ELEIÇÕES. Petista Valdeci sinaliza que não quer ser candidato a prefeito. Outras siglas movem suas peças
No primeiro material jornalístico divulgado (AQUI) pela assessoria de imprensa do deputado, ainda na última quinta-feira, quando foi empossado e assumiu novo mandato na Assembleia, fica clara a sinalização: Valdeci Oliveira anuncia que será presidente do parlamento gaúcho em 2022. É o nome do PT para o cargo, após acordo fechado pelos partidos com representação na Assembleia para os quatro anos da Legislatura.
Há quem acredite, no PT, que esse jogo não está jogado e o deputado será o candidato. Pode ser. Até se pode supor que ocorram esforços para que assim seja. Mas hoje isso é bastante improvável, dada a disposição demonstrada por Valdeci de cumprir seu mandato e alcançar, afinal de contas, o maior cargo de sua carreira política. Independente disso, petistas com os quais o editor papeou desde quinta admitem a necessidade de ter nome alternativo. Mesmo porque, pela estrutura partidária (mais de 7 mil filiados, o maior de todos, na cidade), com dois parlamentares (o outro é o líder da sigla na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta), o PT inevitavelmente será protagonista em 2020.
Dito isto, e ainda sem saber exatamente qual será o comportamento do petismo dentro de ano e meio, quando as candidaturas forem oficializados, é indiscutível que algumas situações ocorrem já visando ao confronto eleitoral do próximo ano. A seguir, três desses movimentos e, no final, uma dúvida.
NO GOVERNO ninguém trabalha com outra possibilidade que não a manutenção da dobradinha vitoriosa de Jorge Pozzobom (PSDB) e Sérgio Cechin (PP). E também que o adversário a ser batido, mais uma vez, é o candidato do PT, seja quem for. É verdade que gostariam de neutralizar o MDB e há quem espere que o grupo emedebista hoje governista seja majoritário na direção partidária a ser escolhida este ano e a sigla (que tem um punhado de CCs, inclusive dois secretários) seja aliada, mesmo sem estar na chapa majoritária. Conta com o DEM, não acreditando que o partido possa sair de um time em que (não obstanto dizerem ser da cota pessoal do prefeito) tem dois graúdos no primeiro escalão.
É BOM LEVAR a sério a tentativa do PDT e de Marcelo Bisogno, que busca tornar-se alternativa viável. Há quem acredite que o partido possa cooptar o PTB e alguns outros partidos menores, quem sabe até o PRB, que há três anos se unia em torno de Jader Maretoli e a chamada candidatura que unia os “evangélicos”. Se conseguir (algo a ser conferido), será protagonista. Quem sabe o contraponto mais forte ao dualismo hoje instalado. Conseguirá?
A APROXIMAÇÃO de lideranças do PROS e do PPS, que se autodenominam do campo da Direita, tem alcance limitado. Pelo menos hoje, diante da polarização já existente e da tentativa de chegada firme do PDT no jogo principal. Mas é uma demarcação de território que pode funcionar. O problema principal está justamente na ausência de militância mínima, capaz de sustentar as propostas. Enfim, é um desafio. Que, por sinal, pode se tornar mais complicado quando se sabe que pelo menos o PPS sequer se sabe se continuará existindo – dada a firme possibilidade de fusão com outras siglas direitistas. Mas não custa nada esperar mais um pouco, para saber se há alguma chance de sucesso para o grupo que se batizou como “Grupo Santa Maria 2000”.
ALÉM DAS questões expostas acima e como se comportarão as agremiações ditas evangélicas, por exemplo, há duas dúvidas cruciais, para se compor o quadro de 2020. Uma é a posição do ultradividido MDB, que se aderir ao governo inclusive eleitoralmente, terá que montar uma superchapa proporcional (não é demais lembrar que inexistirão coligações para a Câmara) para manter e quem sabe ampliar sua bancada de três vereadores. Outra é o PSB. Ou mais exatamente Fabiano Pereira, que vem de duas derrotas, depois de ter trocado o PT pelo pessebismo: para a Prefeitura e para a Assembleia Legislativa, em alianças majoritárias com o MDB de Cezar Schirmer e José Ivo Sartori. Como será em 2020? Talvez nem mesmo o PSB sabe. Talvez.
Cladistone está na vantagem. Valdeci fica onde está, Pimenta não está de líder da oposição? Ficam dizendo que o jogo não está jogado para não desmobilizar a militância e depois lançam candidato(a) nem que seja para os votos não irem parar em outra legenda.
Se Bisogno não levar, o que é bastante provável, desocupa a moita?
Fabiano que que refazer a base. Prefeitura não leva, mas poderia ser um vereador muito bem votado.
De qualquer maneira falta muito tempo ainda.