“…Não, eu não ia escrever sobre Mercedes. Não ia mesmo. Muitos já o tinham feito. Até que no primeiro domingo após a morte da cantora me deparo com a coluna de Rogério Mendelski intitulada “Mercedes, a comunista”. Poucas vezes li algo tão imbecil.
O colunista do Correio do Povo (a cada dia melhor) escreve abaixo do título: “A cantora Mercedes Sosa, falecida recentemente, só ficou famosa porque era comunista militante e filiada ao PC argentino”. Uau! O PC argentino não é um partido político com pequena representatividade eleitoral. Não. É uma máquina de propaganda stalinista capaz de alçar aos píncaros da glória uma cantorazinha qualquer. Impressionante a perspicácia do colunista. Nunca ninguém sequer imaginou tal coisa…
… . Da mesma forma quando os filhos da elite agropecuária rio-grandense dançavam ao som dos carnavalitos de “la negra”, em plena Tertúlia Nativista de Santa Maria, entusiasmados e buscando uma boca companheira para fechar a noite e começar a vida. Tudo coisa de malditos comunistas que, ao seguir o raciocínio do colunista Rogério Mendelski controlam com mão de ferro a indústria fonográfica mundial, um sabido e notório antro de comunistas. Foram eles que fizeram Mercedes Sosa gravar a revelia da população pia e honesta 49 discos de alta vendagem no mundo todo. De tocar com os principais artistas internacionais (claro que todos devem ser malditos comunistas, né Mendelski) da ópera até o jazz, passando pelo…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do texto “Mercedes, a comunista, gracias a la vida”, do colaborador semanal deste site, Carlos Dominguez. Formado pela UFSM e pós-graduado em Comunicação e Cultura na UFRJ, Dominguez é repórter freelancer, professor do Curso de Jornalismo da UFSM/Cesnors em Frederico Westphalen e coordenador da Agência de Notícias Da Hora. O texto foi postado há instantes, na seção “Artigos”. Boa leitura!
Sou favorável a que todos os tipos de tendências politicas tenham direito a se expressar, desde que não ajam de forma a pregar crimes como o racismo. Mas, concordo com o Dominguez, Mendelski, há muito tempo, perdeu o trem da história e continua fazendo os duscursos da época da Guerra Fria. Infelizmente, a Record comprou o Correio do Povo, e se era para melhorar o jornalismo no estado, ainda não disse a que veio.