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COLUNA OBSERVATÓRIO. O nós (cegos?) da greve

Fechar entrada do campus garantiu visibilidade. Mas esse é só um dos problemas

A semana que está encerrando é, looonge, a mais acalorada, vamos dizer assim, do movimento paredista na UFSM. Que, rememorando, completa 45 dias (docentes), 32 (técnico-administrativos) e 40 (estudantes). Essa animação, porém, foi provocada, sobretudo, pelo constrangimento que os grevistas quiseram impor ao alto comando da instituição – exigindo-lhe posicionamento que, objetivamente, sabem ser impossível. No todo ou em parte. E é, de certa maneira, confissão implícita da dificuldade de lidar com os pelo menos três grandes problemas identificados (e não apenas pelo colunista, creia) no movimento.

Há, objetivamente, a constatação de que a adesão à greve é parcialíssima, especialmente nos professores. E, no mesmo segmento, a mobilização é tão pequena que as lideranças, como estratégia correta por sinal, buscam contato direto nos centros de ensino, tentando motivar os docentes a, de fato, participar da greve.

Estimativa de um professor com larga experiência, inclusive em paralisações, dá conta de que não mais que 30% da categoria deixou as salas de aula ou de pesquisa. Pouco, muito pouco. Essa situação é muito semelhante entre os técnico-administrativos, mesmo que estes tenham parado setores estratégicos, como os Restaurantes Universitários.

Esse é o principal nó, longe de ser desatado nesse tempo todo de paralisação. Mas há outros dois, igualmente importantes. Um é a falta de visibilidade social. Desenhando: a cidade não está nem aí para a greve. Não a nota. Nem se sente tocada emocionalmente. Ponto. E quando isso ocorre (como no fechamento da entrada principal do campus, na segunda-feira), fica braba, pois se sente lesada no seu direito de ir e vir. Logo…

O terceiro problema, e este talvez seja o definidor do futuro do movimento, é a disposição cada vez mais clara do governo federal de, simplesmente, não negociar. Ou fingir que negocia. E postergar para um futuro incerto a possibilidade de reajuste salarial – indiscutivelmente a principal e imediata reivindicação grevista.

Isso significa que os docentes e servidores não deveriam parar? Bueno, isso é com as categorias e suas lideranças. Que devem avaliar. Mas, a observadores extra-campi, parece cristalino que não havia, como se diz no jargão sindical, acúmulo capaz de levar a uma vitória. Ou, até, no limite, a uma “derrota honrosa”.

E agora? E agora?

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