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Cuidado com os presentes – por Máucio

Dar presente exige talento, percepção e prudência. Sabedoria também. Tem cada um que a gente ganha, às vezes, que não se consegue entender o que passou na cabeça do presenteador quando o escolheu. Não vai me dizer que você nunca passou por uma situação de abrir um pacote e ficar meio sem jeito? Claro, alguns regalos podem ser dados de sacanagem também, mas não é disso que estou falando. Tô falando é de Presente de Grego mesmo, ou de Elefante Branco.

Uma vez ganhei um pé de cactos de aniversário. Nem conhecia a mulher, chegou pela primeira vez na minha casa com aquela planta espinhenta e me entregou. Claro que agradeci, mas no outro dia comecei a pensar numa estratégia de me desfazer. Não tenho nada contra os cactos, desde que não estejam ao alcance dos meus olhos ou mãos. Pensei, haverá de chegar alguém aqui em casa que ao olhá-lo dirá: que lindo! Foi a faxineira na manhã seguinte. Pronto, levou.

Em outra ocasião causei um problemão para um amigo, totalmente sem querer. Sua filhinha completava 7 anos exatamente num domingo de Páscoa. Cheguei no meio da festa – salão do condomínio – com uma gaiola e um coelho vivo. A ideia era ótima, oportuna. A criançada esqueceu-se de tudo e o animalzinho passou a ser a única atração do aniversário. No final, entretanto, o quadro se desenhou de forma mais realista para o casal de amigos. O coelho e a gaiola tiveram que ser levados juntos para o apartamento no 12º andar. O bichano conviveu com a harmoniosa família por dois ou três meses. Cyro lavava, pacientemente, o terraço todos os dias, pra tentar manter uma higiene mínima no ambiente, mas perdeu as estribeiras quando viu os cadernos de chamada da escola umedecidos pelo pipi coelheiro. Não teve dúvida, deu doril!

Outro amigo foi também agraciado com semelhante problema. Sua filha ganhou uma caturrita de presente. Isso só é melhor do que o filho ganhar uma corneta ou um tambor.

Os mais constrangedores, porém, são os presentes inadequados ou descabidos, que não possuem relação nenhuma com quem recebe. No meu entender, três tipos de presentes devem ser evitados: perfumes, roupas (e acessórios) e objetos de decoração para a casa. Perfume por motivos óbvios, a menos que você tenha intimidade suficiente pra saber exatamente a essência que o presenteado deseja. Mesmo assim sempre há riscos.

Roupa é outra lembrança problemática. Como saber o gosto do vivente? Moda é algo muito vulnerável e sempre tem alguém na loja pra te empurrar uma peça considerada do ¨último grito¨. Melhor não arriscar. É muito comum as mulheres comprarem camisa pro namorado, marido ou amigo. Isso é muito complicado pra quem recebe. Quer se goste ou não teremos que usar em alguma ocasião, como forma de agradecimento público.

O pior dos presentes, no entanto, é receber um objeto de decoração ou utensílio para a casa. Puxa-sacos, xícaras com dizeres, porta vinho de arame, artesanatos com vaquinhas desenhadas. A lista é grande…

Pior que isso só mesmo a oferenda que uma amiga recebeu de um pretendente. O sujeito lhe presenteou com uma fotografia sua, emoldurada e tudo, do tempo em estava no serviço militar. Ele aparecia sorrindo em cima de um tanque de guerra. Que romântico!

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Um Comentário

  1. Dar presente é realmente algo muito complicado em diversas ocasiões. Caso não se conheça a casa, os costumes e gostos do vivente que vai receber o presente, fica difícil agradar! Mas ainda fico com a idéia que tudo que é dado de coração já vai com uma energia ótima! fica a critério do presenteado ficar com o presente ou passar a diante. Não vale a pena ficar com um monte de coisas (tranqueiras) que poluem o ambiente, desagradam aos moradores, só porque foi um presente. O melhor é dar para quem vai melhor aproveitar o objeto em questão.
    Abraços!
    Andrea

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