ColunaObservatório

COLUNA OBSERVATÓRIO. A trova de Osvaldo, a vassoura de Valdeci e o ‘big brother’ de Schirmer. Sim, e daí?

Por JOSÉ MAURO BATISTA

Cada governante tem seu jeito próprio de governar. Da Presidência da República às prefeituras. No atacado e no varejo, no entanto, salvo as particularidades, os governantes se assemelham. Prevalece, no mando do Poder Executivo, um misto de vontade de resolver os problemas com populismo.

Para situar o leitor, vamos ficar com os três últimos prefeitos. Na sua última administração, Osvaldo Nascimento da Silva (PTB) usava sua popularidade para superar as dificuldades de uma complicada aliança política. Aos seis meses de governo, em um início de noite, no bairro Urlândia, Osvaldo prometeu transformar a região em “cartão postal”. O inusitado daquele encontro foi a “peleja” com dona França, com quem trovou naquela noite. Bom de trova, o chefe do Executivo foi desafiado pelos versos da veterana senhora. Topado o desafio, os dois arrancaram aplausos e gargalhadas. Essa cena ficou na memória do repórter que interinamente assina esta coluna. Osvaldo também construiu pontes sem licitação, arrumando uma baita dor de cabeça. Alegando urgência, ignorou mudanças na legislação. Acabou absolvido, mas o ato de teimosia ficou na história.

Valdeci Oliveira (PT) e seu vice, Paulo Pimenta (PT), em 2001, foram de vassoura para o Calçadão. Para demonstrar “vontade de trabalhar”, os dois juntaram um bando de CCs e lavaram o principal Cartão Postal do Centro. Entre tantas, essa pitoresca ação foi a que ficou na lembrança nos oitos anos da administração petista. Quem não lembra, também, dos primeiros tempos em que o prefeito do PT andava de ônibus?

Chegando a Cezar Schirmer (PMDB), já no primeiro dia de administração, em 2009, o prefeito assumiu as vezes de recepcionista. Desceu até os balcões de atendimento para acabar com as filas que julgava inaceitáveis. Volta e meia ele repete o ato. Também já foi visto juntando toco de cigarro e sujeira no Calçadão.

Mas a última do prefeito é vigiar servidores. Em seu gabinete, há um monitor conectado às câmeras instaladas em diversos locais. Uma delas está no PA do Patronato (Pronto-Atendimento Flávio Miguel Schneider). Certo dia, Schirmer estava “espiando” a unidade de saúde, quando viu que uma mulher estava na fila há horas. Imediatamente, ligou para uma servidora e exigiu, além de uma satisfação, que se atendesse a paciente. “Não é possível alguém ficar cinco, oito horas, em uma fila”, diz. E tem razão.

E, assim, Schirmer vai impondo seu jeito de governar. Resta saber se essas louváveis iniciativas de nossos prefeitos resultarão ou resultarão na solução definitiva de problemas crônicos ou se ficarão no folclore político. Afinal, apesar da trova, a Urlândia não virou Cartão Postal; as vassouradas de Valdeci e Pimenta e a “catação” de bitucas de cigarro por Schirmer não tornaram o Calçadão mais limpo. Governantes devem dar bons exemplos? Sim, mas não pode ficar somente nisso. Monitorar o serviço público é um dever do prefeito, porém não basta. Sem políticas de enfrentamento das verdadeiras causas das deficiências, não se terá um serviço de qualidade. E tudo não passará de folclore.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo