O governo e seus aliados estão decididos a ver o parlamento decidindo sobre o plebiscito para tratar da reforma política. Bueno, há quem não concorde – especialmente a oposição e a parte grandona da mídia tradicional. É da democracia, não? Basta que debatam e façam valer seu ponto de vista no Congresso.
Sim, porque, no final da tarde desta segunda, a presidente Dilma Rousseff anunciou o envio da proposta para discussão e decisão dos congressistas. Os detalhes chegam através de material originalmente publicado na versão online da Folha de São Paulo. A reportagem é de Tai Nailon e Breno Costa. A seguir:
“Dilma enviará nesta terça mensagem ao Congresso para o plebiscito
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (1º) que irá mandar amanhã minuta com as “balizas” que nortearão a convocação de um plebiscito para a reforma política pelo Congresso Nacional.
Ela interrompeu reunião ministerial … na Granja do Torto, em Brasília, para anunciar a decisão. Segundo ela, não serão enviadas sugestões de perguntas, mas “linhas gerais” para a elaboração da consulta popular.
“Uma consulta sobre reforma política ela não pode ser exaustiva no sentido de que tenha muitas questões”, disse. “Nós não vamos dar sugestão de pergunta porque não somos nós que vamos fazer as perguntas”, completou.
“Está claro na constituição: quem convoca, quem tem poder convocatório é o Congresso Nacional, Câmara e Senado, por isso eu insisti na palavra: é uma sugestão…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Plebiscito marketeiro. É como se o governo fosse fazer uma torta e fizesse um plebiscito para definir a cor do glace, o lugar da cereja e deixasse o resto para o congresso definir. O mesmo congresso da crise de representação.
Financiamento de campanha pode ser público, mas quem define o tamanho da conta e como são divididos os recursos? Poderia ser privado proibindo a doação de pessoa jurídica. Ou poderia continuar misto com a mesma proibição.
A votação poderia ser proporcional com lista aberta ou com lista fechada. Poderia ser distrital com um ou dois turnos com lista aberta ou fechada. Ou poderia ser voto distrital misto.
Em lugar algum se fala em modificar o funcionamento interno dos partidos, que continuam estruturas oligárquicas e hierarquizadas. Não se fala em primárias. Minha tendencia é votar em branco.