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Espírito natalino – por Máucio

Uma vez um amigo me perguntou se eu acreditava no espírito natalino. Respondi que não era uma questão de crença e sim de disposição. Como seres sociais estamos ao alcance das efemérides e das sazonalidades culturais e podemos nos engajar mais ou menos intensamente nos acontecimentos. 

O fato é que o clima de final de ano aflora cada vez mais cedo. Em primeiro lugar no comércio, ávido em fazer o pé de meia do negócio e equilibrar as finanças. Não é só nas lojas, no entanto, que esses movimentos iniciam antecipadamente. Desde novembro, quiçá antes, as pessoas começam a preocupar-se: com o que farão nas festas, onde passarão o natal e virada do ano, em arrumar a casa, pintar paredes, trocar móveis, limpar armários e gavetas, etc.

A questão da limpeza, da seleção e descarte das coisas guardadas é muito interessante e sintomática. Pelas semanas, meses ou anos afora, vamos acumulando coisas sem que percebamos e, chega um momento que precisamos tomar uma atitude. Ou fizemos uma triagem nas bugigangas ou teremos que mudar para uma residência maior. Essa segunda hipótese é sempre mais difícil. O jeito então é fazer faxina e desfazer-se dos entulhos inúteis acumulados.

No que tange as quinquilharias, no então, a utilidade é apenas um dos critérios. Existe também a questão dos afetos, da memória, que faz com que guardemos, por exemplo: a caixa do presente recebido de uma pessoa querida, uma garrafa vazia de vinho que lembra uma noite muito especial, um sapato velho que não usaremos mais, um quadro de gosto duvidoso que ganhamos e não penduramos na parede, mas que ficamos porque afinal, o que vale é a intenção, e muito outras tralhas.

Também nas antevésperas de fim de ano ocorrem muitos encontros e muitas separações. É uma época em estamos mais sensíveis. Isso faz com que as pessoas tomem decisões porque questionam os sentimentos interpessoais guardados. Principalmente aqueles parados ou mofados nos fundos das prateleiras amorosas.

O certo mesmo é que o estado psicossocial que anuncia o fim do ano e o renascer de um novo ciclo existe, quer queiramos ou não. É um período que revolve emoções e que tende a rejeitar cheiro de naftalina até mesmo nas roupas do Papai Noel.

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