É VIDA. Júlia, Gabriel e Lucas se vão para o extremo oeste catarinense. Mas ficarão por aqui, com certeza

Exatamente dois meses após o nascimento, Júlia, Gabriel e Lucas Wathier Thomas tomaram o rumo de São Miguel do Oeste. Lá viverão, com seus pais Cleusa e Gilmar. Mas não esquecerão Santa Maria e as circunstâncias especialíssimas em que nasceram, a 24 de junho. Com eles só não irá o mano Miguel, que não conseguiu resistir além de duas semanas.

Para saber um pouco mais dessa despedida (ou até logo), vale conferir o material originalmente publicado na versão online do jornal A Razão. A reportagem é de Rodrigo Ricordi, com foto de Gabriel Haesbaert. A seguir:

“Voltem sempre Júlia, Gabriel e Lucas…

…Era uma quarta-feira quando Cleusa Wathier, 35 anos, entrou na sala do Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo para realizar o parto dos seus quadrigêmeos. Os quatro bebês, nascidos prematuramente, aos sete meses de gestação, vieram ao mundo com pouco mais de um quilo. Frágeis, precisaram ficar em observação por quase dois meses. A acolhida em Santa Maria foi duradoura e, ontem, a família voltou para São Miguel do Oeste, em Santa Catarina.

O pai dos bebês, Gilmar Thomas, 36 anos, conversou com a A Razão minutos antes da partida. Muito feliz, o instalador de gesso agradeceu a todos que os ajudaram nessa empreitada com final feliz. “Agradecer é pouco. Não tem preço o que fizeram para a gente aqui em Santa Maria. O pessoal do hospital, os médicos, a equipe pediátrica. A dona Íris é mais do que uma mãe para nós. Não a conhecíamos, e ela fez tudo para nos ajudar”, declara Gilmar com os olhos marejados e a voz embargada.

A ansiedade da volta é grande. Quando o fotógrafo de A Razão Gabriel Haesbaert chegou à casa de Dona Íris, para fotografar os cinco, as malas já estavam no carro. “Foram muitas noites sem dormir, quase três meses sem voltar para casa. Ainda ontem falei para a Cleusa que quando chegarmos iniciaremos uma vida completamente nova”, reflete Gilmar. Ele ainda comentou da expectativa da família, que aguarda a chegada dos pais e filhos a São Miguel. “Eles ligam toda hora querendo saber que horas vamos chegar. Mas o médico pediu uns 40 dias sem visitas porque as crianças ainda estão em fase de adaptação”, diz.

Sobre a experiência em Santa Maria, Thomas é taxativo. “Uma coisa que vamos levar para a vida: a gente sempre está aprendendo a dar valor a coisas que jamais imaginaríamos. A cidade fica em nossos corações”, finaliza. Eles devem voltar à cidade com alguma frequência para consultas médicas. Que a vida seja doce e cheia de saúde para essa grande família de guerreiros…”

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