POLÍTICA. Livre de riscos imediatos, Schirmer sorri. Agora, o que falta mesmo é comandar a ‘ordem unida’

Daqui a pouco, às 9 da manhã, são aguardados para depor na CPI da Kiss, na Câmara, os bombeiros Gerson Rosa Pereira (major), Renan Severo Berleze (sargento), Gilson Martins Dias e Vagner Guimrães Coelho. Mais tarde, às 2, devem ir ao parlamento o secretário de Proteção Ambiental, Luiz Alberto de Carvalho Júnior, o fiscal municipal Marcus Vinicius Biermann e o presidente da Cacism (e ex-presidente do Funrebom), Luiz Fernando Pacheco.

Ninguém, mas ninguém meeeeesmo, acredita que quaisquer dos ouvidos poderão criar algum constrangimento para o prefeito municipal Cezar Schirmer. Não é impossível, inclusive, embora também improvável, que sobrem críticas ao governador Tarso Genro. Mas Schirmer está liberado – afinal, ninguém pensa que uma CPI que responde às orientações diretas do prefeito vai criar problemas para ele.

Dito isto, que, por mais que o discurso possa ser diferente, é a expressão rigorosa da realidade, o comandante do Palacete da SUCV pode ficar tranquilo, em relação ao seu futuro político próximo – mesmo com eventuais desconfortos jurídicos, que demandarão um tempo superior ao mandato dele.

Tudo isso somado é motivo pra lá de suficiente para o prefeito voltar a sorrir. No final de semana, por exemplo, foi visto no Calçadão, com certeza para um teste de popularidade – que restou aprovado, segundo todos os que o sítio ouviu, no final da manhã sabatina. Então, o que falta? Não é pouca coisa. Schirmer tem que organizar o seu governo. Que, na palavra de um integrante do primeiro escalão (daqueles que não deve sair, numa eventual reforma administrativa), está “uma bagunça. Ninguém se entende. Estão batendo cabeça, à espera de uma orientação mais clara” – numa tradução livre claudemiriana da conversa mantida na tarde de sexta-feira.

A ser verdadeira a afirmação – e os indícios (o tal “domínio do fato”) são eloquentes nesse sentido, o jeito é tomar emprestada uma expressão militar. Está mais que na hora, aliás talvez já tenha até passado, de o prefeito dar o comando de ‘Ordem Unida’.

Para quem não sabe, recorremos à gloriosa WIKIPEDIA:

“A ordem unida é uma das atividades militares, onde são treinadas as marchas militares e desfiles cívicos. Ao conjunto harmonioso, cadenciado e equilibrado dos movimentos de marcha, dá-se o nome de ordem unida.”

E mais:

“Os comandos de ordem unida, são dados pelo oficial, graduado ou o mais antigo presente à frente do grupo, em tom firme, enérgico e que inspire respeito à figura da autoridade presente. Eles podem ser dados por corneta ou clarim, apito, gestos ou pela voz de comando.”

OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: se Cezar Schirmer continuar a seguir as opiniões do grupo restrito de bajuladores que o cercam, inclusive em gabinetes importantes no próprio Palacete (na verdade, dizendo apenas o que ELE quer ouvir), terá muitas dificuldades para começar um governo que, em três meses, por conta de circunstâncias, uma delas completamente fora da sua influência, ainda não existe.

Está mais do que na hora de escapar desse círculo que já deu o que tinha que dar e que é alimentado por fofocas de todos os níveis. E  isso não é apenas este editor que fala, mas alguns que com Schirmer têm se reunido, fora da agenda, no ultimo mês. Mas a palavra final é do Prefeito, claro. Só que, depois, não vai adiantar se queixar. Nem Francisco o ouvirá.