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Nutrição x Direito – por Máucio

Encontrei sexta à tarde em frente ao supermercado do bairro a Fernanda, a ex-namorada de um amigo. Quando nos vimos o parar para conversar quase foi automático. Beijinhos e abraços para cá e para lá e veio a pergunta inevitável: é aí, onde andas? O que estás fazendo?  Para minha surpresa ela disse-me que estava morando em Porto Alegre, havia deixado – acho que quase no fim do curso – a faculdade de Direito e que agora atuava na área gastronômica. Ano passado tinha até trabalhado em um restaurante.

Estava na cidade justamente para tratar da transferência de seu ex-curso para o de Nutricionismo, na capital.  Fiquei contente com a notícia e fui entendendo porque quase não a reconheci ao vê-la. Parecia mais leve, mais madura, mais alegre. Muito provavelmente, porque encontrara um rumo na vida. Uma atividade, um assunto pelo qual estava apaixonada.

Lembrei de outra amiga, também da área jurídica que recentemente, ao escrever as derradeiras páginas da sua tese me disse que, naqueles dias, o sonho dela era fazer literatura, porque deveria ser bem mais legal do que escrever sobre o Direto que pertence às chamadas áreas duras. Achei curiosa a esquecida expressão e fiquei pensando cá com meus botões: será que eu atuo nas áreas moles? Será que a Fernanda trocou para a arte culinária também por esse motivo? Seria essa a causa de seu sorriso atual? Ou cada um nasceu para um tipo de área?

O certo é que a Fernanda, conforme me confessou, vai estudar nutrição com foco na saúde – alimentos integrais, orgânicos, ingredientes saudáveis, etc. Quer entender a relação entre o que comemos e o que somos, ou o que viramos. Creio que esse é um tema e, por conseqüência, uma profissão importantíssima nos dias atuais. É só bater os olhos no número crescente de obesidade – notadamente em crianças e adolescentes – e de outros sinais de descuido e desinformação sobre o que se consome.

Por outro lado, por ironia das horas, leio nesta mesma semana que diversas entidades dos setores alimentícios e publicitário estão se manifestando contra a recente decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de alertar os consumidores sobre substâncias prejudiciais  presentes nos alimentos. É uma medida corajosa e louvável, que determina o aviso nas embalagens dos alimentos industrializados – os grandes vilões da boa saúde – que o excesso de ingredientes como açúcar, sódio, gorduras trans e saturadas trazem diversos malefícios.

Pelo jeito a luta pela implantação da determinação da Anvisa pode incomodar interesses econômicos dos fabricantes e é provável que o imbróglio encaminhe-se para o campo jurídico. Como podes ver Fernanda, tua nova profissão também toca em questões que não são nada moles!

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Um Comentário

  1. Ola,derrepente ao jogar no google DIREITOXNUTRIÇÃO com quase nenhuma esperança de encontrar algo que me confortasse encontro seu artigo.
    Estou no segundo ano de direito e penso em trancar a curso para fazer nutrição, estou numa duvida absurda,mas o peso de algo que nao me faz feliz esta me consumindo, sabe o sorriso no rosto da fernanda ? eh o que preciso buscar. Como ter coragem ? como saber se vou ganhar dinheiro ? Como saber se nutrição me fará feliz? sempre quisfazer nutricao e derrepente me pergunto pq eu faço direito ? Pq eu nao tentei primeiro nutrição ? e agora o medo de deixar o direito e nao gostar nem de nutrição nem de direito, eai vou gostar do que ?

    Se caso me responder me mande um email.

    [email protected]

    Aguardareie parabens pela reflexão.

  2. olá
    se tem uma coisa que o direito está longe de ser é pertencer a uma área dura (seja lá qual seja a classificação que se queira utilizar, das mais pedestres às mais restritas).
    abraços
    aguinaldo

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