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OUTRO LADO (2). Vitor Biasoli foi barrado na porta da reitoria da UFSM. E faz uma interessante reflexão

Não tenho ideia de onde veio o nome do blogue do Vitor Biasoli, de quem também me orgulho de ser amigo – tanto quanto do Ronai, que você leu agora há pouco. “A louca que passa” é o tal blogue.  Há alguns dias, quando os grevistas fecharam as portas da administração da Universidade na qual milita há mais de 20 anos, em uma carreira docente que já beira três décadas e meia, o habitualmente (quem o conhece sabe) cordato Vitor simplesmente, claudemirianamente falando, subiu nas tamancas e desabafou no seu espaço de internet.

Bem, aí… Aí.. Aí… Ah, leia você mesmo, nem que seja para discordar. A seguir:

Na porta da Reitoria

Se você é professor, funcionário, estudante ou utiliza o espaço da Universidade Federal de Santa Maria para alguma coisa, quantas vezes já foi barrado nesses últimos meses? Barrado de entrar no campus, na Reitoria ou em outro lugar da universidade, por conta das operações de choque do movimento grevista?

Da minha parte, não pude entrar na Reitoria quatro vezes, de julho para cá. Em duas ocasiões, eu não me incomodei. Numa terceira, eu soube com antecedência que os grevistas fariam a invasão e driblei o problema. Mas hoje, sexta-feira, fui surpreendido e me irritei. Cheguei até a porta da Reitoria e resolvi bater boca com os estudantes que estavam lá.

Uma menina abriu a porta e disse que “ninguém vai trabalhar hoje”. Fiquei discutindo com os guris que faziam a segurança externa e perguntei o que eles estavam ganhando com o movimento. Argumentei que a greve é um sucesso do ponto de vista político – emparedou a Dilma, engessou a UFSM, produziu dividendos políticos inegáveis para o PSOL & PSTU –, mas, e daí? Tirando isso, o que as categorias envolvidas estão ganhando? A greve já não foi além do razoável?

A conversa durou pouco tempo e praticamente apenas eu falei. Além do aviso da estudante, que abriu e fechou as portas da Reitoria para dar o seu recado, os estudantes que faziam a guarda foram lacônicos, disseram apenas duas frases, que reproduzo logo a seguir.  

“Estamos lutando contra a intransigência da Dilma”, disse um deles, quando falei que a greve passara dos limites e que não havia intenção de negociar por parte dos comandos de greve. E me estendi falando do movimento dos professores, que explicitou uma cisão profunda na categoria, com o ANDES recusando o acordo com o governo que o PROIFES aceitou. Uma atitude que terá danos irreparáveis para o ANDES, do meu ponto de vista.

Depois, com a continuidade da minha conversa, procurando responder que os estudantes não estavam na disputa por interesses político-partidários, um dos rapazes repetiu o slogan clássico: “estamos lutamos pela melhoria da educação”.

Aí não deu. “Isso é conversa pra boi dormir”, falei. E saí de cena. Com 57 anos, 34 de magistério (21 na UFSM), não posso endossar um argumento desses. Acreditar que, na conjuntura atual, com os números espantosos de crescimento da UFSM, uma greve de três meses possa sinalizar luta por melhoria educacional, puxa vida, é demais! Deixo esse argumento para os que chegaram ontem ao mundo…”

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Um Comentário

  1. Com todo o respeito aos sindicatos, que são necessários e valorosos, mas muitos acabam perdendo a legitimidade após serem cooptados por siglas partidárias que HISTORICAMENTE são contra tudo e todos. Mais lamentável é ver estudantes “enchendo a boca” para falar barbaridades dessas. Se acham livres, mas são massa de manobra de meia-dúzia de acomodados que só quer receber sem trabalhar.

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