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MEMÓRIA. Morte de Erony Paniz significa a perda de um politico raro. Ele foi sempre de um mesmo partido

O editor comprovou no velório: Paniz era respeitado por sua coerência política partidária
O editor comprovou no velório: Paniz era respeitado por sua coerência político-partidária

Num momento histórico em que partidos se criam, recriam e mudam de posição ideológica com muita rapidez, além de propor alianças de ocasião em nome da governabilidade, e isso vale de Brasília a Santa Maria, passando pela provincial, a morte de Erony Paniz, aos 78 anos, significa também o desaparecimento de um raro espécime: o politico de um mesmo partido, de uma mesma ideologia, a vida inteira.

Aliás, Paniz, que deixa a companheira, cinco filhos (um deles também na lida politico-partidária e que tem o Júnior no final do nome) e seis netos, era respeitado também por isso. Não raro intransigente na defesa de suas posições, que não se lhe negue a coerência. No período pré-ditadura militar (que, por sinal, apoiou com denodo), era do Partido Libertador, sigla gaúcha por excelência. Depois, no bipartidarismo, abraçou o partido que apoiava o regime. Era a Arena, que agregava também a quase totalidade dos adeptos dos maragatos do PL.

Seguiu na mesma vertente, com o pluripartidarismo. E se irritava cada vez que o partido, por conveniências do momento (trazer mais aliados, por exemplo), se rebatizava. Mas ele estava lá, no mesmo lugar. No PDS, depois no PPB e por fim no PP. Esse era o respeitado Erony Paniz, cujo corpo será sepultado daqui a pouco, às 9 da manhã, no cemitério jardim Santa Rita de Cássia.

Nesta quinta, no velório realizado no plenário da Câmara de Vereadores, que frequentou em várias legislaturas, e contando com o luto oficial decretado pelo prefeito em exercício José Farret (do qual, por sinal, foi atritado vice nos anos 80), a sensação era essa: grande respeito por quem partiu. Ele tem lugar na história da política de Santa Maria.

Esse sentimento foi captado também pelo jornal A Razão, como se pode verificar na reportagem publicada na sua versão online, na tarde desta quinta. Acompanhe um trecho, a seguir:

Atuação rural e partidária lembradas na hora em que era pranteado, na Câmara de Vereadores
Atuação rural e partidária lembradas na hora em que era pranteado, na Câmara de Vereadores

Morre ex-vice-prefeito Erony Paniz

O produtor rural Erony Paniz, que foi vereador e vice-prefeito de Santa Maria, faleceu nesta manhã, às 7h, no Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, onde estava internado desde o final de janeiro após contrair uma infecção causada por uma bactéria. Paniz foi vereador pela antiga Arena e depois PDS. Ele foi vice-prefeito na primeira gestão de José Haidar Farret, entre 1983 e 1988.  Paniz  78 anos, tinha cinco filhos, entre eles do atual secretário de Esportes, Erony Paniz Jr, e a jornalista Mariana Paniz, ele deixa também sua esposa Janete  do Carmo e seis netos.

Ele era considerado  uma das personalidades da área pecuarista na cidade. No ano de 2013 ele havia recebido, das mãos do vereador e presidente da câmara dos vereadores Sérgio Cechin, a Comenda Manoel Pena Xavier.  O produtor era muito ligados às causas rurais e um defensor da geração de trabalho e emprego. “Paniz  sempre foi um homem de destaque no meio político e rural de Santa Maria”, declarou Cechin, na oportunidade.

Líderanças relembram trajetória

O prefeito Cezar Schirmer, por telefone, lamentou a  morte de Paniz: “Foi um homem com longa trajetória de serviços prestados a Santa Maria, sempre com grande coerência e coragem, afirmou o prefeito que se encontra em férias.” A Prefeitura Municipal de Santa Maria decretou luto oficial de três dias.

O vice-prefeito José Haidar Farret também lamentou a morte de Erony Paniz. “A cidade fica mais triste com uma perda como esta”, ressaltou. Farret lembrou que Paniz foi vice-prefeito quando ele chefiou o Executivo pela primeira vez, de 1983 a 1988. “Foi um homem que sempre ajudou a cidade, como presidente do Sindicato Rural, vice-prefeito, vereador e líder comunitário. Sempre manteve uma postura ética na política e muito fez por Santa Maria”, salientou o atual vice-prefeito.

O presidente do Sindicato Rural de Santa Maria, Sérgio Renato Rossi de Freitas, afirmou que toda a diretoria da entidade ficou impactada com a notícia da morte de Erony Paniz. “Sabíamos que ele estava com problemas de saúde, mas desconhecíamos que se encontrava internado no hospital, e jamais imaginávamos este desfecho”, ressaltou. Renato Freitas lembrou que Paniz presidiu o Sindicato Rural quatro vezes e que apesar de não mais integrar a diretoria era uma espécie de consultor. “Devido ao seu grande conhecimento na área rural, quando surgia um problema nós o consultávamos e ele sempre tinha uma resposta”. Ele destatou ainda que Paniz era um autêntico representante do meio rural, atuando na defesa do produtor, defendendo seus direitos e buscando melhorias. “Era um homem de vigor fantástico, um cérebro pensante da cidade. Tinha posições bem definidas e as defendia com convicção. Santa Maria irá sentir muito esta perda, sobretudo o meio rural”, acrescentou.

O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) manifestou pesar pela morte do ex-vice-prefeito e ex-vereador santa-mariense Erony Paniz,  Valdeci foi colega de Paniz na Câmara Municipal de Santa Maria, no final da década de 80. “Tínhamos posições políticas opostas, mas sempre nos respeitamos e conversamos muito sobre as questões da cidade. Era uma pessoa republicana e de diálogo”, afirmou o deputado.

O Presidente municipal do Partido Progressista (PP), Renor Beltrami lembrou da grande ligação de Paniz com a sigla, da qual era vice-presidente em Santa Maria. “Pode-se dizer que durante a vida toda ele esteve vinculado ao partido. Iniciou sua trajetória política no antigo PL, Partido Libertador. Era um homem partidário e extremamente ético. Foi vice-prefeito, vereador, secretário municipal. É uma grande perda para cidade também para o Partido Progressista”, salientou Renor Beltrami…”

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Um Comentário

  1. Parabéns, Claudemir, pela excelente matéria que redigiste sobre o falecimento do Paniz. De fato, era um político raro, coerente em suas posições, fiele leal com seus amigos e companheiros. Santa Maria fica um pouco mais pobre politicamente, com a morte do Eroni. Eu , particularmente, perdi um querido amigo , com quem convivi ao longo de minha participação na Vida Pública de nosso Estado.

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