JUSTIÇA. Joaquim Barbosa sai de cena. E voltará?
Este editor tem um palpite. Bem entendido que, como tal, é apenas sensação – ainda que escorada pela experiência de casos anteriores, com outras personagens. Mas o fato é que Joaquim Barbosa, tão incensado pela mídia (à época do julgamento da Ação Penal 470, também conhecida como processo do mensalão), já não experimentava a mesma liberdade para fazer e dizer o que quer – sem contestações.
Agora, mesmo, suas últimas atitudes, que tinham mais o jeito de vendetta pessoal do que propriamente de senso de Justiça, estavam atraindo mais e mais desafetos. E públicos, aliás. Dito isto, o palpite: Joaquim Barbosa deixará de ser significativo. E, creia, não será candidato a coisa alguma. Se não agora, porque impossível, de que forma será mais adiante, quando incognito.
Bueno, mas, como está escrito, é só um palpite. Agora, o fato. Duas horas atrás, na abertura da sessão do Supremo Tribunal Federal, Joaquim oficializou publicamente o que já se sabia desde o final da manhã: vai se aposentar. E será agora, em junho. Antes, havia comunicado à Presidente da República e aos presidentes das duas Casas do Congresso. Aquela, calou-se. Esses, deram com a línguas nos dentes e a informação se tornou pública.
Mais, sobre a decisão, você tem na reportagem de Maria Carolina Marcello, da agência de notícias Reuters, publicada na versão online d’O Estado de São Paulo. A foto (de arquivo) é de Gervásio Baptista, do Serviço de Comunicação Social do STF. A seguir:
“Joaquim Barbosa anuncia aposentadoria do Supremo ao final de junho
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciou nesta quinta-feira que deixará o cargo e se aposentará da Corte mais alta do país ao final de junho.
O anúncio oficial foi feito pelo ministro no início da sessão do Supremo nesta quinta-feira. Mais cedo, a informação havia sido antecipada pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que se reuniram com Barbosa.
“Eu tenho uma informação de ordem pessoal a trazer, é que eu decidi me afastar do Supremo Tribunal Federal no final deste semestre, no final de junho. Afasto-me não apenas da presidência, mas do cargo de ministro. Requererei, portanto, o meu afastamento do serviço público após quase 41 anos”, disse Barbosa ao abrir a sessão do STF.
Barbosa não detalhou os motivos que o levaram a decidir se aposentar da Corte. Aos 59 anos, ele poderia seguir no STF até os 70, idade em que os ministros da Corte precisam se aposentar compulsoriamente…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Estão descobrindo muita sujeira mais envolvendo o dito-cujo, além do julgamento da Ação Penal 470 (o mensalão houve, evidentemente, mas não conseguiram provas contra todos os julgados). Assim, conforme manda a peculiaridade dos porões do poder, o justiceiro-politiqueiro decide sair de cena para se poupar, e gozar da fortuna…
JB tinha um certo destempero, é certo. Desagradou políticos. Desagradou a corporação dos jornalistas. Desagradou a corporação dos advogados. Disto conclui-se que fez algo de correto.