Sonho. Yeda não descarta a Presidência. Mas tem, antes, um problema grandão, chamado Feijó

Geeente!!! Até parece a prefeitura de Santa Maria, de uma década atrás para trás. Lembra? Não havia Cristo que fizesse o prefeito se entender com o vice. José Farret brigou com Erony Paniz. E mais tarde ignorava, politicamente, Sérgio Cechin – embora tivesse com ele uma relação formal e até respeitosa.

Evandro Behr, entre as duas administrações Farret, teve Luiz Carlos Druzian, do DEM (que então era PFL), como parceiro de administração. Mas a convivência não era exatamente fraterna, do ponto de vista político, embora a relação pessoal fosse preservada. E Osvaldo Nascimento, em sua segunda administração, chegou a retirar o gabinete do vice, Marineu Ziani, um ano depois do início do mandato, descontente com as atitudes do demista (então pefelista), quando do seu período de férias.

Convenhamos, trata-se de um histórico nada recomendável. No entanto, pensando melhor, nenhum dos casos listados acima é sequer parecido com o que vemos hoje no Rio Grande do Sul. Sim, as divergências entre nossos alcaides e vice-alcaides se deu ao longo do mandato. Nunca antes, como no caso do Governo do Estado de agora. Que, por sinal, só piora.

Yeda Crusius e Paulo Feijó, é a impressão que passam, simplesmente não se suportam. Nem pessoal, muito menos politicamente. E mais: brigam à luz do dia e à frente do distinto público. Ela, com o poder da caneta, não dá a mínima para ele – que é formalmente vice-governador e só incomoda. A começar com a cisma dele em relação ao Banrisul e à sua diretoria.

Enquanto isso, e enquanto a administração estadual, por conta desse bafafá sem solução à vista, se desmilingue politicamente, a governadora dá uma entrevista ao principal site de informações do país, o G1, portal da Globo, em que admite até sonhar com a Presidência da República.

Coloca, e é preciso que se ressalve isso, não se tratar de um plano. Mas é, sim, um projeto, como deixa suficientemente claro. No entanto, ao ser confrontada, pela repórter, com o enrosco envolvendo Feijó, Yeda não mede palavras. E ela não poupa, claro, o próprio partido do seu vice, o DEM, sobrando também para o presidente gaúcho da sigla, o médico veterinário formado pela UFSM, Ônix Lorenzoni – que pretende concorrer à Prefeitura de Porto Alegre e é, também, o líder da sigla na Câmara dos Deputados. De onde comanda um tipo de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o qual a governadora também não concorda.

É um verdadeiro barraco, cá entre nós. O problema, bem, o problema é o distinto público. No caso, 10 milhões de gaúchos. Que, afinal de contas, são governados por ela. E também por Feijó – nunca é demais lembrar que a chapa era composta por ambos.

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a entrevista concedida pela governadora Yeda Crusius à repórter Maria Angélica Oliveira, da sucursal paulista do G1, o portal da Globo. Ah, o texto tem como título “Yeda cogita ser primeira mulher Presidente”.

Leia também a notícia “Paulo Feijó irá ao Ministério Público Federal sobre caso Banrisul”, publicada pelo ClicRBS, com informações da Rádio Gaúcha.

Você também pode conferir o que pensam os deputados sobre o enrosco Yeda x Feijó, lendo aqui a reportagem “Deputados analisam a crise entre a governadora e seu vice”, assinada por Vanessa Lopez e distribuída pela Agência de Notícias da Assembléia Legislativa.