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Lixo. Santa Maria precisa tomar uma atitude! Já! – por Carlos Costabeber

Vou falar em lixo, mas na realidade tudo começou com a minha preocupação com os cavalos utilizados pelos catadores, e que sofrem de doenças, de fome, de frio/calor, de sede e com os maus tratos.

Estudando essa situação, descobri que Santa Maria tem uns 2.000 indivíduos trabalhando nessa atividade insalubre e degradante.

A partir daí cresceu meu interesse como cidadão, de tentar entender o que acontece com o lixo em nossa cidade. Fui conhecer a Multiplaspel, que é uma empresa autorizada para receber o material coletado pelos catadores, e que posteriormente é enviado para as empresas processadoras.

Dessas observações, conclui que Santa Maria é um péssimo exemplo no trato dos seus resíduos recicláveis. Não temos uma estrutura adequada, e nem uma cultura para esse tipo de separação.

Então alguma coisa está errada !

Senão, vejam:

Santa Maria tem um aterro sanitário licenciado (poucas cidades o tem), que para funcionar com autorização da FEPAM, necessitava de instalações com duas esteiras de separação de resíduos.

Isso existe, mas apenas uma esteira funciona, pelo que sei !

Hoje, somente uns 20 trabalhadores estão sendo empregados nesse serviço, quando já funcionou com mais de 100 operários.

A função deles é separar o material que pode ser reciclado, com a finalidade de enterrar o mínimo de lixo possivel.

Só que sai muito mais barato para a empresa enterrar o lixo, do que separar os resíduos. Isso evidencia porque são mantidos apenas alguns operários, com o intuito de satisfazer a exigência do poder público.

Para agravar a situação ambiental da cidade, Santa Maria recebe cada vez mais o lixo proveniente das cidades de toda a região (no Diário dessa semana saiu a informação que chegará a 30).

MAS O QUE SANTA MARIA GANHA COM ISSO ?

Além do nosso lixo, ainda vamos enterrar os resíduos de 30 outras cidades ? E isso não vai gerar emprego e renda para a cidade? Só contaminação?

Algo precisa ser feito pela Prefeitura, Câmara de Vereadores e FEPAM.

Acredito que essa é uma boa oportunidade para se “transformar o limão em limonada”.

Podemos receber toda essa sujeira, mas ela precisa sofrer um processo de separação em sua totalidade, gerando muitos empregos e renda.

O que eu imagino com isso?

Retiraríamos das ruas de 150 a 200 catadores (e cavalos), dando-lhes um trabalho com carteira assinada, trabalhando em galpões especiais, e utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs).

Um cenário muito diferente  daquilo que hoje presenciamos! Infelizmente!

Também merece atenção das autoridades, os grandes geradores de lixo, como as redes de supermercados, condomínios,  shoppings, quartéis e as universidades.

A própria UFSM deve agilizar um programa de coleta seletiva, que além dos benefícios normais, serviria como aprendizado por parte dos alunos (quanto sai de adubo orgânico para cada tonelada de resíduos, qual o preço médio de lixo reciclado, etc).

A Prefeitura já tem uma legislação especifica para o lixo proveniente dos grandes geradores, mas pelo que sei, nada ou quase nada é feito.

SANTA MARIA EXIGE UMA ATITUDE URGENTE DAS NOSSAS AUTORIDADES, COM RELAÇÃO AO LIXO. URGENTEMENTE !

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5 Comentários

  1. Os conteineres tem sua importância sanitária, no controle de vetores. Achei um erro obrigar a remoção das lixeiras nas área dos conteineres, poderiam ter mantido algumas, para deposição de recicláveis, somente eles. Com muita educação ambiental e um funcionario circulando pela cidade, levando equivocos (preguiça) para os conteineres, neles teriamos apenas rejeito. Tenho foto de um sofá dentro de um conteiner, imagino o esforço de colocar ele lá dentro, não foi coisa de uma pessoa e não foi feito em poucos segundos.

  2. O estado deve incentivar as iniciativas. Cabe ao empreendedor ver as oportunidades e até agradecer a inércia do estado de NÃO criar certos serviços.
    Sempre é bom ver o papel de cada instituição antes de comentar, pois as vezes se dá demasiado protagonismo para certas entidades, desmerecendo certos papéis. Por exemplo a FEPAM deve respeitar a soberania do poder público municipal quando houver alguma li mais restritiva. A municipalida não pode aliviar, mas se apertar, deve comunicar o orgão ambiental sobre suas leis, a forma disto são certidões e demais documentos que o prefeito deve emitir, afinal ele é o representante do povo.

  3. Trabalho na FEPAM e nos anos 90, durante um doutorado inacabado, estive envolvido em um projeto de desmonte seletivo de veículos na Espanha, amassar, triturar e moer um veiculo é inviável, misturasse metais nobres (ouro, prata, platina, paládio,…) com metais pesados, com espuma, plastico, vidros…
    Tenho uma patente de recuperação de platina, paládio e ródio de catalisadores.
    Tudo depende de ESCALA, não adinata projetar uma empresa de recuperação de pneus se não houver logística.
    Não adinta ir para europa ver tecnologias de queima e tentar aplicar isto em um país tropical, onde se coloca muita COMIDA na lixeira, com muita umidade, água.
    Prensar resíduo domiciliar? Tente fazer com os restos de comida de vossas casas. Compostagem? Com a quantidade de sal funciona? O composto será viável?
    Redução, coleta seletiva com inclusão dos catadores informais, uso de veiculos adequados (inclusive carroças com equinos, por que não? Desde que com respeito, na roça seguem usando.) Uso de mão de obra nas ruas? Por que não? E nas construçoes e plantios, onde a força braçal ainda é digna. Ou queremos mecanizar TUDO?
    O debate é desafiador. Espero que sem deslumbres europeus e internacionais pois a realidades são bem diferentes, acho que posso dizer pois tive alguns anos de vivência no exterior e não sou deslumbrado pelo que vi, na verdade reforcei muito a confiaça na tecnologia local e no que aqui se desenvolve. E a gestão ambiental da UFSM? É referência? A gestão de resíduos do campus da UFSM é correta? O esgoto da reitoria é tratado? Muita coisa se deve discutir.

  4. eu tenho a impressão que essa historia de conteineres acaba aumentando a sensação de que não temos compromisso ou responsabilidade com o que geramos . Isto é, eu produzo o lixo e jogo lá no conteiner sem nenhuma preocupação para onde vai ou o que será feito dele. A prefeitura até disse que ia fazer campanha para sensibilizar a população a respeito , organizar catadores e toda a cadeia que existe em relação ao lixo. Mas eles já disseram tanta coisa a respeito de quase tudo. Mas pouco, muito pouco fizeram…Quase nada…Para dizer a verdade não fizeram foi NADA, mesmo.

  5. Investimento privado, o canal National Geographic semana passada nós deu um exemplo. Uma empresa processa desde o lixo catado por pequenos catadores passando por automóveis levados pelos próprios proprietários á ônibus (900 unidades por anos). Só para se ter uma ideia em 12 horas 500 carros eram triturados e o granulado resultante vendido a chineses que se amontoavam na porta da empresa para fechar contratos de fornecimento da matéria prima. Respeitada as devidas proporções para nossa cidade, acredito que o lixo da nossa cidade e de mais 30 que recebemos é sim uma grande oportunidade de investimento e geração de empregos. Sou empresário e tenho 29 anos e se tivesse o capital necessário já teria iniciado um projeto de grande escala neste ramo e procurado parceria com prefeitura, universidade e grandes geradores de lixo. Aguardar o poder público no máximo vamos ter um projeto demorado e ineficiente como a maioria das iniciativas do estado.

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