A praça Saldanha Marinho, a arte e os livros – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa
No mês de maio, em Santa Maria, rimamos Praça, livro e Arte. A Praça Saldanha Marinho, no mês de maio, torna-se o centro nevrálgico da Cultura na “Boca do Monte”, pois as diferentes linguagens das artes tornam-se a mediação da prática social das pessoas que vivem e dão vida a Feira do Livro de Santa Maria.
Sob as imensas copas de frondosas figueiras as pessoas andam, excitadas e felizes, em busca de seus delicados e sensíveis objetos de desejos: os livros. Na Praça Saldanha Marinho dá-se o maravilhoso encontro entre o Poeta e seu leitor, o narrador e seu interlocutor, a harmonia musical e tímpanos aguçados, o Teatro, o Artista e seus espectadores.
Os mais diversos tipos de livros, que existem na praça, transformam-se em instrumentos criativos que são capazes de propiciar, para as pessoas em suas confortáveis casas, viagens através do espaço e do tempo. Nos livros que lemos, vislumbramos as formas de vida do passado, que vivemos ou não, encontramos subsídios para compreender e transformar o que estamos estabelecendo como prioridades para nossas vidas e o tipo de relação social que estamos vivificando com nossa, consciente ou não, forma de vida.
O livro é, também, um bem cultural que alimenta nosso mundo de sonhos e, ao mesmo tempo, uma imensa nave que poderá nos auxiliar, no presente, na construção de um futuro de superações, transformações para que nossa vida social seja produtora de almas cada vez mais leves e que nossas formas de vidas sejam mais dignas de serem vividas.
Viajando no tempo, através do livro, vamos nos deparar com “Édipo Rei” de Sófocles, “Crime e Castigo” de Dostoiévski, “Hamlet” e “Otelo” de William Shakespeare, clássicos que tratam sobre aquilo que diz respeito aos grandes dramas da alma humana. Com o livro viajamos para fora do nosso mundo vivido e ao mesmo tempo, o livro, nos guia para adentrarmos de forma profunda para nosso mundo interior e, nesta viajem adquirimos conhecimento para nos tornarmos capazes de entender as diferentes facetas que produzimos em nossas práticas sociais e, neste contexto, nos capacitamos para decifrar e explicar o enigma contido naquilo que chamamos de condição humana.
O livro é uma panorâmica janela que descortina, para nosso pensamento, o plural e paradoxal jardim de nossas vidas e, ao mesmo tempo, vira um vetor que é capaz de virar um guia para nossa travessia da vida cotidiana em busca de um futuro com mais encantamento e generosidade.
A Praça Saldanha Marinho, em maio, vira lugar de livro e agrega pessoas que gosta dos diferentes saberes que nele encontra-se. O grande Mario Quintana já dizia: o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê. Em maio, a nossa Praça vira uma bela e singular Ágora grega, pois lá dialogamos sobre livros, cultura, política e, porque não, refletimos sobre o destino de nossa polis.
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