COLUNA OBSERVATÓRIO. Grevistas da UFSM x Governo Federal. Hoje como há 11 anos
Não custa lembrar
Em 29 de julho de 2000:
“Os servidores da Universidade, como já ocorreu com os docentes em determinado momento, estão embretados. O movimento grevista já dura 80 dias. E, sempre reconhecendo a justeza das reivindicações (afinal, são seis anos sem reajuste salarial), há que se reconhecer a resistência governamental ao atendimento, mesmo que mínimo, dos pleitos dos paralisados.
E é preciso que se diga, com todas as letras, porque a dificuldade existe. Simplesmente, o governo não quer dar aumento algum e, na verdade, aparentemente está se lixando para os servidores federais – de que estamento sejam…
… O governo recusa até a negociação mais séria, deixando a reponsabilidade pelo fim do movimento por conta do esvaziamento e da inanição inevitáveis…”
Hoje:
Já se passaram 11 anos exatos. O movimento paredista da UFSM (em consonância com o que ocorre em outras quase três dezenas de universidades federais) já beira os dois meses. Não se sabe até quando irá. Mas o fato é que inexiste no horizonte uma perspectiva de vitória dos trabalhadores.
Agora, como então, não há disposição para atender as reivindicações. Não se está entrando no mérito; é o fato objetivo. Agravado, provavelmente, por outra razão singela: a sociedade não parece sequer estar sabendo o que acontece nas instituições, quanto mais se sensibilizando com isso. Inclusive porque as aulas não sofreram prejuízos maiores e há até um período de férias no meio. Então, parece óbvio que, agora, como antes, se aposta na inanição.
Não existia, nem existe, resistência no atendimento das mencionadas e justas reivindicações dos docentes (e demais SPFs), mas o desvio das prioridades: a lógica neoliberal tucana e petista dá prioridade para o sistema financeiro e desvia recursos de áreas primordiais (saúde, educação etc) para garantir a boa vontade (leia-se lucro) dos estrangeiros.