OBSERVATÓRIO. Santa Maria e a “vidraça quebrada”

 Por JOSÉ MAURO BATISTA

Recomendo a leitura do artigo de autoria do advogado criminalista e professor universitário Daniel Tonetto, publicado na edição de sexta-feira, em A Razão. Tonetto mergulhou em uma teoria desenvolvida nos Estados Unidos, conhecida como Teoria das Janelas Quebradas, para abordar a questão da criminalidade em Santa Maria. Foi a partir de uma pesquisa feita por pesquisadores americanos que surgiu essa teoria que levou Nova Yorque a implantar a política de “Tolerância Zero” em relação a todos os tipos de delitos, não importando a sua gravidade.

Traduzindo isso para a Aldeia de Imembuy, significa dizer que a cidade foi tolerante quando começaram a surgir as primeiras pichações. Ao verem paredes e muros pichados, outros pichadores foram surgindo. E a pichação se disseminou. Além do mais, uma cidade que enfrenta problemas de limpeza urbana, com coleta de lixo ainda deficitária, e praças, parques e cemitérios sem vigilância permanente, causa a impressão de que tudo é bagunçado, que não há lei. E essa sensação de inexistência da ordem e da impunidade acaba incentivando, de certa forma, os atos de vandalismo.

Vale como exemplo uma paródia da Teoria das Janelas Quebradas, a Teoria da Ausência de Cinzeiro. Você já notou que mesmo um fumante inveterado fica constrangido em pedir para fumar em uma casa onde não tem cinzeiro? Pois é assim que funciona a psicologia humana. E em Santa Maria, há uma grande vidraça quebrada, que precisa urgentemente ser consertada.

Em tempo: A Prefeitura agiu certo ao mandar repintar os mirantes do Perau que apareceram pichados após uma reforma.