Mauro Santayanna tem estrada. Mais de 70 anos de idade, 50 e qualquer coisa de jornalismo. Viu muito. Escreveu idem. Atualmente, entre outras atividades, esse mineiro da primeira geração do jornalismo brasileiro da metade final do século passado, ocupa duas ou três vezes por semana o espaço da coluna “Coisas da Política”, no Jornal do Brasil.
Pois é o Santayanna, com toda a sua sabedoria, o autor do (penso) melhor texto acerca da solidariedade brasileira ao Haiti, contraposta às críticas reducionistas, para não dizer bobas (mas algo oportunistas), à atitude oficial do Brasil em relação ao mais pobre dos países das Américas.
Como me falta a competência (embora a emoção e opinião sejam as mesmas), recomendo que se leia o que ele escreve. E, para não deixar dúvida, faço minhas as palavras deles. Acompanhe, com a foto de Marcello Casal Jr, da Agência Brasil. A seguir:
“Os dois pedaços de um mesmo pão
Entre outras vozes que se levantaram, no Brasil, contra a nossa solidariedade para com o povo do Haiti, destacou-se a do senador Epitácio Cafeteira, do Maranhão. Sua excelência pertence às oligarquias daquele estado e, desde 1962, tem sido eleito pelo seu povo, um dos mais pobres do país. Homem rico, conforme a relação de seus bens divulgada pelo Senado – muitos deles imóveis valiosíssimos – Cafeteira dispõe de dois aviões e automóveis importados. No Senado, ao negar ao governo autorização para o envio de mais tropas brasileiras a Porto Príncipe, declarou comovente solidariedade com o povo brasileiro. Para ele, é necessário cuidar dos brasileiros, e não dos estrangeiros. E foi além: atribuiu à imprensa brasileira o destaque que se dá aos mortos do Haiti, em detrimento das vítimas nacionais das enchentes.
Nós poderíamos cobrar do senador solidariedade para com o seu povo mais próximo, o do Maranhão – como governador que foi do estado, e como parlamentar que o vem representando há quase cinco décadas. As mulheres quebradeiras de coco, os pescadores, os sertanejos e os caboclos maranhenses, castigados secularmente pela miséria, massacrados pelo latifúndio e, eventualmente, pelas cheias, estão esperando pela compaixão do senador. Cafeteira é um dos donos do Maranhão. Se houvesse nascido no Haiti, naturalmente pertenceria à elite mulata daquele pequeno país, e, morando na parte mais bem edificada de Porto Príncipe, não estaria necessitando da solidariedade dos outros. Estaria preocupado com seus aviões e seus automóveis e, provavelmente, com suas lanchas.
As seções de cartas dos jornais e alguns blogs da internet mostram que parcelas alienadas da classe média tornaram-se, repentinamente, também sensibilizadas com as enchentes e desabamentos em nosso país, e acusam o governo de se dedicar ao Haiti. Trata-se de um desvio singular da ação política. Animados pela hipocrisia, esses humanistas de última hora se esquecem de que, tanto como no Haiti, é a miséria que faz as nossas tragédias. É a falta de…”
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Meus pêsames às familias dos mortos no haiti, sejam eles militares ou civis, daqui ou de lá. Muito bem sr> lula, ajudar o Haiti é bonito…
Mas cadê a ponte nova lá pra Agudo, em direção a Poa?
O tenente BRUNO era natural de São Gabriel, mas estudou aqui no CMSM (Colégio Militar de Santa Maria). Que “Descanse em Paz”!
Também gostaria de registrar aqui meu SENTIMENTOS a família do bravo e altruista Ten. Bruno Ribeiro Mario (e também dos demais 14 militares que morreram devido ao terremoto do dia 12), que morreu no Haiti. Estes Homens sim são os VERDAREIROS HERÓIS da Pátria!
Dito isto, gostaria só de fazer uma perguntinha para este tal de Mauro Santayana: “Vc já esteve lá no Haiti, alguma vez você já esteve lá (mesmo que apenas a turismo) ou em qualquer outro País caribenho?” Se nunca esteve, então não tem MORAL e nem CONHECIMENTO para falar (ou escrever) do que não conhece. Outra coisa,…até pensei em AJUDAR os irmãos caribenhos com uma ajuda financeira,…mas quando fiquei sabendo por amigos militares que lá já estiveram (e que me contaram), o espanto da quantidade de “ONG’s” brasileiras (de fachada) que lá se encontram,…eu desisti,…pois não quero dar dinheiro para nenhuma “ONG petista” travestida de “Organização Humanitária”, como já acontece aqui com os exemplos do MST, UNE, CUT, “FSM” e outras “fachadas”.
Quero registrar aqui mais uma vez o meu ORGULHO de ser filho e sobrinho de “MILICO”! Meu tio serviu como Adido Militar no Suriname em 1983. Tenho muitos amigos e conhecidos do glorioso, eterno e “Sagrado” Exército Brasileiro (que apesar do ódio e revanchismo de alguns comentaristas, e também do próprio colunista deste site), tanto oficiais, sargentos, cabos e soldados, que serviram nas Missões de Paz lá no Haiti (e também no Timor Leste e Angola). A estes “Bravos Soldados da Pátria”, os meus mais profundos RESPEITO e ADMIRAÇÃO (apesar dos revanchistas de plantão).