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Vale para Santa Maria. Surge nova categoria de analistas políticos, os “profetas do passado”

Conversei na manhã desta quinta-feira, por alguns minutos, com Alexandre de Grandi. Ele dirige a rádio Santamariense, da qual também é um (cada vez mais) diligente repórter. Foram poucos minutos antes do encontro entre o atual e o futuro prefeito de Santa Maria, no 7º andar do Centro Administrativo. O assunto: a entrevista coletiva de Cezar Schirmer, pouco depois do meio dia de terça-feira, num dos anexos do Restaurante Augusto. Concordamos ambos: havia repórter de menos e… bem, deixa pra lá, que tanto eu quanto o Alexandre precisamos sobreviver.

 

Metáfora? É. Talvez. Mas quem sabe lendo o trecho a seguir, extraído da excelente seção “Circo da Notícia”, assinada por Carlos Brickmann, no Observatório da Imprensa, você avança um pouco mais e, quem sabe, intua sobre o que Alexandre e eu conversamos. Ou me pergunte, ou a ele. Mas não dá para escrever. Ainda. Ah, acompanhe o texto do Brickmann:

 

“APÓS A CAMPANHA – Chegou a hora de liquidar os feridos

Nas guerras do Sul da América, havia um tipo especial de guerreiro que acompanhava as tropas: os degoladores. Sua função era circular pelo campo de batalha após os combates e degolar os feridos.

A imprensa também tem disso: terminadas as eleições, aparecem os degoladores, que não se manifestaram durante a campanha e, definidos os perdedores, trituram as estratégias que, é óbvio, dizem, não poderiam dar certo. Em seguida, vêm os louvores à estratégia dos vitoriosos que, é óbvio, dizem, foi genial e tinha de dar certo. É um belo subproduto da profissão: os profetas do passado.

Se a estratégia de um candidato estivesse tão claramente errada, não seria difícil analisá-la durante a campanha, prevendo que não poderia dar certo. Mas aí a coisa é mais complexa: envolve a exposição do raciocínio do analista. E se o candidato da estratégia errada, por pura e simples vontade de contrariar o óbvio, dá de ganhar a eleição?

Já aconteceu e não foi uma vez só. Jaques Wagner ganhou o governo baiano no primeiro turno, quando toda a expectativa era de que, se chegasse ao segundo turno (onde certamente perderia), já teria cumprido seu papel. Luiza Erundina virou as eleições paulistanas em poucos dias e ultrapassou os favoritos Paulo Maluf e João Leiva. Yeda Crusius, que nem iria para o segundo turno, é a governadora do Rio Grande do Sul. Luizianne Lins, rejeitada até por seu próprio partido e abandonada à própria sorte, derrotou o favoritíssimo Inácio Arruda em Fortaleza. Às vezes, o fenômeno acontece em massa: a Arena, partido dos militares no poder, era tão favorita nas eleições de 1974 que quando Franco Montoro previu a vitória do MDB em 15 Estados todo mundo deu risada. Pois foi surrada em todo o país. Como dizia Magalhães Pinto, velho sábio da política mineira, “eleição e mineração só depois da apuração”.

Então, caro colega, quando os iluminados surgirem com suas previsões do passado, procurando destruir de vez os que foram derrotados, sejamos condescendentes. Não podemos levá-los a sério. Nem esquecer que estão, na verdade, apenas bajulando os vencedores e tripudiando sobre os vencidos…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da mais que saborosa seção “Circo da Notícia”, assinada por Carlos Brickmann e publicada no sítio Observatório da Imprensa.

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