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PARA RIR. OU CHORAR. Quem são os doadores das campanhas dos futuros vereadores de Santa Maria

A presunção é de que seja tudo verdade – mandam o bom senso e, sobretudo, a lei. Mas que ninguém imagine passar batido de uns e outros a discrepância aparente entre o que se viu nas ruas da cidade e o que foi declarado à Justiça Eleitoral. No entanto, em princípio, a menos que alguém prove (ao Judiciário) o contrário, está tudo certo.

Dito isto, as prestações de contas finais da campanha comportam várias interpretações. E permitem alguns cumprimentos. O principal deles é para dois vereadores que declaram ter gasto (bem) menos de R$ 3 mil para se eleger, um, e (quase, claro) inacreditáveis menos de R$ 2 mil, outro. É o voto mais barato do planeta. Assim como… bem, deixa pra lá. Cada um interprete como quiser.

Os dados que você lerá abaixo são oficiais, extraídos do sítio do Tribunal Superior Eleitoral. Lá você pode CONFERIR por conta própria (inclusive outras informações, mesmo de candidatos que não se elegeram). O editor apenas apontou os maiores doadores de cada candidato. A relação completa está na rede.

Em tempo: até sábado, data em que a pesquisa foi concluída, apenas um edil, Werner Rempel, do PPL, ainda não tinha sua prestação de contas publicada por “não ter sido entregue”. Ah, detalhe: pela prestação de contas, percebe-se, também, que a maioria dos candidatos tem a si próprio como principal doador. Detalhe dois: quando você ler, e há casos, que o doador é o partido ou o comitê financeiro, pode ser isso mesmo. Ou então uma organização que doa para a agremiação e pede que seja destinado a determinado candidato.

Agora, a lista, em ordem alfabética.

Admar Pozzobom (PSDB)

Declarou receitas de R$ 12.800 e despesas de R$ 12.675,90.

O maior doador é ele próprio, com R$ 8.950. Depois, surge a Minami Motors, com R$ 3 mil.

Claudio Rosa (PMDB)

Está entre os que afirmaram à Justiça terem bancado, sozinho, a campanha, com recursos próprios de R$ 18.020, com despesas do mesmo valor.

Daniel Diniz (PT)

As receitas (e despesas) totais foram de R$ 53.647,68. O principal doador declarado foi o Diretório Municipal do PT, com R$ 8 mil. O segundo foi a Cotrel (R$ 3,5 mil). Em terceiro lugar, três pessoas físicas (Andreia Turna, Claudemir Barbosa Farias e Darci da Silva Diniz), com o mesmo valor: R$ 3 mil.

Deili Granvile Silva (PTB)

As receitas (e despesas) declaradas somaram R$ 9.580, dos quais praticamente tudo, R$ 9.500, é proveniente de recursos próprios.

João Carlos Maciel (PMDB)

Declarou à Justiça gastos (e receitas) totais de R$ 14.243,73. Há somente um doador, a Pampeiro Automóveis, que patrocinou R$ 2 mil. O restante é integralmente em recursos próprios do candidato.

João Kaus (PMDB)

Foi o que, segundo a própria declaração à Justiça Eleitoral, menos gastou para se eleger. Cá entre nós, um prodígio. Foram R$ 2.600 de receita (e despesa). Tudo dele mesmo.

João Ricardo Vargas (PSDB)

O total de receita declarado foi R$ 10.114,80, para uma despesa de R$ 10.110,80. Praticamente dois terços do total são recursos próprios: R$ 7.275. O segundo maior doador foi Uglione, com R$ 1 mil.

Jorge Trindade (PT)

Declarou receita total de R$ 26.020, para uma despesa de R$ 26.002,72. Ele próprio constituiu-se no principal doador, com R$ 22.220. Depois vem a direção nacional do PT, com R$ 3.800.

Luciano Guerra (PT)

A receita total declarada alcançou R$ 38.916,92, para uma despesa de R$ 38.915. O maior doador foi a direção nacional do PT, com R$ 9,5 mil. Depois, vem o próprio candidato, com R$ 6 mil. Em seguida, a Cotrel, com R$ 5 mil.

Luiz Carlos Fort (PT)

Receita (e despesa) declarada: R$ 28.900. Os recursos próprios garantiram R$ 11,3 mil do total. Depois vem a direção municipal do PT, com R$ 10,5 mil e um doador pessoa física, Alcemar dos Reis Bueno, com R$ 3 mil.

Manoel Badke (DEM)

A segunda campanha mais barata, conforme a declaração feita à Justiça Eleitoral. As receitas (e despesas) somaram R$ 6.380. E o próprio candidato foi o principal (e quase único) financiador, com R$ 6.020.

Marcelo Zappe Bisogno (PDT)

O vereador campeão de votos declarou receitas (e gastos) totais de R$ 33.706,77. Ele próprio foi o principal doador, com R$ 13.936,77. Sem seguida, só pessoas físicas: Antonio Roberto Bisogno (R$ 6,5 mil) e Selvino Cogo e Zenaide Zappe (R$ 3,5 mil cada uma).

Maria de Lourdes Castro (PMDB)

Foram declaradas receitas totais de R$ 34.365,88, para uma despesa de R$ 34.322,96. Seus recursos próprios bancaram R$ 29.240. Depois, uma pessoa física, Maria de Fátima Ramos Castro (R$ 2 mil) e a direção estadual do PMDB (R$ 1.994).

Marion Mortari (PSD)

As receitas declaradas somaram R$ 15.720,90, para uma despesa total de R$ 15.718,29. O comitê financeiro municipal foi o principal doador, com R$ 7.600. Os recursos próprios do candidato alcançaram R$ 6.350 e, em terceiro lugar, a direção estadual do PSD, que contribuiu com R$ 1.064.

Marta Zanella (PMDB)

As receitas e despesas fecharam em R$ 28.190. E os doadores foram apenas três, segundo a declaração à Justiça Eleitoral. Irineo Zanela doou R$ 14 mil; a direção estadual do PMDB, R$ 7.190 e ela própria financiou o restante: R$ 7 mil.

Ovídio Mayer (PTB)

É quase inacreditável. Caso para ser explorado nacional e até internacionalmente, ousa afirmar o editor – que, até onde seu (parco, talvez) conhecimento alcança, não encontra voto mais barato. O petebista declarou à Justiça ter gasto incríveis (porque um troquinho) R$ 1.773. As receitas, todas do bolso do candidato petebista, somaram R$ 1.950.

Paulo Airton Denardin (PP)

O total de receita (e despesa) declarado foi R$ 28.434. Os recursos próprios foram o maior contigente, com R$ 9 mil. As direções municipal e estadual, juntas, somaram R$ 9.434. O terceiro maior doador foi uma empresa, Antoniazzi e Cia Ltda, com R$ 4 mil.

Sandra Rebelato (PP)

A receita e a despesa declaradas foram de R$ 21.500, sendo que, com R$ 15 mil, a própria candidata foi a maior financiadora. As direções municipal e estadual contribuíram com R$ 3,5 mil e uma pessoa física, Cezar Rossi de Freitas, com R$ 2 mil.

Sérgio Cechin (PP)

A declaração à Justiça aponta receita e despesas iguais, de R$ 17.006. Do total, R$ 5.506 foram recursos próprios do candidato, com o diretório municipal doando R$ 2 mil e duas pessoas físicas, Horácio Gonçalves e Rosangela Pascotini, contribuindo com R$ 1,5 mil cada.

Tavores Fernandes de Oliveira (DEM)

Um dos novatos no parlamento, teve receita (e despesa) de R$ 10.886. O total foi bancado pelo próprio candidato.

Werner Rempel (PPL)

Até sábado não constava a entrega da prestação de contas

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6 Comentários

  1. Isso é o que eu chamo de “campanha familiar”.

    Ninguém foi incomodado, só os bolsos dos próprios candidatos e dos familiares.

    Tudo pelo social. Que gente abnegada. Estou arrepiado.

  2. Quanta pessoa física, o que aconteceu com as doações das empresas! Sumiram nesta eleição?
    De repente na retificação alguma apareça!

  3. Deve servir para alguma coisa estas informações(?) sobre patrimônio e orçamento de campanha apresentadas para a Justiça Eleitoral. Ainda não descobri para que, mas deve servir…

  4. Hummm! 1.773,00 so? Tenho e devo crer que o boca a boca , ganha mais votos que papel impresso e placas nas ruas! Necessito crer nisso! Que bah!

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