Do portal especializado Congresso em Foco / Reportagem de Edson Sardinha
O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu, em parecer enviado na quarta-feira (12) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso do poder político. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, concluiu que Bolsonaro cometeu ilegalidade ao atacar o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas durante reunião com embaixadores no Palácio do Planalto, em julho, sem apresentar qualquer prova. O processo, movido pelo PDT, está sob sigilo por determinação do relator do caso no TSE, o ministro Benedito Gonçalves.
A expectativa é de que a denúncia seja apreciada pelos ministros entre o final de abril e o início de maio. Se o tribunal concluir que Bolsonaro se valeu do cargo que ocupava para influenciar o voto do eleitor, o ex-presidente ficará inelegível por oito anos a partir de 2022. Ou seja, ele só poderia voltar a disputar as eleições municipais em 2032. Gonet não denunciou o general Walter Braga Netto, que era vice na chapa de Bolsonaro.
Esse não é o único problema enfrentado pelo ex-presidente na Justiça eleitoral. Ele é alvo de outras 16 investigações no TSE, que também podem tirá-lo das eleições por um período em função de denúncias de abuso de poder político e econômico. Veja as acusações:
– Uso eleitoreiro de programas sociais durante a campanha eleitoral: “antecipação da transferência do benefício do Auxílio-Brasil e do Auxílio-Gás; aumento do número de famílias beneficiadas pelo Auxílio-Brasil; antecipação de pagamento de auxílio a caminhoneiros e taxistas; programa de negociação de dívidas com a Caixa Econômica Federal; liberação de FGTS futuro para financiar imóveis; anúncio pela Caixa Econômica Federal de crédito para mulheres empreendedoras; crédito consignado do Auxílio-Brasil; vantagens a concursados de segmentos alinhados a Jair Bolsonaro”.
– Denúncia do PT de uso de “ecossistema de desinformação” formado por perfis bolsonaristas a partir da estratégia digital do vereador Carlos Bolsonaro.
– O ex-presidente enfrenta três ações sobre o uso eleitoral do desfile de 7 de Setembro, no ano passado, durante as comemorações do bicentenário da Independência.
– Outras três ações apuram se o ex-presidente cometeu abuso durante viagens oficiais para o funeral da rainha Elizabeth II e para a ONU.
– Três ações contestam a utilização do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para a campanha eleitoral, por meio de lives e eventos.
– Denúncia de tratamento privilegiado da Jovem Pan a Bolsonaro durante o período eleitoral.
– Campanha paralela por empresários, pastores e entidades religiosas
– Investigação de mensagens de apoio a Bolsonaro enviadas por número do governo do Paraná
O TSE é formado por sete ministros: três procedentes do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados indicados pelo Supremo.
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Cavalão é o I-Juca-Pirama da politica nacional. Nada fora do esperado. ‘Uso eleitoreiro de programas sociais’ é inédito ninguém nunca fez. PT nunca teve um ‘ecossistema de desinformação’. Por aí vai. Lembrando que se o candidato não pedir voto ou não anunciar candidatura antes do periodo legal não é considerado pré-campanha pela justiça eleitoral. Coisas erradas podem ser até ter sido feitas. Dois erros não fazem um acerto. Mas não deixa de ser hipocrisia. Vamos ver o que isto resulta.