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Vem chumbo quente por aí (2) – por Carlos Costabeber

Dando continuidade,  abordarei o cenário da Construção Civil, que é a maior indústria de Santa Maria (temos um dos maiores índices do Brasil em metragem per capita).

Nos últimos 10 anos a cidade ganhou um impulso considerável. A ampliação do crédito,  e o aumento da renda, fez com que um “boom” viesse a ocorrer. Centenas de famílias puderam se livrar do aluguel, transformando uma “despesa morta” em investimento na casa própria. Com isso, foram gerados milhares de empregos, e muita riqueza foi gerada por aqui.

Esse fator levou a algumas mudanças: (1) inflacionou os preços dos terrenos, (2) os preços de casas e apartamentos dispararam; (3) a rentabilidade dos investidores cresceu muito; (4) a demanda por mão-de-obra gerou um aumento na renda dos operários; (5) a falta de pessoal especializado, levou a uma queda na qualidade e na produtividade; (6) e abriu um capo de trabalho para as mulheres.

MAS O CENÁRIO COMEÇOU A MUDAR para os imóveis comerciais e apartamentos acima de 200.000,00. A OFERTA JÁ SUPERA A DEMANDA, pois o ciclo de crescimento rápido está se esgotando.

Preocupa a questão de edifícios em obras, que não estão totalmente vendidos ( pois foram projetados para uma demanda aquecida), e que terão de ser entregues aos que já firmaram contrato de compra. Nesse caso, quem regrará as coisas será O MERCADO, reduzindo os preços e favorecendo os novos compradores (semelhante ao que está acontecendo agora com o setor automobilístico). A saturação na demanda, o endividamento, e a incerteza quanto aos rumos da economia, começaram a diminuir o entusiasmo dos compradores.

Fica, pois, o recado, inclusive para o segmento das imobiliárias locais.

Um atenuante no caso de Santa Maria é a renda advinda do AGRONEGÓCIO, que favorece a aquisição de imóveis mais caros.

A preocupação já não ocorre com aqueles destinados a baixa renda, subsidiados pelo governo, onde a prestação  assumida é semelhante ao valor do aluguel.

Mas existe um fator intrigante: Santa Maria tem recebido muito dinheiro para obras públicas, e as empresas locais têm ignorado essa oportunidade. Os motivos: (1) é (era) mais interessante construir apartamentos do que construir para o Governo; e, (2) os empresários têm muitas restrições à Lei das Licitações.

Isso é preocupante, pois mais de uma centenas de obras na cidade, estão a cargo de construtoras de fora. Muitas dessas são pequenas empresas que ganham contratos, mas depois não conseguem honrá-los – como acontece com a Câmara de Vereadores e UFSM.

Está na hora das construtoras locais se unirem, para atacar esse BAITA segmento de obras públicas. Escrevo de cadeira, pois vendo muito para órgãos públicos, depois de anos aprendendo a trabalhar com as dificuldades e complexidades desse segmento.

Tenham uma boa semana !

 

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