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CPI DA CORRUPÇÃO. Base governista aprova seu relatório e oposição apresenta outro, em separado

Desde o primeiro instante, o leitor deste sítio não foi ludibriado. Se disse e escreveu aqui que nada aconteceria na CPI da Corrupção, da Assembléia Legislativa. A menos que a base governista aceitasse. Recusou – o que é seu direito legítimo. E, agora, concluído o trabalho, aprovou o relatório apresentado por seu representante, o tucano Coffy Rodrigues.

Stela Farias (ao fundo), PT, e Coffy Rodrigues, PSDB. Presidente e relator. Entendimento zero, desde o início da CPI
Stela Farias (ao fundo), PT, e Coffy Rodrigues, PSDB. Presidente e relator. Entendimento zero, desde o início da CPI

Para contrapor, a oposição também decidiu fazer um relatório. Em separado, foi apresentado à Comissão e será enviado às autoridades, inclusive Ministério Público e Polícia Federal, propondo o indiciamento de 32 pessoas – inclusive a governadora Yeda Crusius.

Cá entre nós, e muito respeitosamente a todos os parlamentares envolvidos no processo de apuração (ou não-apuração). Qualquer das duas posições está escorada em objetivos políticos muito claros. Se corretos ou não, prefiro me abster. Inclusive porque o futuro dirá. Mas que ninguém procure enganar quem quer que seja, por favor.

Seguem as duas reportagens, da Agência de Notícias da Assembléia Legislativa, a respeito dos episódios, ambos acontecidos nesta segunda-feira, no parlamento gaúcho. A primeira, sobre o relatório oficial aprovado pela CPI, com texto de Michele Limeira. A segunda, com o conteúdo do documento paralelo da oposição, com texto de Leonel Rocha. A foto é de Marcos Eifler. Confira:

O RELATÓRIO DA BASE GOVERNISTA

“CPI da Corrupção tem relatório aprovado por oito votos

O relatório final da CPI da Corrupção, apresentado pelo relator deputado Coffy Rodrigues (PSDB), foi aprovado no início desta noite por oito votos favoráveis e quatro contrários. A aprovação foi garantida pela base aliada e ocorreu após a leitura do documento de 103 páginas, que se estendeu durante quatro horas. Coffy procedeu à leitura, revezando a tarefa com os deputados governistas Adilson Troca (PSDB), Luciano Azevedo (PPS) e João Fischer (PP). A oposição, no período de encaminhamentos dos votos, entregou à presidente da CPI, deputada Stela Farias (PT), o voto em separado. A votação ainda foi precedida por troca de acusações entre base governista e oposição.  

O relatório final está organizado quatro partes, incluindo informações iniciais, exposição dos fatos tratados na CPI, apresentação de considerações sobre o funcionamento da CPI e conclusões. Em uma das partes mais extensas do relatório, Coffy apresenta “os trabalhos da CPI”. Composto por 35 páginas, é neste momento que o tucano relata aspectos que envolvem as oitivas realizadas. Ao expor os documentos utilizados pelo órgão, Coffy afirma: “Até agora nenhuma prova da existência do dito esquema organizado de corrupção a que fez referência a oposição, restou comprovado no Estado do Rio Grande do Sul. Repito: focos isolados de irregularidade existem, e foram todos combatidos no modo e forma previstos na lei”.

A conclusão visa derrubar um dos itens que consta no requerimento da CPI, assinado por 39 deputados, que supõe a existência de esquema de corrupção. O tucano também é enfático ao dizer que “nem um único fato ilícito foi apontado que envolvesse o nome da senhora governadora e…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

O RELATÓRIO DA OPOSIÇÃO

Oposição apresenta voto em separado

Os deputados da oposição que integram a CPI da Corrupção divulgaram em coletiva, na manhã desta segunda-feira (21), uma síntese do voto em separado que pretendem apresentar na última sessão do órgão técnico, agendada para a tarde de hoje (segunda). Para a presidente da CPI, deputada Stela Farias (PT), apesar das dificuldades encontradas durante os trabalhos, a investigação foi produtiva e chegou a importantes conclusões. “Em que pese toda a adversidade, todo o boicote, os deputados da oposição trabalharam e analisaram um conjunto muito grande de documentos. Temos consciência do dever cumprido”, avaliou Stela.

Conclusões
O texto do voto em separado, com 140 páginas, contém as principais conclusões da oposição sobre as investigações da CPI da Corrupção. Além de ser apresentado como relatório paralelo da comissão, os oposicionistas pretendem entregar cópias do documento aos Ministérios Públicos Federal, Estadual e de Contas, além da Polícia Federal. “O relatório do deputado Coffy Rodrigues é uma peça de defesa dos acusados. Por isso, elaboramos este voto em separado com base nos documentos e áudios da Operação Solidária”, explica o deputado Raul Carrion (PCdoB).

Indiciamentos
Os oposicionistas propõem o indiciamento de 32 pessoas, entre elas a governadora Yeda Crusius, por prática de improbidade administrativa, prevaricação e fraudes em licitações, entre outros ilícitos. No voto em separado, os parlamentares sustentam que o esquema de corrupção tem como pano de fundo o apoio político ao atual governo e a constituição da maioria parlamentar no Legislativo gaúcho. Eles…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras reportagens produzidas e distribuídas pela Agência de Notícias da Assembléia Legislativa.

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Um Comentário

  1. Claudemir,
    como sempre respeito a tua opinião. Entendo quando tu diz que as duas posições “estão escoradas em objetivos políticos muito claros”, mas, vamos e venhamos, qual dos dois relatórios é o mais realista?
    Com tudo o que já se viu e ouviu neste estado nos últimos tempos (mesmo que a RBS se esforce para o contrário) não há o que discutir.
    O relatório daquele arremedo de homem público tal de Coffy, beira o ridículo e coloca em teste a inteligência de um povo que sempre se orgulhou de ser o mais politizado do Brasil (se bem que quando um homem desses se elege, eu já começo a duvidar deste título).
    Tchê, o cara disse que não há corrupção no RS.
    Disse que “as denúncias são fruto de um ambiente de conflito exacerbado a serviço da disseminação de uma perseguição inquisitorial”… (alguém ditou isto para ele escrever, ele não tem capacidade para escrever tais palavras).
    O ambiente de conflito está exatamente dentro do Palácio, na base aliada. Nenhum petista disse que iria passar na empreiteira para pegar 50 quilos de costela (propina), nenhum petista disse que pegava dinheiro das estatais para fazer sua campanha política, nenhum petista disse que Yeda comprou sua casa com dinheiro da campanha. Então, onde está o conflito? Tudo veio à tona pela incapacidade do grande grupo que se formou na coligação gerenciar as propinas, foi apenas isto.
    O tal de Coffy ( que deve ser mais um dos orgulhos do PSDB gaúcho) se apega ao fato da Governadora ter sido excluída da ação proposta pelo MPF para dizer que não há prova contra ela. Ora, ela só foi excluída do processo por que houve o entendimento que chefes do Poder Executivo só podem ser julgados pelo Legislativo e pelo STF.
    Como ela tem maioria no Legislativo, acontece isto.
    Para o título de povo mais politizado eu já estou começando a mudar meu voto para Brasília (vejam o cúmulo), pelo menos lá, ao descobrir-se a roubalheira do Arruda, a reação foi imediata.
    Mais uma vez este governo do estado e TODOS os que estão nele envergonham a tradição da política gaúcha.

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