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Alguns números da UFSM – por Felipe Martins Müller

Caros leitores, este é o nosso artigo de estreia nesse espaço. Gostaria de falar sobre inúmeros assuntos como música, arte, culinária, vida em sociedade, mas a dimensão que a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) alcançou em nosso dia a dia remete-nos a uma série de reflexões sobre ela, que ouso começar agora.

Iniciaremos mostrando como o crescimento da UFSM nos últimos anos vem influenciando positivamente no município de Santa Maria e, para isso, faremos um comparativo de alguns dados do ano de 2005 (ano que assumimos como vice-reitor da UFSM) com os dados atuais, aferir esse crescimento em impactos sociais e econômicos.

Em 2005, tínhamos 14.922 estudantes no campus de Santa Maria (incluindo estudantes do ensino médio, técnico e tecnológico; graduação e pós-graduação), mais 643 estudantes no Colégio Agrícola de Frederico Westphalen (CAFW), totalizando 15.565 estudantes. Atualmente, temos 20.514 estudantes no campus de Santa Maria, 253 estudantes em Silveira Martins (Unidade Descentralizada de Ensino Superior de Silveira Martins/RS – UDESM), 1.166 estudantes em Palmeira das Missões (Centro de Educação Superior Norte do Estado do Rio Grande do Sul – CESNORS), 1.647 estudantes em Frederico Westphalen (471 no CAFW e 1.176 no CESNORS) e 3.396 estudantes na modalidade a distância, totalizando 26.958 estudantes. Portanto, em sete anos, a UFSM propiciou que mais de 12.000 pessoas acessassem aos seus ensinos médio e superior em nossos quatro campi. Isso é uma conquista inestimável de toda a sociedade.

Por outro lado, considerando que cada estudante necessita dispor para o seu sustento no mínimo, R$ 300,00 por mês, o aumento de 5.592 estudantes no campus de Santa Maria movimenta, no mínimo, R$ 1.677.600,00 por mês na economia da cidade.

Outra estatística significativa é o crescimento do número de servidores docentes e técnicos administrativos na UFSM. Em 2005, tínhamos 1.074 docentes do ensino superior e 62 docentes do ensino médio, técnico e tecnológico residindo em Santa Maria (mais 21 docentes no CAFW), totalizando 1.136 docentes na cidade. Hoje, temos 1.394 docentes do ensino superior (mais 143 no CESNORS, 23 na UDESM e 12 no CAFW) e 101 docentes do ensino médio, técnico e tecnológico (mais 36 no CAFW), totalizando 1.495 docentes atuando em Santa Maria. Esse acréscimo de 359 docentes em Santa Maria, considerando um salário médio de R$ 5.000,00, aplicado integralmente na cidade, injeta R$ 1.750.000,00 por mês na economia local.

Em 2005, tínhamos 2.511 servidores técnico-administrativos em educação residindo em Santa Maria (mais 21 deles no CAFW). Hoje, temos 2.653 servidores técnico-administrativos em educação em Santa Maria (mais 52 no CESNORS, 5 na UDESM e 26 no CAFW). O acréscimo de 142 servidores técnico-administrativos em educação em Santa Maria, considerando um salário médio de R$ 4.000,00, aplicado integralmente na cidade, injeta mais R$ 568.000,00 por mês na economia local.

Em 2005, a UFSM contava com 700 servidores terceirizados em Santa Maria, e hoje eles já somam 1.376, aportando mais R$ 1.394.000,00 na economia local.

Em 2005, tínhamos 260 bolsas de mestrado e 157 de doutorado, hoje somamos 802 bolsas de mestrado e 434 de doutorado. Esse acréscimo de 542 bolsas de mestrado, com valor unitário de R$ 1.200,00, e de 277 bolsas de doutorado, com valor unitário de R$ 1.800,00, injetam mensalmente, mais R$ 1.149.000,00 na economia local.

Em 2005, tínhamos 689 docentes e 788 servidores técnico-administrativos em educação aposentados residindo em Santa Maria; hoje já temos 817 docentes aposentados e 1.089 servidores técnico-administrativos em educação aposentados em Santa Maria. Considerando os mesmos salários médios, esse acréscimo de aposentados residindo em Santa Maria injeta R$ 1.844.000,00 por mês em Santa Maria.

Nosso programa próprio de bolsas de ensino, pesquisa, extensão e de assistência estudantil acresce na economia local em torno de R$ 200.000,00 por mês, afora editais específicos de várias agências de fomentos que trazem recursos orçamentários ou via fundação de apoio.

Ou seja, caros leitores, o crescimento pelo qual passou a Universidade nesses últimos seis anos proporcionou um acréscimo direto de R$ 7.188.600,00 por mês na economia de Santa Maria, o que equivale a um montante de R$ 86.263.200,00 por ano a mais em Santa Maria. Portanto, acréscimos, “dinheiro novo”.

Isso serve para iniciarmos a demonstrar quanto a UFSM é importante para o desenvolvimento de nossa cidade, e porque não dizer de toda a região central do Rio Grande do Sul, e o quanto a Instituição se importa com a cidade que a idealizou e hoje a acolhe.

Sempre cabe a lembrança que nosso desenvolvimento inicial foi decorrente da implantação de ferrovias no estado, e decisiva foi a escolha de Santa Maria como principal polo ferroviário do sul do Brasil. A UFSM, por seu lado, ao longo meio século significou o segundo momento temporal da afirmação de nossa cidade como uma das mais importantes do cenário gaúcho. E isso deve ser preservado, pois somos uma autarquia federal pública, democrática e de ensino de qualidade que faz a diferença positiva para Santa Maria. Em verdade, somos uma cidade de mais de 30.000 pessoas “dentro” de Santa Maria, com um orçamento que é o dobro do nosso município, este beirando a 1 bilhão de reais, o que representa 20% do PIB local.

Com todo este potencial que Santa Maria tem à sua disposição, de recursos e de conhecimentos, privilégio de pouquíssimos municípios do país, gostaria que a cidade fosse tão arrojada quanto a UFSM tem sido nesses últimos anos, permitindo aos santa-marienses novas perspectivas empreendedoras e inovadoras, como sejam as de inclusão cultural, aportes à economia solidária, qualificação dos serviços nos quais já somos referência, bem como no progresso das iniciativas empresariais ligadas ao comércio e à indústria

Desse modo apresentei sinteticamente alguns pontos da nossa gestão da UFSM, e mais adiante iremos expor diversos outros pontos que, em alguns casos se tornam polêmicos, por falta de informação ou desconhecimento da dinâmica dessa entidade que tanto fortalece a economia local e gera inclusão social. Dentre esses temas estaremos falando do nosso concurso vestibular, dos eventos que a UFSM promove na cidade, da evasão, entre outros.

Obrigado pela paciência de ler um texto de um Engenheiro Eletricista e até a próxima.

Felipe Martins Müller

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Um Comentário

  1. Lendo o reitor Felipe Müller sinto muito orguho da UFSM, onde estudei no ensino médio, na graduação e na pós-graduação. Mas também o sinto pelo presidente que, sem ter um diploma de curso algum, teve a visão para promover essa verdadeira revolução no ensino superior brasileiro. A obra do presidente Lula repercutirá por muitas décadas em nossa cidade e em nosso país. Onde o PT governa dá certo!

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