OBSERVATÓRIO. O instante em que a Câmara piscou
O que mostra a foto é o ápice. O fato gerador é mesmo a subserviência
Até onde vai o bestunto (e o arquivo) do colunista, e olha que faz muuuito tempo, não há registro de reunião de vereadores que tenha saído fora da sede do Poder – com exceção daquelas sessões especiais realizadas em regiões específicas da cidade. É quase como um cidadão abdicar de se encontrar na própria casa.
Pois isso aconteceu, nesta semana, no Legislativo da boca do monte. Não se está aqui, necessariamente, dizendo que poderia ser de outra forma, diante das circunstâncias. Mas é, obviamente, a humilhação total de um poder. Haverá quem diga, não sem razão, que faltou comando. É. Pode ser. Mas não apenas.
O fato é que, por mais que as circunstâncias (e elas são importantes, na análise) tivessem conspirado, ainda assim, símbolos devem, precisam, ser preservados. Mesmo que às custas da impopularidade eventual. A democracia pressupõe isso, também. Respeito absoluto ao rito.
É óbvio que os manifestantes têm total legitimidade. Foram feridos. E muito. Mas a constatação, bastante nítida, é que o Poder piscou. E, portanto, se reduziu.
Não se pessoaliza, aqui. Não é o caso. Inclusive porque, nesse momento, não é um, não são dois, nem mesmo meia dúzia, mas o todo. Este ficou um pouco menor, nas últimas semanas. E o que aconteceu a partir de terça já havia ocorrido antes, por conta de uma óbvia subserviência ao Executivo, que é a raiz de toda a crise de identidade perceptível até mesmo a um olhar menos atento. Esta semana foi, simplesmente, o ápice.
Pena. Pena mesmo.
EM TEMPO: esse texto foi produzido no final da madrugada de ontem, em que o pedido de reintegração de posse era apenas uma ameaça. Terá sido concretizada?
por conta de uma óbvia subserviência ao Executivo, que é a raiz de toda a crise de identidade perceptível até mesmo a um olhar menos atento. Esta semana foi, simplesmente, o ápice.
Olhar, ATENTO, de quem conhece…”o jogo” de Xadrez