Arquivo

A resposta do Sinprosm a Luciano Ribas

Se você não leu, leia agora o texto que contesta artigo publicado no site, em 7 de maio, assinado pelo colaborador do site, Luciano Ribas.

A propósito do artigo ”Sobre piolhos e livros”, do colaborador deste site, Luciano Ribas, recebi o texto que reproduzo abaixo, na íntegra, assinado por Antônio Lídio de Mattos Zambon, Rúbia Brum, Maria Cristina Rigão Iop e Leda Marzari, coordenadores do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria:

”Claudemir, não podíamos deixar de nos manifestar diante do precioso artigo intitulado “Sobre piolhos e livros” de Luciano Ribas, publicado nesse site. Nele, com muita propriedade, o nosso secretário de Comunicação discursa sobre o piolho e sobre o fato de que “pessoas com todas as intenções possíveis, desde mães desesperadas em garantir a saúde dos seus rebentos até chefes nazistas decididos a limpar os “hóspedes” de seus campos de concentração, recorreram ao expediente de raspar a cabeça das vítimas do indesejado inseto”.

Fala ainda que ao longo da evolução da sociedade se descobriu “que existem remédios muito mais eficientes e dignos para as nossas muitas enfermidades e para pragas como os piolhos do que a mutilação e o escárnio. E que não precisamos vitimar inocentes para extirpar o que julgamos ser o “mal”.

Um texto tão criativo, teve uma conclusão óbvia, vindo de um membro do Executivo: “o boicote à Feira do Livro vitima apenas as crianças, sem “curar” enfermidade alguma, real ou inflada pela vontade de quem quer que seja. O remédio é tão revelador de ignorância, inoportunidade e falta de sensibilidade quanto raspar os cabelos de uma criança e, ao arrancá-los, levar junto sua auto-estima. Coisa de professores de antanho, não dos que estudam, discutem e defendem o direito à diferença e a igualdade de oportunidades”.

Concordamos que raspar a cabeça das crianças não é saída para acabar com os piolhos. Assim como levá-los para VER livros em uma feira uma vez por ano não resolve o problema da falta deles nas bibliotecas das escolas. É contra esse mal que lutamos. O secretário deve lembrar disso porque essa era uma de nossas prioridades, apresentada em lista encaminhada à prefeitura durante as negociações pela reposição salarial. Boicotar a Feira não resolve o problema. Assim como a greve não resolve o problema. Assim como as paralisações não resolvem o problema. Mas, cruzar os braços diante de uma administração que não respeita a educação também não resolve nada e até piora a situação, porque faz parecer que essa cidade está repleta de alienados que não vêem as injustiças sociais que estão sendo provocadas.

No ano passado, O Sinprosm e a secretaria de comunicação já haviam discutido sobre essa questão do Boicote. A assessoria divulgou notas contra nossa decisão e não nos deu direito de resposta. Fomos censurados, um hábito tão abolido da sociedade quanto o ato de raspar a cabeça das crianças quando elas têm piolho.

Já que a criatividade do secretário permitiu a comparação com os piolhos, precisamos lembrá-lo ainda, que ele esqueceu de um pequeno detalhe: não basta raspar a cabeça de uma criança, para acabar com os piolhos que se espalham entre todas. Resumindo, não adianta custear o transporte de uma turma por escola até a feira e dizer que isso é incentivo à cultura. Queremos remédio urgente para a área de educação. Ou será que a prefeitura vai continuar nos torturando com a raspagem?

Revelador de ignorância, inoportunidade e falta de sensibilidade é o fato de um secretário de Comunicação do município criticar de forma arrogante uma decisão de toda uma categoria. Só podemos acreditar que o secretário não se deu conta que chamou mais de setecentos professores que estavam na assembléia que tomou a decisão de boicotar a feira de ignorantes e insensíveis. Com certeza, um secretário do município não teria feito tal afirmação se tivesse consciência do que realmente estava dizendo.

Para concluir, o secretário esqueceu de mencionar um fato importante: o piolho era uma das dez pragas do Egito enviadas por Deus para que Faraó libertasse o povo de Israel, que era escravo no Egito. A história bíblica ocorreu 1,3 mil anos antes de Cristo, mas o piolho atormenta a humanidade até hoje. Mas, assim como evoluíram os tratamentos contra o piolho, outras pragas surgiram na sociedade. As más administrações são uma delas. Talvez, assim como as pragas do Egito, essa também tenha um significado importante: é hora de todos valorizarem mais o seu voto e não dar mais ele a quem nega à população direitos básicos como o da educação e o respeito.”

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo