Jornalismo

SINDICALISMO. Morre Vito Gianotti, aos 72 anos

POR MAIQUEL ROSAURO

O movimento Sindical perdeu sexta-feira (24), no Rio de Janeiro, Vito Gianotti, ícone do movimento sindical no Brasil. Sabia mais abaixo, em matéria de Fritz Nunes, da assessoria de imprensa da Sedufsm:

Imprensa e militância sindicais perdem um ícone

Vito Gianotti, em outubro de 2010, em curso de formação na Sedufsm
Vito Gianotti, em outubro de 2010, em curso de formação na Sedufsm

“O Vito fará falta, muita. Era um ‘compa’, um amigo, um resistente. Fazia da comunicação sua trincheira. Dizia que tínhamos que responder à hegemonia na mídia, não deixar barato. Além do reclamar, falava em militar em prol de uma comunicação dos trabalhadores. Mais que isso: dedicou a vida a formar críticos ao sistema e combatentes pelo socialismo.” As expressões são de Rondon de Castro, professor do curso de Jornalismo da UFSM, ex-presidente da Sedufsm que, durante sua gestão, em 2010, promoveu um curso de Comunicação Sindical ministrado por Vito Gianotti, um dos maiores estudiosos da imprensa sindical no Brasil, com cerca de 20 livros publicados, e que faleceu nesta sexta, no Rio de Janeiro, aos 72 anos, de um mal súbito. Gianotti será velado neste domingo, entre 9h e 15h, no Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), do Rio de Janeiro (Avenida Passos, nº 34, centro do Rio).

Gianotti nasceu em Lucca, região da Toscana, na Itália, e vivia no Brasil desde o ano de 1964. Trabalhou como metalúrgico, tendo sido militante sindical e político, perseguido e preso pela ditadura militar. Foi um dos fundadores da antiga Central Única dos Trabalhadores (CUT). Nas últimas décadas de sua vida, se dedicara ao debate da comunicação enquanto a arma de contra-hegemonia ao autoritarismo capitalista, bebendo na fonte de seu grande mentor intelectual e político, o filósofo e escritor italiano, Antonio Gramsci.

Vito Gianotti era casado com a jornalista Claudia Santiago e, juntos, comandavam o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), um verdadeiro baluarte em apoio à luta dos trabalhadores. O NPC é responsável por eventos, especialmente no mês de novembro, cujo objetivo é de formação não apenas de sindicalistas e comunicadores, mas também de integrantes de movimentos sociais. Nos últimos anos, as agendas dos professores filiados à Sedufsm têm sido produzidas no Núcleo, e trazem temáticas que resgatam as lutas históricas, seja no Brasil, na América Latina ou no mundo.

O coordenador e fundador do NPC teve outra passagem por Santa Maria a convite da Sedufsm. Foi em novembro de 2005, durante a gestão presidida pelo professor Carlos Pires, quando Gianotti esteve no auditório da Sedufsm para também ministrar um curso de formação em Comunicação Sindical. Na concepção que sempre defendeu, Vito Gianotti argumentava que, se a mídia, de uma forma geral, é usada para construir consensos em favor da visão hegemônica de mundo (capitalista, neoliberal), também pode ser usada no sentido de desconstrução desses consensos.

CLIQUE AQUI para ler a matéria na íntegra.

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Um Comentário

  1. Gramsci e a revolução "suave". Para isto a "regulamentação da mídia". Objetivo é assumir o controle dos meios de comunicação e controlar as informações que a população recebe. Desta maneira pode-se manipular a opinião pública e implantar o "socialismo". Claro que a população tem que continuar ignorante para funcionar. Outro problema é que nos anos 1930 não existia internet.
    Gramsci e o partido como "o príncipe" de Machiavel. Uma ditadura como a chinesa, controlada por um partido, sendo este comandado por um bando de "escolhidos" cheios de privilégios, uma nomenklatura.
    Gramsci foi preso por Mussolini e acabou doente. Solto, morreu pouco depois. Mussolini que foi membro do Partido Socialista Italiano (acabou expulso porque defendeu a entrada da Itália na primeira guerra), escritor e jornalista.
    Idealistas são perigosos, bom tomar cuidado.

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