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Tucanato. Há os que pensam no futuro, e são maioria. Mas há os pefelistas “infiltrados”

Se observadas apenas as duas últimas eleições presidenciais (e elas estão logo ali, na nossa memória), é fácil perceber que nenhum partido ou candidato vencerá se focar apenas na classe média e na alta. Sem bater um papo com as classes C, D, E e Z, ninguém ganha. E ponto.

Pois é. Mas isso não é entendido por alguns setores políticos, especialmente o PFL (que prefere manter sua atitude belicista), mas também parcela interessante, ainda que talvez venha a se constituir em minoritária, no PSDB. São exatamente esses setores (e também outros, porém irrelevantes) que acabaram criticando até mesmo um ato de civilidade – a aceitação, por Arthur Virgílio, um tucano de quatro costados, de uma carona no “Aero Lula”, oferecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parece coisa pouca. E é, na verdade. No entanto, permite ao comentarista Franklin Martins, da TV Bandeirantes, expor com muita clarividência o que são os partidos de oposição, ou parte deles, nesse momento de transição entre o primeiro e o segundo governos de Lula.

Vale a pena ler o que escreve Martins, em sua página na internet. Dê uma conferida no trecho que passo a reproduzir:

”A oposição no divã do Aero Lula

Só o absoluto envenenamento político pode explicar as críticas de setores da oposição ao líder do PSDB no Senado, Arthur Virgilio, que, no sábado, na volta do enterro de senador Ramez Tebet, no Mato Grosso do Sul, aceitou uma carona no Aero Lula e conversou civilizadamente com o presidente da República durante o vôo. À boca pequena, alguns parlamentares tucanos diziam ontem que Virgílio pisou na bola. Querendo ou não querendo, teria passado a idéia de que a oposição está baixando as armas. O líder do PFL, no Senado, Agripino Maia, foi mais explícito na crítica ao colega. Declarou que, se fosse ele, teria recusado o convite do presidente.

Simbolicamente, o episódio mostra como está sendo difícil para a oposição digerir os resultados das últimas eleições, que não só deram uma expressiva vitória a Lula como deixaram clara a reprovação da maioria da população à política de terra arrasada praticada pelo PSDB e pelo PFL nos últimos 18 meses. Políticos normais, isto é, aqueles que, por formação democrática ou espírito pragmático, sabem que não podem agredir a vontade dos eleitores, tendem a balizar seu comportamento pelo recado das urnas. A derrota não os obriga a mudar de lado ou a abrir mão de suas posições, mas força-os necessariamente a calibrar discursos e táticas em função do clima predominante na sociedade. No caso, portanto, Virgílio teve apenas o comportamento de um político normal.

A expressiva votação obtida por Lula, após uma campanha eleitoral virulenta, não deu apenas um novo mandato ao presidente. Revelou também que o país está absolutamente cansado do padrão sangrento de luta política dos últimos tempos e anseia pela volta à normalidade. Deseja que os políticos cooperem mais e briguem menos entre si, e que evitem colocar seus interesses partidários acima de tudo, transformando disputas triviais em batalhas de vida ou morte. No fundo, o eleitorado quer a observância da regra básica da democracia: quem tem mais votos, vai para o governo; quem recebe menos votos, segue para a oposição. O governo não pode impedir a oposição de fiscalizar, a oposição não pode pretender impedir o governo de governar. E vamos em frente.

É claro que, na oposição, sempre haverá quem não perceba que é hora de virar o disco. O PFL, por exemplo, fixou-se no objetivo de ser uma oposição extrema. Acredita que assim se diferenciará do PSDB, logrando estabelecer uma identidade própria diante do eleitorado mais conservador. É um direito que lhe assiste. Resta saber se a aposta será bem sucedida, possibilitando ao partido deter a seqüência de maus resultados nas eleições de 2002, 2004 e 2006.

Quanto ao PSDB, a tendência é de que se acomode numa posição mais equilibrada. Seus dois principais fatores de poder – os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves – sabem que o partido precisará passar por um processo de reciclagem interno, que lhe dê um discurso capaz de se dirigir…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista Franklin Martins na internet, no endereço http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=a-oposicao-no-diva-do-aero-lula.

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