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EXCLUSIVO. Pimenta diz ter “grande simpatia” por Valdeci para concorrer a prefeito. Decisão sai em 2015

A bola é deles. Das palavras do cara à direita, deduz-se que o à esquerda deve ser candidato. Mas…
A bola é deles. Das palavras do cara à direita, deduz-se que o à esquerda deve ser candidato. Mas…

O leitor conferiu, na madrugada passada, a primeira parte de uma entrevista exclusiva concedida ao sítio pelo deputado federal Paulo Pimenta, pela segunda vez o mais votado no PT gaúcho. Aliás, semelhante trabalho o editor pretende fazer com os demais deputados eleitos por Santa Maria. No trecho inicial, a principal informação, como você pode reler aqui, foi sobre a Travessia Urbana e outras obras federais na cidade e na região.

Agora, nessa segunda parte, o foco é a eleição municipal de 2016, como o PT deve se comportar diante dela e até os nomes postos para a disputa. A palavra de Pimenta é importante, também, pois lidera a corrente PT Amplo, majoritária no partido em Santa Maria. Mas ele falou também sobre a sua própria ideia de concorrer, em algum momento, à Prefeitura. Confira, a seguir, na íntegra, o trecho final da entrevista com o parlamentar:

Há dois anos, o PT tinha três candidatos à prefeitura e, cada qual com suas razões, todos declinaram, surgindo o nome de Helen Cabral como candidata. Essa discussão se repetirá agora ou há a possibilidade de um consenso antecipado? E, nesse caso, o consenso se daria em torno de que nome?

É difícil de anteciparmos uma discussão de nomes. Naturalmente, os nomes com mais densidade eleitoral são os nomes que, de alguma maneira, são lembrados em um primeiro momento. Fui o deputado federal mais votado do PT no RS, fui também o deputado mais votado em Santa Maria, entre todos os partidos.

Evidente, isso faz com que meu nome seja constantemente lembrado. Mas não é só isso que deve ser considerado. É preciso ter capacidade de diálogo, de composição, de relação para dentro do PT e para fora, e disposição para cumprir essa tarefa. Eu não sei ainda como as coisas vão avançar.

Tenho uma simpatia grande pelo nome do Valdeci (Oliveira), por tudo aquilo que ele representa, pelo grande governo que ele realizou. Agora, temos que aguardar uma definição do próprio Valdeci, e acredito que não pode demorar muito. Penso que em meados do ano que vem, temos que ter uma posição, para iniciarmos a construção de um projeto nesse sentido.  

A propósito, na opinião do deputado, qual o papel a ser desempenhado pela corrente PT Amplo no próximo período e o papel que será cumprido, nesse caso, por Helen Cabral?

A Helen teve uma atitude corajosa, no momento em que alguns nomes do PT, que poderiam ter sido candidato abdicaram dessa tarefa, desse desafio, ela teve coragem de colocar o nome para representar o nosso partido. Fez uma votação consagradora, quase 25% dos votos. É uma liderança nova, jovem, corajosa, que cumpriu um papel importante também nesta campanha, e certamente tem um futuro importante pela frente. Trata-se de uma pessoa da nossa mais absoluta confiança, lealdade, e ela faz parte de qualquer projeto de futuro que a gente vier a pensar para nossa corrente, tanto para Santa Maria como no Rio Grande do Sul.

Sobre a possibilidade de concorrer a prefeito de Santa Maria, ela existe?

As pessoas me perguntam se vou ser prefeito de Santa Maria. Primeiro lugar, para ser prefeito tem que ser eleito. Quando as pessoas me cobram o estado da cidade, e na campanha desse ano as pessoas me cobravam buracos, paradas de ônibus, bicos de luz, eu sempre dizia: eu concorri em 2008, e a cidade fez uma opção, que foi achar que eu deveria ser deputado federal, que o prefeito deveria ser o Schirmer.

Agora, se eu vou ser candidato a prefeito novamente? Acredito que um dia vou, não sei quando. Pode demorar um pouco mais, ou um pouco menos, mas um dia vou ser.

Isso é uma coisa que faz parte da nossa trajetória. E é normal que a pessoa pública tenha o desejo de governar a sua cidade, de aproveitar sua experiência, o seu trabalho, a sua dedicação para melhorar ainda mais a vida das pessoas da cidade onde ela mora. Mas, eu tenho também outros desafios pela frente, tenho tarefas estaduais, tenho tarefas nacionais. Apesar de ter vários mandatos, não tenho nem 50 anos, portanto, ainda tem muita coisa para fazer. Calculo que ainda não cheguei a 50% da minha idade, então o pessoal pode esperar porque eu devo ter mais uns 50 anos de vida pela frente. E se já foi possível fazer tanta coisa nesses primeiros 50 anos, nos próximos 50, vamos fazer muito mais.

Considerações adicionais, feitas pelo deputado, a propósito ainda da eleição de outubro

A tarefa de disputar internamente no PT uma eleição para deputado federal é uma tarefa grandiosa. É muito diferente de partidos de um único deputado, como é o caso do PSD, do Danrlei, do DEM, do Onix Lorenzoni, partidos que têm todo o tempo de televisão destinados a um candidato exclusivamente.

Nós não. Tínhamos uma nominata poderosa. O segundo mais votado, o Marco Maia, foi presidente da Câmara dos Deputados e tinha o apoio da prefeitura de Canoas; o Henrique Fontana, líder do governo, com o apoio da prefeitura de Alvorada; Maria do Rosário e Pepe Vargas, dois ministros do governo Dilma.

Já eu, não tinha o apoio de uma grande prefeitura, e basicamente contava com o meu trabalho e com a rede de relações e lideranças políticas que me apoiam em todo o estado. Aliás, esse é o grande diferencial do nosso mandato, a nossa corrente, o PT Amplo, e as pessoas que acreditam no nosso mandato. E, além disso, eu era o único candidato a deputado federal competitivo que tinha um outro candidato a deputado federal dentro da sua própria cidade. E essa realidade, por exemplo, não foi enfrentada pelo Fernando Marroni, em Pelotas, pelo Marco Maia, em Canoas, por Ronaldo Zulke, em São Leopoldo, Pepe Vargas, em Caxias.

E, portanto, ser o mais votado em um cenário como esse, é um resultado extraordinário, que projeta o nosso mandato, o nosso trabalho a partir de um grande reconhecimento que hoje nos temos dentro do PT estadual e nacional. Então, considero uma grande vitória nos termos alcançado esse objetivo, e a partir de agora a gente olha para o futuro tendo clara a responsabilidade e a noção do nosso papel, da maneira em que se amplia ainda mais essa responsabilidade, por ter sido bicampeão de votos no partido. Nunca ninguém na história do PT tinha sido bicampeão.

Fui eleito pela quarta vez deputado federal, sempre fazendo mais de 100 mil votos. Também nunca na história de Santa Maria e da região outro candidato teve uma votação de três dígitos, e eu obtive isso quatro vezes. Isso consolida uma relação com Santa Maria e com a região para sempre, isso é algo que ninguém mais nos tira.” 

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2 Comentários

  1. Não tenho bola de cristal como o deputado que sabe quanto tempo tem de vida, mas na real não é bem assim.
    Todos estão no meio do caminho e não tem muito como sair de lá. Helen teve 25% dos votos, mas Schirmer teve 55%. Candidatou-se a deputada estadual e teve pouco menos de 11 mil votos. Deve tentar a CV novamente.
    Fabiano tentou a prefeitura e não levou. Tentou deputado federal duas vezes e não levou, por pouco, mas não levou. Se não tentar a prefeitura (e sem a secretaria para ganhar visibilidade) deve tentar estadual na próxima.
    Pimenta tem boa votação para federal. Mas não chega para tentar o Senado. Paim quer virar o Suplicy do sul ainda por cima (como Lula quer virar Peron). E a maior prefeitura que ele pode aspirar é a de SM, o que não adianta muito. Não lembro do último governador que saiu fora do eixo Grande POA-Caxias, da metade sul nem se fala.
    O próximo candidato ao Piratini do PT deve ser Jairo Jorge. Está em campanha há tempos, trabalha e o PT tranformou a prefeitura de Canoas em vitrine, verba não falta.
    PT também é uma frente, pouco mais conectada que o PMDB. Tem dinamica interna, para complicar um pouco. Em 2012 interviram na candidatura a prefeitura de Recife, por exemplo.

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