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KISS. Edis querem que prefeitura desaproprie prédio. Familiares travam luta justa por pertences das vítimas

Primeiros entulhos já foram retirados do prédio. Pertences das vítimas foram separados
Primeiros entulhos já foram retirados do prédio. Pertences das vítimas foram separados

São duas situações. Aparentemente não têm muito a ver entre si. Mas não é o caso. Uma é a sugestão de dois vereadores, que pedem a desapropriação do prédio que abrigava a Kiss e na qual foram massacrados 242 meninos e meninas (além de ferir mais de 600). Outra é o reclamo dos familiares que, inicialmente, obtiveram uma vitória: conseguiram impedir que os pertences de seus filhos fosse para a vala comum em que serão levados todos os entulhos retirados do local.

Onde os casos se imbricam? Se discutirá, em algum momento, a destinação do prédio. Seus proprietários farão o que, com ele? Ao mesmo tempo, os familiares estão na sua luta justa para preservar a memória dos seus entes queridos, enquanto travam uma luta (pra lá de justa, no ponto de vista deste editor)  para que os pertences lhes sejam entregues sem custo adicional. E, se este houver, que não seja deles.

O sítio não vai discutir a lei. Nem mesmo a decisão tomada por quem a representa. Mas sabe que a legislação, em muitos casos, pode ser interpretada. E em favor da vítima, de preferência. Não parece ser o caso. Mas que fique registrado: este editor não acredita ser responsabilidade dos que perderam filhos pagar pelo que é seu. Ponto.

Dito isto, vamos à questão da desapropriação. Quem a está sugerindo à prefeitura são os vereadores Luciano Guerra e Jorge Trindade. E os detalhes chegam através da assessoria de imprensa do primeiro. A foto é do Feicebuqui de Guerra. Acompanhe:

Vereadores pedem desapropriação do prédio da antiga Boate Kiss

O vereador Luciano Guerra (PT) protocolou um Projeto de Lei, de caráter sugestivo, na tarde desta quinta-feira, 04, que prevê a desapropriação do prédio e do terreno onde funcionava a boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro de Santa Maria.

O parlamentar apresentou o texto juntamente com o vereador Jorge Trindade (PT). Para eles, é importante que aquele espaço seja preservado, até que seja encontrado um destino final para o local, que foi palco da maior tragédia do Rio Grande do Sul, no dia 27 de janeiro de 2013.

 “Há uma preocupação dos familiares das vítimas com a destinação do local, após a limpeza e descontaminação, já que foi informado que a justiça deve entregar as chaves para os proprietários”, explica Luciano Guerra.

Por se tratar de uma área particular e de possibilidade de onerar custos para o executivo, os vereadores decidiram por apresentar o projeto sugestão, já que é inconstitucional fazer o pedido através de um Projeto de Lei.

 “Nossa ideia era pedir a desapropriação, mas a legislação não permite, por isso encaminhamos essa sugestão e junto com os pais, vamos batalhar para que isso aconteça. Alguns familiares nos procuraram para dar início a essa discussão e nós entendemos que essa é uma luta justa”, destaca.

Moção de Apoio aos familiares

Também deve ser protocolado pelos dois vereadores, uma “Moção de Apelo”, que será remetida ao prefeito Cezar Schirmer (PMDB) para que o local seja desapropriado. A ideia é dar mais consistência ao pedido dos familiares para que o local não possa ser vendido, por exemplo. 

 “Precisamos levantar um debate sobre o futuro do prédio e do terreno. É preciso ser pensada numa solução adequada”, explica Guerra.

LEIA TAMBÉM:

Equipes retiram dois contêineres de entulho durante limpeza na boate Kiss”, publicada no G1, o portal de notícias das Organizações Globo (AQUI)

Pais protestam por ter de pagar por descontaminação de objetos de vítimas”, publicada na versão online do Diário de Santa Maria (AQUI) – disponível aos assinantes digitais ou que não tenham superado a quota mensal de 10 notas lidas.

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3 Comentários

  1. Desde a triste ocorrência sou a favor de que no local passe a existir um Memorial. Também sou favorável a outra sugestão, que é a construção de um Centro de Atendimento de Saúde, incluindo queimados. Seria maravilhoso, em cima de uma triste palco de tragedia, poder espalhar saúde e minorar o sofrimento.
    Meu apoio e solidariedade às famílias e sobreviventes!
    Minhas orações aos que tão precocemente se foram!

  2. "Algumas coisas precisam ser esclarecidas nestes assuntos."
    Novamente, agressão gratuita as vitimas e familiares.
    A este tipo de comentário tendencioso, que notamos a clara e evidente falta de neurônios pensantes.
    Esta pessoa(????) não consegue produzir algo que valha. Sempre "bomba geando"sobre todas colocações do sitio.

  3. Algumas coisas precisam ser esclarecidas nestes assuntos. Só os familiares têm interesses legítimos? Tudo o que contraria o desejo dos familiares é falta de respeito? O resto da população tem que ouvir quieta, não pode opinar?
    A limpeza do local foi contratada, basta ler o contrato e ver o que estava previsto. O que não está previsto é extra e alguém terá que pagar a conta.
    A desapropriação é um passo direção da construção de um memorial. Onde já se viu desapropriar até achar um destino final para o local, devolver para os proprietários não é um destino final? Feita a desapropriação, vão querer dinheiro público para construir o memorial também? Dinheiro público que poderia ir para saúde, educação…
    Sem dúvida nenhuma, mesmo que o atual prefeito não faça estas coisas, em 2016 haverá promessas de candidatos envolvendo a realização das mesmas. Não será a primeira vez que alguém vai tentar tirar proveito político da situação.

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