OBSERVATÓRIO. Uma semana para esquecer: Ildo, Ruth e Maciel, personagens que são parte da história
Houve fatos bastante relevantes, nos últimos dias em Santa Maria. E que, com certeza, poderiam receber a devida atenção da mídia, quem sabe ponteando as capas dos jornais e ganhando espaço mais que nobre nas emissoras de rádio e televisão e aqui mesmo, nesse nem sempre humilde espaço na grande rede.
Notou o leitor, para ficara apenas num exemplo, que todos praticamente esqueceram do que aconteceu na Nova Santa Marta? Parece até que as condições melhoraram tanto que, simplesmente, nem notícia mais aquela região da cidade gerou. É o cotidiano frenético das redações, levadas a fatos novos a cada dia.
E, nesta semana, convenhamos, as novidades abundaram. Para um público mais restrito, embora nada pequeno, a semana começou com a morte de Ildo Callegari. O “gordo” – ou o “gringo” – era um gritalhão embestado e sabia como defender suas ideias. Tanto que era respeitado, e muito querido, até por adversários com os quais digladiou. Fará falta, muita falta, o Ildo que morreu na noite de segunda e foi sepultado na tarde do dia seguinte.
Como, certamente, por muito tempo se sentirá a ausência da professor Ruth Farias Larré. Falecida na madrugada de quarta e sepultada na tarde do mesmo dia, ela era venerada, justificadamente venerada por quem ama as letras e o idioma de Camões (ainda que o francês também lhe honrasse a qualidade). E cujo desaparecimento trouxe justificada consternação no meio cultural e educacional.
Pois, quando tudo se encaminhava para um final de semana como praticamente todos os outros, eis que, pego no contrapé de uma operação da Polícia Federal que não lhe dizia respeito, o radialista e vereador do PMDB, João Carlos Maciel (que já tem lá suas encrencas legais ainda sob análise de quem de direito, o Judiciário) se viu detido, primeiro, preso, depois, ainda que provisoriamente, e por fim libertado na noite desta sexta, por conta de uma batelada de medicamentos encontrada no escritório de seu programa na Rádio Medianeira.
Aqui há um componente politico ainda impossível de ser medido na sua totalidade. Mas, com certeza, como preliminar, já se pode afiançar: por conta de ser o único (e conhecido) nome divulgado pela mídia, os prejuízos são inevitáveis. Ainda que, lá adiante, possa vir a ser inocentado – como acreditam ele próprio e seus advogados. Como se diz, o estrago já está feito.
O que há em comum, nos três episódios listados e que se configuraram no destaque da semana. Aparentemente, nada. Mas só aparentemente. Afinal, cada qual do seu jeito, e sem qualquer juízo de mérito, Ildo, Ruth e Maciel são pessoas dessa cidade. Aqui nasceram e ou viveram ou para cá chegaram e fizeram sua história. Dois ficarão nela permanentemente. E o terceiro precisa, antes de tudo, sobreviver. Aí, se verá. Mas demora. Ah, demora.
LUNETA
PT elege Coordenadoria regional neste sábado. A ideia é fazer do encontro, além de homenagem a Ildo Callegari, momento de unidade diante das adversidades da conjuntura.
Entre a intenção e a realidade vai uma distância que pode ser medida pelo grau de rivalidade de cada uma das correntes que integram a sigla. Haja desprendimento para alcançar o objetivo. Melhor aguardar.
Depois de mais de mês de desassossego, barnabés estaduais começaram a receber seus salários. E numa vez só. Parte significativa, inclusive, já recebeu entre quarta e sexta. Mas há um grupo que ainda espera por segunda e terça.
No primeiro dia da semana vão receber policiais civis (exceto delegados) e brigadianos (exceto capitães e demais oficiais).
Também na segunda, serão pagos funcionários da Susepe e Institutos, exceto os técnicos penitenciários e peritos. Igualmente receberão seu troco os funcionários da saúde de nível médio e CCs vinculados ao quadro geral.
Faltou alguém? Sim, os mais graúdos. Estes vão ser pagos no último dia do mês, a terça, 31. Daí é começar a rezar, porque abril promete ser bastante tenso, no funcionalismo estadual.
O que a Câmara de Vereadores fará com João Carlos Maciel, quando este retornar à ativa, após um período na Penitenciária Estadual?
A impressão deste editor é que nada. Isto é, não há o que fazer, em princípio. Exceto desconhecer o fato, como tentou-se nos últimos dias. Há questões legais a ser cumpridas, mas não necessariamente políticas.
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