MEMÓRIA. Com muita tristeza, e também claros sinais de campanha eleitoral, Eduardo Campos é sepultado
Especificamente sobre as consequência eleitorais da morte de Eduardo Campos, com destaque para o que poderá acontecer no PMDB e no PSB gauchos (sim, haverá mudanças), você lerá em nota que é produzida agora, para publicação no início da madrugada.
Fiquemos, aqui, com o que aconteceu hoje em Recife. Muita tristeza – a final, não é de graça que Campos foi reeleito, há quatro anos, com mais de 80% dos votos – e também campanha presidencial, que pode ser vista pela disseminação da frase final do então candidato em entrevista ao “Jornal Nacional”. A expressão “Nós não vamos desistir do Brasil” acabará se transformando no lema da candidatura de Marina Silva, virtual substituta do candidato desaparecido.
Para saber mais do velório e sepultamento do ex-candidato do PSB à Presidência da República, acompanhe o material produzido e distribuído pela Agência Brasil. A reportagem é de Ivan Richard, com foto de Fernando Frazão. A seguir:
“Sob gritos de “guerreiro do povo brasileiro”, Campos é enterrado no Recife
Mais de cem horas após o acidente aéreo que resultou na morte de Eduardo Campos e de mais seis pessoas, o corpo do ex-governador de Pernambuco foi enterrado há pouco ao lado do avô, Miguel Arraes, no Cemitério de Santo Amaro, em uma sepultura simples, sem luxo, rodeada apenas de flores e placas de mármore com identificação. Fogos de artifício e gritos de “Eduardo, guerreiro do povo brasileiro” marcaram o encerramento da cerimônia.
Nas ruas, nos bancos, nas calçadas em cima dos jazigos – alguns seculares de mármore –, cada metro do Cemitério Santo Amaro foi disputado pelos admiradores do ex-governador na chegada do caixão com os restos mortais do político ao local. As vias próximas ao cemitério estavam cheias de ônibus com caravanas de várias cidades do estado. Segundo a Polícia Militar, 150 mil pessoas passaram pelo velório de Campos, na sede do governo de Pernambuco.
“Viemos prestar nossa solidariedade e agradecer tudo de bom que ele fez pela gente” , disse Mikaela Kalina, de 26 anos, que saiu da cidade de Ribeirão, a aproximadamente 100 quilômetro do Recife. Com ela, mais 300 pessoas foram ao Recife na caravana de oito ônibus.
Próximo à cova, apenas a familia e amigos. Houve chuva de flores. O último adeus ao pai, irmão, filho, tio, neto, sobrinho foi observado atentamente pela multidão, que gritava pedindo justiça e que as causas do acidente sejam esclarecidas. A esposa, Renata Campos, quatro dos cinco filhos do casal, a mãe, Ana Arraes, que estiveram ao lado do caixão desde a madruga quando foi trazido de São Paulo, e o irmão, Antônio Campos estavam entre os mais emocionados…”
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