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EDUCAÇÃO. Aumento anunciado no valor de bolsas tido como passo na volta da valorização da ciência

Reitoria e segmentos da UFSM avaliam medida tomada pelo governo de Lula

Em dezembro de 2022, cenário na UFSM era de protesto contra cortes no pagamento de bolsas estudantis (Foto Sedufsm/Arquivo)

Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

Em 16 de fevereiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou um reajuste nos valores de bolsas educacionais que variam entre 25% e 200%, abrangendo bolsas de graduação, pós-graduação, de iniciação científica e na Bolsa Permanência das universidades. Os reajustes vão vigorar a partir de março deste ano.

As bolsas de mestrado e doutorado, que não tinham qualquer reajuste desde 2013, terão variação de 40%. No caso do mestrado, o valor sobe de R$ 1.500 para R$ 2.100. No doutorado, de R$ 2.200 para R$ 3.100. Já nas bolsas de pós-doutorado, o acréscimo será de 25%, com aumento de R$ 4.100 para R$ 5.200.

Os alunos de iniciação científica no ensino médio também vão se beneficiar. Serão 53 mil bolsas para estimular jovens estudantes a se dedicar à pesquisa e à produção de ciência que vão passar de R$ 100 para R$ 300. Na graduação do ensino superior, as bolsas de iniciação científica terão acréscimo de 75%. Vão passar de R$ 400 para R$ 700. As bolsas para formação de professores da educação básica terão reajuste entre 40% e 75%.

A assessoria de imprensa da Sedufsm ouviu representantes de entidades e da reitoria da UFSM para saber como avaliam esse anúncio governamental.

No entendimento da vice-presidenta da Sedufsm, professor Marcia Morschbacher, “o reajuste das bolsas tanto da pós-graduação quanto da graduação representa uma grande vitória das entidades estudantis, que há muitos anos têm se mobilizado e reivindicado tal reajuste”. No caso da pós-graduação, frisa ela, foram 10 anos de congelamento. Ao mesmo tempo, diz ela, esse reajuste significa, após a pressão das organizações representativas dos segmentos das instituições públicas de Ensino Superior, uma “sinalização do Governo Federal para a retomada da valorização da Educação, da Ciência e da Tecnologia públicas em nosso país”.

Marcia Morschbacher acredita que o anúncio do Executivo Federal aponta para um “primeiro e importante passo na perspectiva da reconstituição e da revalorização da formação acadêmica e da ciência e da tecnologia em nosso país – que não se faz sem quadros com uma bolsa digna que assegure condições objetivas para estudar”. Todavia, complementa ela, “sabemos que é preciso mais, pois é preciso recompor os orçamentos da educação e da ciência e da tecnologia no nosso país, aumentar o número de bolsas e desenvolver uma política que assegure o constante reajuste”.

Para a diretora da Sedufsm, além do que já foi citado, avalia que é preciso “revogar a Emenda Constitucional 95 (lei do teto de gastos), principal responsável pelos cortes orçamentários”. Por isso, diz Marcia, a mobilização deve prosseguir para “conquistarmos as pautas dos diversos segmentos da Educação Superior e dos serviços públicos”, que inclui, por exemplo, a questão salarial.

Atrair novos olhares

“O anúncio desse reajuste, que provoca um aumento no valor das bolsas, faz com que a pesquisa e extensão tenham novamente uma atenção maior, tendo os estudantes maiores condições para se dedicarem a sua vida acadêmica e permanecer na universidade. No cenário local da nossa universidade, o reajuste nas bolsas CAPES e CNPQ alteram de fato o cotidiano dos estudantes e atrai novos olhares para o ensino, pesquisa e extensão”. A constatação é de Daniel Balin, coordenador-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM.

Porém, destaca o acadêmico, o contexto de bolsas internas da instituição terá que ser reavaliado, para que alcancem um aumento no quantitativo, tendo uma oferta “compatível com o cenário nacional”. Segundo Bain, essa tarefa é um “problema a ser resolvido, tendo em vista que o orçamento aprovado, ainda no governo Bolsonaro, para 2023 não é suficiente para o aumento real nessas bolsas específicas da universidade, que atenderam mais de 6 mil estudantes durante o ano de 2022…”

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3 Comentários

  1. Pelo jeito estão na toada ‘vamos fazer como sempre foi feito’ e ‘é só jogar dinheiro no problema que resolve’. Boa sorte a todos os envolvidos.

  2. Bom, Terra Brasilis. Dão premio destaque em ciencia para gente das letras. De longe se ve que não é serio. Pesquisa, na grande maioria dos casos, além de servir para publicar paper e promover a carreiras dos ‘pesquisadores(as)’ só faz é reproduzir o sistema. Forma-se mão de obra para formar mão de obra. Só que as perspectivas não são as melhores. Antes da pandemia pessoal terminava o doutorado e se escorava numa universidade particular esperando abrir concurso numa publica (dependendo do grau de eugenia alguns até entravam). Depois da pandemia, ensino a distancia teve um salto, curva demografica, diferenças culturais das novas gerações, as privadas encolheram. Bastante. Obvio que o publico não vai absorver tudo e o prognostico é o crescimento de peões e peãs com diploma de doutor.

  3. De novo. 80% da produção nacional é do sistema estadual paulista. Malandros(as) gostam de falar que é ‘80% vem do sistema publico’. Alas, muita mentira (com finalidade de ‘defender’ o sistema) sai neste assunto. Franceses não querem saber mais de croisssant, só querem saber de pão de queijo. Que só é possivel porque a UFMG ‘desenvolveu um processo de congelamento revolucionario e recebe fortunas de royalties com a patente’. Franceses continuam com o croissant. Que é feito com manteiga francesa que tem teor maior de gordura (e mão de obra local). Como o algodão egipcio, só tem lá. UFMG de fato participou na questão do pão de queijo. Mas a questão toda foi com o fermento que estavam adicionando.

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