CRÔNICA. Daiani Ferrari, as mulheres assassinadas e o Miguel, que só o que teme é perder a bola de futebol
“…No outro sábado, saí com as meninas, a criança e o cachorro, e o marido saiu com a filha. Como de costume, foram até a UFSM, brincaram, jogaram bola e voltaram pela faixa velha de Camobi. Viram a movimentação gerada pelo cara que matou a mulher a tiros, mas em momento algum ele imaginou que fosse algo do tipo. Passou pela bagunça e a vida seguiu. Na quarta-feira, um homem matou uma mulher e desovou o corpo no estacionamento do super em que sempre fazemos compras. O marido passou numa cena de um crime dos mais covardes e na quarta podíamos estar fazendo compras e ver um corpo ser jogado de um carro.
Antes a gente, digo nós todos da cidade, só sabíamos dessas coisas dos jornais, da televisão. Agora estamos estampados nas capas desses mesmos jornais, porque isso está acontecendo conosco. Virou nossa realidade. Não que antes não nos comovêssemos, não nos afetasse. Dois homens matarem duas mulheres de forma brutal sempre afeta, mas agora está muito perto. Mesmo que não seja comigo e nenhum dos meus amigos ou familiares, é uma violência imensa e faz com que não nos sintamos mais seguros na nossa velha Santa Maria. Até pouco tempo só os grandes centros eram palco dessas barbaridades…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra da crônica “Enquanto uns jogam bola…”, escrita pela jornalista Daiani Ferrari, colaboradora habitual deste sítio, aos finais de semana. O texto foi postado agora há pouquinho, na seção “Artigos”. Boa leitura!
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