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Reportagem expõe “malandragem” no Camelódromo

Em trabalho do repórter Carlos Spall, o programa Central CDN, da rádio CDN, mostrou nesta sexta-feira parte do que acontece no Camelódromo de Santa Maria – que será extinto como existe hoje e deverá ser transferido para o Shopping Popular, a ser instalado no prédio do antigo Cine Independência. A autorização para compra do imóvel, pela prefeitura, foi concedida ontem, pela Câmara de Vereadores.
      Spall mostra as verdadeiras negociatas, e algumas claras ilegalidades, que acontecem bem no centro da cidade. Confira, a seguir, na íntegra, o texto publicado no site da rádio CDN (www.rdcdn.com.br), com os detalhes da reportagem.
     
      A malandragem no Camelódromo de Santa Maria: camelôs compram, vendem, alugam bancas e ainda contratam funcionários para trabalhar
     
      Carlos Spall
     
      O camelódromo principal da Avenida Rio Branco, localizado entre as ruas Venâncio Aires e Andradas, possui 54 bancas. Vinte delas trabalham com funcionários. Esta é apenas uma das ilegalidades conferidas pela reportagem no camelódromo. O Decreto Executivo de 29 de março de 1994, assinado pelo então prefeito José Haidar Farret, estabelece normas de utilização e funcionamento. Somente o permissionário pode utilizar o box, não sendo permitidos transferência, venda, aluguel ou qualquer outra condição que se afaste do nome do cadastro. Esse controle deve ser exercido pela Secretaria Municipal de Finanças. Mas a realidade é bem diferente da que está no papel em sucessivos decretos e leis que pouco alteraram a informalidade exercida de forma ilegal.
     
      A reportagem percorreu todas as bancas. Além desses vinte funcionários, o camelô Paulo Santana admite que em época de Natal são contratados por banca mais dois auxiliares de vendas.
     
      Na relação dos camelôs cadastrados na prefeitura, de 54 bancas, apenas 16 permissionários foram localizados. Quatro camelôs admitiram à reportagem que alugam o box. Três são sócios de outros supostos camelôs. Dois disseram que compraram a banca. Para comprovar é fácil, basta conferir o nome cadastrado na prefeitura, que não fecha com o camelô que faz o atendimento. As irregularidades não param por aí. Um camelô disse que é dono de três bancas e outros três afirmam controlar dois boxes.
     
      Sentada na banca onde vende principalmente utensílios domésticos, uma das vendedoras mais antigas denúncia outra prática ilegal. Segundo ela, até o próprio presidente da categoria, compra mercadorias em grande quantidade, consegue menor preço, e repassa para serem vendidas por ambulantes.
     
      Na rua, na calçada e na boca do povo. A mulher afirma ainda, que tem conhecimento do aluguel e da venda de permissões para trabalhar nos boxes.
     
      O que a vendedora diz, uma colega comprova: ela mesma aluga outra banca.
     
      As normas de funcionamento estabelecem ainda que os permissionários não podem exercer outras atividades de renda. Porém, a maioria deles afirma que faz bicos para se sustentar.
     
      Já no Camelódromo B, localizado no lado que sobe à Avenida Rio Branco, entre Silva Jardim e Venâncio Aires, 32 camelôs vendem muambas mais simples. Os eletroeletrônicos encontrados mais acima dão lugar CDs piratas e brinquedos. Oito estão ilegais, sendo administrados por funcionários. Nenhum disse quanto recebem, apenas admitiram o suficiente para o sustento. Sete estavam fechados quando a reportagem foi ao local.
     
      Cada camelô deve pagar mensalmente R$ 43 como taxa de uso do solo. Eles também devem usar crachás doados pela prefeitura, mas nenhum estava identificado. O não cumprimento das determinações acarreta suspensão das atividades dos camelôs por dez dias e o cancelamento definitivo do uso do box. A fiscalização no entanto não é realizada pela prefeitura, quem afirma é um próprio camelô.

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