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A obsolescência programada (II), um bom exemplo vindo da França – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Por aqui escrevi, dia desses, sobre a obsolescência programada. Apontei duas análises necessárias: a) as pessoas compram produtos novos com maior facilidade; b) o tempo de vida útil dos produtos encurtou.

A obsolescência programada – técnica que limita a vida útil de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos – tem elevado a vulnerabilidade dos consumidores. Por certo, quase tudo, tem um prazo de validade. Evidente que há um desgaste natural, porém quando se identifica uma validade planejada, estamos diante de uma prática abusiva, má-fé declarada e manifestada.

Repito, por mais que tenhamos aparelhos com tecnologias, até pouco tempo, inimagináveis, isso não replica necessariamente em qualidade e durabilidade. A facilidade da aquisição criou o pensamento que é mais fácil comprar um novo produto do que consertá-lo; neste sentido, compra-se mais, dura-se menos, compra-se novamente.

A França aprovou recentemente uma lei que pune fornecedores-fabricantes diante da obsolescência programada com multas de até € 300 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) e penas de até dois anos de prisão. A medida faz parte do projeto de lei da transição energética, que tem como objetivo diminuir as taxas de poluição no país. Segundo o documento, estão comprometidas “todas as técnicas pelas quais uma empresa visa, através da concepção do produto, diminuir “propositalmente” a duração da vida útil ou da utilização potencial de tal produto para aumentar sua taxa de substituição. Estas técnicas podem incluir a introdução voluntária de um defeito, fragilidade, paralisação programada ou prematura, limitação técnica, impossibilidade de reparação ou não compatibilidade”

Fica evidente que a questão reforça a temática do consumo sustentável, produzimos em maior quantidade, geramos mais resíduos, também em decorrência dos produtos que não funcionam ou tenham se tornados obsoletos. Reforço: além dos produtos programados para deixar de funcionar, desconfio que tenhamos nos tornado consumidores programados a comprar cada vez mais.

Vitor Hugo do Amaral Ferreira

[email protected]

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