O rei está nu. Saiba o óbvio, que poucos dizem: por que as vestais do Senado estão quietas
Nesta terça-feira, Heráclito Fortes (foto), do DEM do Piauí, deve apresentar no Senado um relatório sobre os mais de 600 (sim, 600) atos secretos produzidos por aquela Casa do Congresso ao longo de muitos anos. E que permitiram falcatruas inomináveis com o dinheiro público, favorecendo familiares e apaniguados dos senadores.
Agora, a pergunta: por que, afora os protestos formais, ninguém se levanta com veemência, cobrando, por exemplo, a cassação de mandatos dos mandantes – ou querem fazer crer que os funcionários faziam isso sem a anuência de uns e outros?. Hein? Por quê?
Simples, o rei está nu. Isto é, além de muitos parlamentares éticos terem resvalado e convalidado um ou mais ou muitos desses atos secretos, há os que são amigos dos responsáveis. Assim, azar do Valdemar (ou que nome tenha o servidor que assinou alguns desses atos). E sorte do senador. Ou dos senadores.
Ah, sobre o que acontece nesta terça, e sobretudo mais detalhes do desnudamento do rei, acompanhe reportagem publicada nO Estado de São Paulo, com texto de Rosa Costa. A foto é de José Cruz, da Agência Brasil. Confira:
Atos favoreceram mais senadores
Relatório vai revelar que parlamentares que atacam medidas secretas também as usaram em benefício próprio
A investigação interna sobre os mais de 600 atos secretos do Senado vai mostrar que eles também favoreceram senadores que hoje condenam esse tipo de expediente, informaram fontes com acesso às apurações.
Os parlamentares foram beneficiados por autorizações sigilosas para ampliar a cota de papel empregada no material impresso na gráfica do Senado, pela permissão e ajuda financeira para participar de palestras em viagens não oficiais e, ainda, pela nomeação de servidores.
As duas primeiras medidas são permitidas pelo regimento da Casa e não configuram irregularidades, como é o caso da nomeação de parentes e outros servidores fantasmas. A suspeita é que que foram mantidos em sigilo para não expor os favorecidos e, ainda, para evitar que o exemplo fosse seguidos pelos demais parlamentares.
O relatório da comissão, criada pelo primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), no último dia 28 para investigar os atos secretos, não cita nomes de senadores favorecidos pelas medidas sigilosas. O documento faz um resumo dos procedimentos decorrentes…
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