BAFAFÁ NO PP. “Bombeiros” chamados para tentar pacificar um partido em chamas

A grande e única verdade é que, a menos que a ação dos “bombeiros”, que incluem até mesmo dirigentes estaduais, dê resultado, o risco de fracionamento no Partido Progressista em Santa Maria é dos maiores. Tudo por conta de duas discussões, na verdade: a indicação de um substituto de José Farret para concorrer à Assembléia Legislativa, e a cessão, ou não, de um vereador para fazer parte do secretariado de Cezar Schirmer.

O interessante é que, noves fora a conjuntura interna, os dois nomes estão postos. Um quer ser secretário. No caso, Sérgio Cechin – que,porém, enfrenta um óbice. A agremiação, a menos que mude de idéia oficialmente, não quer, pois perderia o status de maior bancada na Câmara. Outra até gostaria de ser candidata à Assembléia Legislativa, mas se viu desprestigiada exatamente pela ação de Cechin. No caso, a vereadora Sandra Rebelato.

Isso ficou bastante claro nas declarações dadas a este (nem sempre) humilde repórter, registradas no sítio e que são reproduzidas mais abaixo. Como a coisa vai terminar? O normal (se não fosse de política que estivéssemos escrevendo) seria um acordo. Cechin liberado, embora, a estas alturas, não se saiba se o prefeito ainda o quer. E Sandra Rebelato candidata a deputada.

O que vai acontecer? Em princípio, Schirmer desistiu de Cechin (tanto que já ESCOLHEU Cláudio Rosa para o posto que seria do pepista). Ontem à noite ninguém sabia mais nada. Exceto que um punhado de reuniões e telefonemas acontecem até o final da tarde, quando a seção local do PP vira sede de um encontro regional do partido (leia nota que publiquei mais cedo, na madrugada). Mas, para você ter uma idéia do ânimo, pelo menos de Sandra, releia o que o sítio publicou ontem no início da tarde. Aí está a íntegra, inclusive sem qualquer correção cronológica. Confira:

“BAFAFÁ NO PP. Sandra Rebelato “sobe nas tamancas” e diz: “não sou moeda de troca”

Antes de mais nada, um esclarecimento: o “sobe nas tamancas” do título nada tem a ver com machismo ou coisa parecida, mas apenas um dito popular gaúcho pra lá de antigo e que significa alguém irritado, seja homem, seja mulher.

Mas, no caso específico, foi mesmo uma digna representante do sexo feminino: Sandra Rebelato, com quem papeei há alguns minutos. A vereadora foi a protagonista da reunião do Partido Progressista, acontecida no final da manhã de hoje, na Câmara de Vereadores. Sandra, ainda indignada com o que havia ocorrido na terça-feira, durante reunião do Diretório Municipal do PP, em que seu colega Sérgio Cechin se colocou também como pré-candidato à Assembléia Legislativa, e sobre o que ela resolvera ficar quieta, hoje falou. E não foi pouca coisa.

A edil em primeiro mandato, mas com larga tradição na política local, inclusive por, digamos, hereditariedade (é filha de Lourenço Rebelato, um respeitadíssimo ex-edil, aliás vereador emérito por decisão da atual Legislatura), se manifestou fortemente, no encontro desta manhã.

Conforme seu relato, a decisão de José Farret de não mais concorrer, é “um divisor de águas” no partido. É a hora de “formar novas lideranças” e preparar o PP para o futuro. No entanto, as práticas não são as mais adequadas (é a interpretação claudemiriana para as palavras de Sandra).

Sobrou para Sérgio Cechin, que negocia politicamente com o prefeito Cezar Schirmer a possibilidade de virar secretário extraordinário de Habitação. Mas que tem um impeditivo: o registro em ata da proibição partidária de participação de qualquer vereador no primeiro escalão da prefeitura. A saída de qualquer um implicaria na perda da condição de maior bancada no Legislativo.

No entendimento de Sandra Rebelato (que afirmou isso na reunião de hoje), Cechin colocou-se também como candidato a candidato à Assembléia para pressionar o partido a revogar a decisão anterior, abrindo caminho para rumar ao Executivo. No entanto, a vereadora, que foi a primeira a falar no encontro de hoje, declinou da possibilidade de concorrer, e chancelou o nome de seu colega para candidatar-se.

Instalou-se o forrodobó. Para encurtar a história (que ainda terá desdobramentos, por certo), Sérgio Cechin se retirou da reunião e, desta forma, não há decisão alguma do PP.  Isso exatamente na véspera do encontro regional que acontece amanhã à tardinha e no qual, era a idéia dos pepistas, o nome do candidato (a) ao legislativo estadual, por Santa Maria, seria apresentado.

Que coisa! Que coooisa!

OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: é bastante improvável que esse fosse o objetivo do prefeito Cezar Schirmer. Sua idéia, afora consolidar o PMDB como principal partido na Câmara (o que é legítimo) era (ou é) garantir a presença, no parlamento, do seu líder Cláudio Rosa, sem precisar oferecer-lhe uma secretaria. No entanto, na prática, o que o comandante do consórcio governista conseguiu foi o inusitado: dividir o Partido Progressista, seu maior aliado e sem o qual, goste ou não, é muito difícil administrar politicamente a cidade.

PERGUNTINHA BÁSICA: O PP terá, enfim, candidato à Assembléia, no lugar de José Farret? E quem será?

RESPOSTINHA BÁSICA CLAUDEMIRIANA: Terá, sim, um candidato. É isso, ou o futuro do PP como alternativa de poder na cidade ficará, no mínimo, muito comprometido. E mais: se fosse apostar num nome, este seria ainda o de Sandra Rebelato. Mas…”

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