POLÍTICA E… Leonardo Foletto, bolhas digitais e as vitórias de Alckmins, Felicianos, Bolsonaros, Heinzes…
“…O caso mais exemplar pra mim dessa situação é o da reeleição de Geraldo Alckmin pra governador de São Paulo. Morei 3 anos na cidade, tenho diversos amigos com quem convivo – no momento, por questões de distância, mais na rede do que presencialmente. 100% de meus amigos de São Paulo eram contrários à reeleição de Alckmin, por questões relacionadas a truculência da polícia paulistana, a que mais mata no Brasil, a denúncia da formação de cartel na licitação do metrô, e, ultimamente, pela crise da água na Cantareira, que fez até a supostamente “neutra” Folha de S. Paulo escrever um editorial criticando o governador pela omissão no caso. Pois bem: nem todas essas informações foram suficientes para reverter o quadro de reeleição de Alckmin no primeiro turno, com consideráveis 57% dos votos. Toda minha timeline de SP explodiu: “mas como? Ninguém que eu conheço votou no Alckmin”. Será que meus amigos não andam nas ruas e são muito alienados ou é a bolha digital atacando novamente, mostrando na rede só aqueles com quem se concorda e silenciando aqueles que discordam, com a concordância de cada um que “não segue” mais o amigo que tem opinião política divergente? Vou da 2º opção, até porque não lembro de ter algum amigo milionário que não ande periodicamente de metrô, trem, ônibus, a pé…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo “A bolha invisível (e prejudicial) das redes”, de Leonardo Foletto. Ele é jornalista (Universidade Federal de Santa Maria, 2007), mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2009) e doutorando em Comunicação e Informação (UFRGS), onde pesquisa a cultura hacker.
De fato, a bolha existe. Mas é informação pública e conhecida. Difícil montar um sistema "a prova de…". Como tenho amigos/conhecidos/parentes que simpatizam com o PT, PSB, PSDB e PMDB, a bolha (ao menos no que diz respeito a politica) não me atinge.
E o filtro (FB pelo menos) existe por questão de experiência e não por questões comerciais. Se um sujeito tem 150 amigos, segue umas quinze bandas, um número parecido de filmes, séries de TV, revistas e cada um curtir ou compartilhar três coisas, serão mais de 500 posts por dia. A grande maioria da população não tem tempo para ver tudo.
A parte comercial (majoritariamente) aparece no lado direito. Se alguém procurar um livro na Amazon, grande chance existe de aparecer propaganda de livros semelhantes. Se aparecer no timeline, é só clicar no local apropriado e informar que não deseja ver nada sobre o assunto e inclusive informar que é spam.
No mais, minorias e simpatizantes têm menos votos. Falta d'agua é assunto discutível. Metro é assunto para o judicário. E São Paulo é um dos estados com maior população e maior efetivo de polícia militar do Brasil. Só a grande SP tem população igual a dois RS. Mesmo assim, segundo a anistia internacional, em 2011 a PM do RJ matou mais a de SP em números absolutos. 2011 porque o número está mais a mão. E afirmar que a polícia paulista é a que mais mata no Brasil e apontar uma notícia que compara com a polícia dos EUA responde porque votaram mais no Alckmin.