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Esperando para dizer que eu avisei – por Daiani Ferrari

Estamos a alguns dias do que dizem ser o fim do mundo, 21 de dezembro, e é engraçado ver as pessoas assustadas com isso e levando adiante teorias dos acontecimentos que virão nesse e nos próximos dias. Mas seria um fim-fim mesmo? Não me debrucei exaustivamente sobre o tema (tenho preguiça para isso), ouço uma coisa aqui e outra ali e vou rindo um pouco. Dia destes, na academia ouvi sobre um grande acontecimento, cujas consequências seriam a falta de energia, tempestades, escassez de alimentos e cheguei a perceber certa preocupação em estocar comida e água para futuras emergências. Pura bobagem, pensei. Talvez, essas pessoas se referissem a profecia dos Maias, civilização que acredita que a partir de 21 de dezembro teremos o início de uma nova era.

No ano passado, estive em Chichén Itzá, no México, cidade maia em que conhecemos uma pirâmide que guarda teorias sobre os estudos daquele povo. Contam, lá, que a pirâmide com quatros lados possui 91 degraus em cada um deles que, juntos, formam 364, e somados ao último degrau totalizam 365, o mesmo número de dias do ano. Segundo a profecia, no dia 21 o sol entrará em alinhamento ao topo dessa pirâmide e será o início dessa nova era. Só não me perguntem sobre as seis horas que sobram a cada ano e que depois de quatro formam o ano bissexto. Essa parte eu não ouvi. A julgar pela grandiosidade da pirâmide e da estrutura e beleza do local e seu entorno até chego a dar algum crédito a eles. O encantamento que o local nos causa é diretamente proporcional ao calor que faz. Seria um sinal do que está por vir?

Baseado nisso (ou não), andou circulando um e-mail falando que as mudanças começam em 2012 e vão até 2018, com quase toda a humanidade eliminada ou enviada para outras dimensões. Esse material virou febre, contribuiu para que as pessoas falem ainda mais sobre o assunto. E mais do que falar, elas acreditam (ou quase acreditam) que os eventos relatados podem acontecer. Além disso, os acontecimentos das últimas semanas, como temporais que causaram estragos na cidade e as variações climáticas – dia muito quente seguido de outro com chuva muito forte, contribuíram para que as pessoas ficassem mais apreensivas.

Não acredito nessas coisas, óbvio, mas existem pessoas já se preparando para os dias difíceis, para viver na escuridão e sem as coisas que atualmente parecem ser as mais essenciais, as modernidades do dia a dia. Acredito ser ilógico pensar que dia 21 será o fim de tudo – tudo mesmo – ou o fim de tudo que nos conforta materialmente. E para alguns esse é o caminho do raciocínio sobre uma nova era. Já termos chegado a um nível tecnológico muito alto dá razão aos que acreditam que o mundo em que vivemos é uma bolha que está a ponto de estourar. Teremos ainda mais tecnologia além da que já temos? Aposto que sim.

E se esse fim estivesse realmente batendo a nossa porta, teríamos que simplesmente no dia 21 nos despedir e sentar para esperar acabar? Ou se fosse o início de uma nova era teríamos que aproveitar ao máximo a televisão, o telefone, o computador, o banho quente e uma Coca-Cola com gelo? Sei não, acho que isso é ser muito pessimista. Na minha modesta opinião, dia 21 será calor, calmo, sem movimento no cartório, teremos uma janta de final de ano e dormiremos alegres depois de uma ou duas espumantes. No dia 22 nem lembraremos que o mundo ou a luz deveriam ter acabado no dia anterior. Acho que esse povo anda vendo muito seriado de ficção na televisão.

 

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