que nem todos os cursos direcionados à saúde os profissionais atendem diretamente os pacientes.
Não precisa nem dizer que tem todo jeito de inconstitucionalidade por vicio de origem. Fiscalização de cursos superiores é do MEC. Tem mais, se o ensino é a distância e a mantenedora ficar fora do RS, como fica? Mais ainda, existem muitos cursos na área da saúde que não necessitam de contato com o paciente. Gestão na saúde, saúde pública, nutrição clínica, gestão hospitalar.
Daí se conclui que as corporações estão querendo um “jeitinho” (talvez para diminuir a concorrência) e um deputado jogando para a torcida para fingir que está trabalhando.